A praça como era antes da devastação. |
A praça como ficou após a passagem das motosserras. |
Um dos pássaros mortos na derrubada das árvores. |
Foi de chocar e doer o coração, causando indignação de todos, ver os galhos sendo arrastados sobre os ninhos e seus passarinhos indefesos, sendo esmagados durante a ação. No final, restaram sobre os cepos dos troncos, ovos e filhotes de maritacas, bem-te-vis, joões-de-barro e outros pássaros silvestres, que tentaram se adaptar ao difícil convívio com os humanos, ditos animais racionais.
Diversos populares, alguns moradores das imediações, haviam tentado evitar o estrago, promovendo manifestações e ações, como abraços às árvores e canteiros da praça e postando fotos de repúdio nas redes sociais. Ante às alegações que o poder público fez chegar à imprensa local, de que os cortes eram inevitáveis, pois as árvores, muitas delas já ocas em seu interior, poderiam cair a qualquer momento, sob ação de intempéries, os manifestantes revoltosos acabaram tendo que aceitar, a contragosto, as justificativas e desculpas oficiais.
Mesmo porque os estragos já tinham sido consumados, afetando sobremaneira a paisagem da cidade, pois a praça central era um de seus mais belos cartões postais, atraindo diariamente inúmeras pessoas, turistas ou moradores locais, entre crianças, jovens, adultos e idosos. Só faltou prever que as árvores, nesse período de procriação intensa, poderiam estar apinhadas de ninhos e planejar sua remoção para locais adequados. Nessa hora, ninguém chamou o Ibama, o Inea, para ajudar na tarefa. Deu no que deu.
As árvores se foram, os pássaros também e agora danificado, o cartão postal vai ficar somente na memória e nas fotografias, pois a realidade exibe uma praça desfigurada, devastada, devassada, sem o brilho e o fulgor de antigamente, quando era cenário de filmes, pano de fundo de fotos publicitárias e espaço preferido de crianças e idosos.
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