Na terça-feira desta semana, dia 15 de novembro, além do
feito da Proclamação da República para o Brasil, a data marcou também algo bem
representativo para Bom Jardim: 30 exatos anos da morte do inesquecível Mário
Machado Nicoliello, figura humana e política, que conforme afirmou o “Jornal de
Bom Jardim” na edição n° 03 de 16 a 30/04/1995, “foi um bom-jardinense que
soube, como poucos, entrar – ainda que não tivesse tal pretensão -, para a
história do nosso município e região, por tudo que fez para o município,
inclusive sem completar seu mandato de
prefeito”.
Se vivo estivesse, no dia 28 de setembro passado, Mário
Machado Nicoliello teria completado 95 anos de idade. Como um dos dez filhos do
casal Nicolau Nicoliello & Eugênia Machado, Mário estudou em Bom Jardim , Nova
Friburgo e Niterói, sempre mostrando muito gosto e aptidão para o ramo
farmacêutico. E foi justamente numa farmácia, no bairro carioca do Flamengo,
que ele arrumou seu primeiro emprego. Por lá morando e como sócio do Flamengo,
sempre que podia comparecia aos jogos para torcer por sua equipe rubro-negra.
Aos
22 anos de idade, retornando a Bom Jardim, Mário Machado Nicoliello abriu sua
própria farmácia, na Rua Nilo Peçanha. Em seguida, já bastante popular e sempre
disposto a ajudar a todos com seus conhecimentos e sobretudo seu generoso
coração, a política começou a entrar em sua vida, como para sua vida de forma
também extremamente importante entrou a esposa Dona Pierina Cariello
Nicoliello, com quem se casou em 28 de setembro de 1939, dia em que completava
23 anos de idade e que portanto teve no enlace um grande presente de
aniversário. Como seu único filho legítimo, infelizmente faleceu parto, o casal
contou com a felicidade de criar o afilhado Jorge Luiz Delduque Quintes (médico
e atual presidente da Câmara Municipal) assim como Marilena, sobrinha querida,
os quais souberam muito bem retribuir o imenso amor recebido.
Depois
de ter sido eleito vereador pela UDN, em 1995 e reeleito em 1960, Mário Machado
Nicoliello chegou facilmente à presidência da Câmara Municipal. Passados cerca
de três anos, Mário resolveu abandonar a política, sem no entanto abandonar o
sonho de um dia ser prefeito de sua querida cidade e, por isso, continuou
desenvolvendo, tanto como ótimo farmacêutico quanto excelente ser humano, seu
trabalho social e comunitário. Além de Presidente da Escola de Samba Unidos do
Abafa, ele presidiu também com competência o Bom Jardim EC, clube de que muito
se orgulhava por ser o sócio-proprietário n° 1.
Em
1976, apesar de estar chegando à casa dos 60 anos de idade, porém sem ter
perdido o sonho de servir a cidade que tanto amava, Mário Machado Nicoliello
chegou a declarar a amigos mais chegados, entre os quais o vereador Armandinho
Lemos Jr, o seguinte: “não quero morrer sem ser prefeito da minha terra que
tanto amo”. E de fato ele não estava errado, já que pouco tempo depois, estava
ali o novo Prefeito de Bom Jardim Mário Nicoliello. E de fato demonstrando
estar preparado para ser prefeito municipal, começou então a deixar para sempre
no município sua marca de chefe executivo municipal. Ao contrário de outros
prefeitos, cuja prorrogação dos mandatos atrapalhou, Mário aproveitou – apesar
da morte não ter deixado concluir sua administração – para realizar as mais
significativas obras de que Bom Jardim necessitava e que para sempre serão
lembradas, por suas importâncias e necessidades. Apenas para citar as mais
importantes, são citadas as seguintes realizações: Abertura da Estrada de Contorno
que desviou o trânsito pesado do centro da cidade; Construção da Casa da
Cultura, que inclusive leva seu nome como justa homenagem; Construção da
importante Capela Mortuária; Instalação da Caixa Econômica Federal; Construção
da quadra polivalente de esportes e da Rua Nova; Implantação da telefonia via
DDD em BJ; Criação da Guarda Mirim; Construções da Rodoviária e do Conjunto
habitacional, mais a Implantação do Posto de Benefícios do INPS, em cuja festa
de inauguração, com a presença de muitas pessoas e autoridades, o grande Mário
Machado Nicoliello veio a falecer no dia 15 de novembro 1981, vítima de um
infarto fulminante,consternando profundamente não apenas todo o município, mas
também a região inteira, já que ele era querido e admirado por todos. Tanto
assim, que no seu sepultamento, foi registrada a maior concentração de pessoas
de que se teve conhecimento no município de Bom Jardim até aquele ano. Muitas
pessoas chegavam a afirmar na época: “morreu um prefeito apaixonado, mas
certamente muito feliz”, porque ele próprio vibrava com a convicção de sempre
poder fazer, como fez, o melhor para Bom Jardim. Quando assumiu seu mandato de
prefeito, em 15 de novembro de 1976, Mário chegou a prometer que morreria se
não mudasse a fisionomia da cidade. Para a felicidade dele e de todos, a coisa,
foi justamente contrária, já que ele realizou praticamente tudo que realmente proporcionou
uma nova cara à Bom Jardim, para então e em paz, partir para o Reino do Senhor
com a consciência do dever plenamente cumprido como homem, cidadão
bom-jardinense e prefeito de sua terra.
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