Enterro do jogador, que morreu no acidente aéreo na Colômbia, foi
marcado por cortejo, aplausos, homenagens e pessoas cantando “Vamos, vamos
Chape!” e “Viva Tiaguinho!”.
Bom Jardim parou no último
domingo, dia 4, para assistir o velório e o sepultamento do atacante da
Chapecoense, Tiago da Rocha Vieira, o Tiaguinho, Natural de Trajano de Moraes,
mas tendo se criado e se revelado para o futebol em Bom Jardim, para onde a sua
família se mudou, o atleta vinha numa carreira meteórica, junto com sua equipe,
tanto no Campeonato Brasileiro, quanto na Copa Sulamericana, mas que foi
tragicamente interrompida, aos 22 anos, com o choque do avião em que viajava
contra uma montanha na Colômbia. O velório durou mais de 12h e o sepultamento
aconteceu no final da tarde, sendo acompanhado pelas ruas da cidade por
centenas de pessoas, entre eles, os pais, o padrasto a esposa de Tiago e muitos
outros parentes e centenas de amigos e conhecidos.
Velório – O caixão
com o corpo de Tiaguinho chegou a Bom Jardim por volta das 2h da manhã, depois
de chegar de Chapecó pelo aeroporto do Galeão. Antes, no sábado, dia 3, houve
um velório coletivo na Arena Condá, estádio o time catarinense, cerimônia que
contou com a presença de inúmeras autoridades políticas e do mundo esportivo. Estava
previsto que ele circulasse na pequena cidade de 26 mil habitantes num caminhão
do Corpo de Bombeiros, mas a família optou por uma chegada mais discreta.
A manhã de domingo começou com
chuva fina na cidade. A movimentação na Câmara Municipal foi intensa, mas
tranquila. Segundo levantamento das autoridades locais, mais de mil pessoas
participaram das homenagens ao atacante. O velório durou mais de 12 horas e foi
marcado por muitas orações, sermões de pastores religiosos, aplausos e música. Uma
fila de visitantes, se formou para o último adeus ao atleta, que depois teve
seu caixão colocado em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros e o cortejo
seguiu trajeto até o Cemitério Municipal, onde o jogador foi sepultado, em
clima de muita comoção.
Antes, o velório havia sido
marcado pela tristeza de muitos moradores, que pelas ruas da cidade, lamentavam
a morte do atacante. O professor Raymundo Christani, 55 anos, foi o primeiro a
dar aulas de futebol para Tiaguinho, na escolinha do Bom Jardim Esporte Clube.
“O Tiaguinho começou com 5 anos, eu vi o primeiro chute dele e falei com a mãe:
'esse menino tem futuro'”, lembrou. Raymundo também destacou a humildade do
jogador: “Ele era muito humilde, essa é a característica dos grandes craques.
Não gostava de perder, ficava chateado. Saiu daqui dizendo que ia voltar com o
título”, contou o professor.
Para a prima do atacante, Gilmara
Martins, a ficha caiu. “Ele chegou pra gente não da forma que a gente queria. A
gente estava preparando uma festa para a chegada dele. Dia 9 ele chegaria de
férias, doido pra comemorar o filho e olha a festa que a gente tá fazendo?”,
lamentou. Já a esposa do atacante, Graziele, a Grazi, chegou ao enterro com
rosas nas mãos e muito abalada, precisando ser amparada por parentes. Ela preferiu
não falar com a imprensa. Está grávida do primeiro filho do casal. A mãe,
Bárbara Rocha, agradeceu o apoio e disse que busca forças em Deus. Esta semana,
ela chegou a falar que espera justiça ao saber que a queda do avião foi
ocasionada por falta de combustível, segundo autoridades colombianas.
Dentro da Câmara de Vereadores,
centenas de pessoas cantaram “vamos, vamos, Chape!”, como forma de homenagear o
jogador e relembrar os momentos felizes da equipe. Do lado de fora, uma
multidão aguardava a saída do féretro, enquanto muitos formaram uma fila para
entrar no local e dar o último adeus ao atleta.
Trajetória meteórica
– Antes de defender as cores da Chapecoense, o jogador, que começou sua
carreira em Bom Jardim e Nova Friburgo, passou pelo XV de Piracicaba-SP e
Cianorte-PR e chegou a se destacar pelo Metropolitano no último Campeonato
Catarinense, sendo depois contratado pela Chapecoense. Como um dos mais jovens
atletas do time, ele logo se destacou, junto dos demais companheiros da “Chape”.
O time ocupa a nona posição no Campeonato Brasileiro e se preparava para
disputar a final da Copa Sulamericana, sua primeira competição internacional,
que acabou não acontecendo, devido ao trágico acidente.
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