Bom Jardim poderá ter brevemente um provedor de internet gratuita nas áreas do município sob cobertura do sinal da Rádio Alternativa FM. Isto porque o Departamento da Banda Larga do Ministério das Comunicações (MiniCom), em recente reunião com representantes de organizações de telecomunicações e radiodifusão, propôs que rádios comunitárias e públicas possam se tornar provedores de internet. Como entidades sem fins lucrativos, ambos os serviços de radiodifusão, público e comunitário, poderão dispor de conexões sem fio à Internet, sob licença Serviço Limitado Privado (SLP). Quem informa é o radialista Getúlio Gomes, responsável pela emissora que opera em Bom Jardim na frequência modulada 104,9. Ele acrescentou que a possibilidade da Alternativa atuar também nesse segmento é muito grande e que já está iniciando estudos de viabilidade técnica e financeira para implantação do mesmo.
De acordo com o MiniCom, o licenciamento para os serviços seria simples e rápido e poderia ser feito em qualquer município do país, neste caso, incluindo Bom Jardim. Existem áreas, sobretudo rurais, que são classificadas como preferenciais, como Norte e Nordeste do Brasil, mas segundo a Telebrás, poderão ser solicitadas licenças também em municípios onde já haja oferta do serviço por entidades comerciais. O diretor comercial da Telebrás, Francisco Zioguer, acredita que as rádios poderão contribuir com maior alcance do serviço de banda larga se tiverem estrutura técnica e financeira suficiente. Entretanto, o custo da implementação do serviço varia de R$ 4 mil a R$ 16 mil, valor considerado alto pelas emissoras comunitárias que não tem fins lucrativos. Por isso, seria necessário um projeto por parte de algum órgão público que garanta esse passo inicial.
Para o representante nacional da Amarc Brasil, Arthur William, a possibilidade de oferecer o serviço em municípios com dificuldade de acesso à internet abre a possibilidade de reconhecimento do papel das rádios comunitárias no Brasil. No entanto, ele destaca que as comunitárias continuam sendo perseguidas dentro da sua principal atuação que é difusão de cultura e informação de suas comunidades. Ele também vê nessa proposta a possibilidade de criar alternativas para sustentabilidade das emissoras, já que , por exemplo, são proibidas de fazer publicidade.
Estiveram presentes a Telebrás, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), a Associação de Rádios Públicas (ARPUB) e a Associação Mundial de Rádios Comunitárias do Brasil (Amarc Brasil).
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