Descaso da empresa
estatal e falta de socorro levam morador a protestar e desabafar na internet.
No local atingido moram uma senhora idosa e um senhor enfermo.
Parecia
que a enchente de janeiro de 2011 estava se repetindo. Foi o que pensaram os
moradores de uma casa localizada próximo ao escadão que liga a Rua Humberto
Neves, no bairro Maravilha, ao Bairro dos Alves, em Bom Jardim. Logo, eles
correram para levantar os móveis, colocando-os em lugares mais altos, pois o
nível da água subia rapidamente. O mais interessante é que sequer estava
chovendo naquele momento. Procurando saber a origem de tanta água, os moradores
descobriram que uma tubulação da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae)
que passa ao longo do escadão havia se rompido e o líquido estava jorrando rua
abaixo, invadindo a casa onde moram, na base da escadaria. O fato aconteceu na
noite do dia 1º de fevereiro, sexta-feira, por volta das 22h30min. Além de
invadir a casa, a água deslocou muita lama, que se depositou em parte da Rua
Humberto Neves e logo desceu pela calçada, atingido também a casa.
Segundo
informou um dos moradores através da internet, onde o fato foi postado,
inclusive com fotos, as reclamações feitas à Cedae não deram resultado, pois a
estatal não enviou nenhuma equipe ao local para avaliar o rompimento da
tubulação e os estragos causados à residência, mesmo depois de ligações
insistentes para a mesma. “Então eu resolvi pedir ajuda ao Corpo de Bombeiros.
Eram 22h50min quando ligamos para lá, mas ninguém apareceu. Minha tia então
resolver ir até lá pessoalmente”, revelou o morador Pedro Junior, na rede
social Facebook. Pedro contou que, chegando
lá, sua tia percebeu que os bombeiros não estavam prontos para atender a
solicitação e só por volta da meia-noite eles chegaram para ver o acontecido.
“Mas somente visualizaram e foram
embora sem nada fazer”, reclamou. Pedro disse que o jeito então foi contar com
a solidariedade de parentes, amigos e vizinhos. “Por sorte, em dado momento,
surgiu um carro da Polícia Militar e os policiais, mesmo não podendo fazer
muito, nos ajudaram bastante, orientando no que era preciso ser feito”, contou.
Depois de passarem a noite em alerta, vigiando o cano rompido e que não havia
sido fechado, os moradores receberam a visita dos integrantes da Defesa Civil,
por volta das 10h do seguinte, 12 horas após o ocorrido, quando verificaram os
estragos na residência, pois a água e a lama haviam causados muitos danos materiais.
Continuando, Pedro Junior contou que o vizinho procurou um dos funcionários da
Cedae, sendo que o mesmo informou que “nada poderia fazer”. Tal situação deixou
os moradores revoltados, principalmente pelo fato de a Cedae não ter
profissionais em plantão para prestar socorro à comunidade numa hora de
necessidade.
Em protesto, os moradores
fecharam a rua com paus e galhos, impedindo a passagem de veículos. A
manifestação acabou dando resultado e logo a rua começou a ser limpa. Ele disse
que na casa moram sua avó já idosa e seu pai doente, sendo tratado de um
infarto que sofreu há algum tempo atrás. Ele aproveitou para agradecer todos os
que ajudaram, em meio a tanto descaso, principalmente ao vereador Ademyr Faria, que apareceu para orientar e
prestar solidariedade.
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