O Evangelho e a linguagem de hoje
Caros amigos, o início do ano
traz sempre consigo o anseio de novos projetos e iniciativas: As famílias
começam a preocupar-se com o colégio dos filhos, os jovens com o caminho
profissional que seguirão, os trabalhadores com as preocupações normais de seus
trabalhos, entre outras coisas. Todos os filhos e filhas de Deus devem
preocupar-se também com o empenho em anunciar o Evangelho de Jesus Cristo!
A última Conferência Geral do
Conselho Episcopal Latino Americano e do Caribe, realizada em Aparecida, nos
recordou que todo discípulo de Jesus Cristo é, por natureza, também
missionário. A alegria do Evangelho não é algo que possa ficar confinada
somente a um coração, ou a um grupo. Nossos pequenos grupos e comunidades devem
ser sempre missionários e formadores de novos grupos.
Sempre existe o perigo de que as
iniciativas de nossas comunidades terminem pautadas por uma visão unilateral de
pequenos grupos, sem perceber que o mundo em que vivemos é plural. A própria
cultura de uma região não pode ser mais considerada de forma homogênea, pois o
avanço dos meios de comunicação conseguiu que em praticamente todos os lugares
houvesse modos variados de expressões culturais.
A Igreja também é plural.
Inquestionavelmente todos nos encontramos na profissão de fé e na celebração
dos sacramentos, que obedecem uma forma que é expressão de unidade e comunhão,
porém os modos de viver nossa identidade católica e forma de comunicá-la devem
expressar-se com a mesma linguagem cultural plural dos homens e mulheres de
hoje.
Ensina-nos o Santo Padre o Papa
Bento XVI na Exortação Apostólica sobre a Palavra de Deus na missão e na vida
da Igreja: “A Palavra de Deus, como aliás a fé cristã, manifesta um caráter
profundamente intercultural, capaz de encontrar e fazer encontrar culturas
diversas. Neste contexto, compreende-se também o valor da inculturação do
Evangelho. A Igreja está firmemente persuadida da capacidade intrínseca que tem
a Palavra de Deus de atingir todas as pessoas humanas no contexto cultural onde
vivem.” (Verbum Domini, 114).
Assim, nossa missão deve ser
fazermo-nos discípulos do único mestre que é o Senhor Jesus Cristo, que
assumindo a nossa natureza humana falou-nos do Pai com uma linguagem acessível
a todos os povos e culturas.
Terminamos, então, com este
questionamento: Estamos todos nós comprometidos com a hora presente? Falamos
aos jovens com uma linguagem jovem? Transmitimos a Palavra viva e eterna de
Deus com uma linguagem que o mundo compreenda?
Deus abençoe a todos!
Dom Edney Gouvêa
Mattoso,
Bispo Diocesano de N.
Friburgo & Região
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