Meu amigo Mauro Barreto e nossa saudade do Rui Celso
Pois é, meu amigo Mauro Barreto, era mais ou menos por essas horas que ao contrário dos pardais limoeirenses a turma da confraria vinha para a Praça Cel. Monnerat
Ah!.. era gratificante, muito gratificante chegarmos à praça e vermos vários pequenos ciclistas transitando em torno dos canteiros, assim como assistirmos a animada pelada, cujos gritos de goooll!... tantas boas lembranças nos traziam. Não obstante, além dos ciclistas, das peladas, do cheiro das pipocas do Hely e dos nossos encontros, dois marcantes quadros sempre virão à minha cabeça ao sentar-me numa praça. Um desses quadros era a chegada do Zequinha M. Monnerat à praça. Quase sempre engravatado, primeiramente, ele se dirigia ao filho em plena pelada, o chamava e o saldava com carinhosos beijos e abraços - gestos de ternura escassos nos dias de hoje. Em seguida, o Zequinha vinha até a confraria e com ar de gozador futucava o amigo Jalver Litz:
- Jalver!... Jalver!... o Homem lá de cima, tá doido pra lhe ver...
- E Jalver, respondia:
- Tó fora, Zequinha!... Tem gente mais antiga do que eu na fila...
O outro quadro acontecia por ocasião dos dias de reuniões da Câmara Municipal. Nestes dias, o Rui Celso - assessor do legislativo que infelizmente nos deixou mês passado -, no aguardo das reuniões, mexia com uns e com outros e simultaneamente a baforadas de fumaça completava com inusitadas gargalhadas. Porém, Jalver que do banco da confraria a tudo observava o chamava e mandava "vê":
- Que vida boa é essa de assessor, hein Rui Celso?
Rui Celso, diante da sinuca de bico, acendia o cigarro, balançava a cabeça e contra-atacava:
- Pô!... Que bicho linguarudo!... Ah! ah! ah!...
Pois é, meu amigo e presidente de honra da confraria, Mauro Barreto. A praça Cel. Monnerat continuará no mesmo lugar. Porém, sem os gestos de ternura do Zequinha e sem as inéditas gargalhadas do Rui Celso. Ah! meu amigo, ainda bem que mesmo num mundo consumista em que o "basta ter" e o "basta aparentar" são o suficiente, gesto de ternura, bem como boas gargalhadas continuarão sendo um tesouro de inestimável valor.
Um comentário:
Esse e um belo exemplo a ser seguido por todos, meu pai foi um grande homem...
Obrigado por lembrar dele c tanto carinho...3 meses sem sua ternura...
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