sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Rádio Alternativa pode se tornar provedor de internet

Bom Jardim poderá ter brevemente um provedor de internet gratuita nas áreas do município sob cobertura do sinal da Rádio Alternativa FM. Isto porque o Departamento da Banda Larga do Ministério das Comunicações (MiniCom), em recente reunião com representantes de organizações de telecomunicações e radiodifusão, propôs que rádios comunitárias e públicas possam se tornar provedores de internet. Como entidades sem fins lucrativos, ambos os serviços de radiodifusão, público e comunitário, poderão dispor de conexões sem fio à Internet, sob licença Serviço Limitado Privado (SLP). Quem informa é o radialista Getúlio Gomes, responsável pela emissora que opera em Bom Jardim na frequência modulada 104,9. Ele acrescentou que a possibilidade da Alternativa atuar também nesse segmento é muito grande e que já está iniciando estudos de viabilidade técnica e financeira para implantação do mesmo.
De acordo com o MiniCom, o licenciamento para os serviços seria simples e rápido e poderia ser feito em qualquer município do país, neste caso, incluindo Bom Jardim. Existem áreas, sobretudo rurais, que são classificadas como preferenciais, como Norte e Nordeste do Brasil, mas segundo a Telebrás, poderão ser solicitadas licenças também em municípios onde já haja oferta do serviço por entidades comerciais. O diretor comercial da Telebrás, Francisco Zioguer, acredita que as rádios poderão contribuir com maior alcance do serviço de banda larga se tiverem estrutura técnica e financeira suficiente. Entretanto, o custo da implementação do serviço varia de R$ 4 mil a R$ 16 mil, valor considerado alto pelas emissoras comunitárias que não tem fins lucrativos. Por isso, seria necessário um projeto por parte de algum órgão público que garanta esse passo inicial.
Para o representante nacional da Amarc Brasil, Arthur William, a possibilidade de oferecer o serviço em municípios com dificuldade de acesso à internet abre a possibilidade de reconhecimento do papel das rádios comunitárias no Brasil. No entanto, ele destaca que as comunitárias continuam sendo perseguidas dentro da sua principal atuação que é difusão de cultura e informação de suas comunidades. Ele também vê nessa proposta a possibilidade de criar alternativas para sustentabilidade das emissoras, já que , por exemplo, são proibidas de fazer publicidade.
Estiveram presentes a Telebrás, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), a Associação de Rádios Públicas (ARPUB) e a Associação Mundial de Rádios Comunitárias do Brasil (Amarc Brasil).

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