Em
operação denominada Quinto do Rio, realizada na última quarta-feira, 29,
agentes da Polícia Federal, prenderam cinco conselheiros membros do Tribunal de
Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Também foram levados
coercitivamente para depor na sede da PF, no Rio de Janeiro, o presidente da
Assembleia Legislativa (Alerj), deputado Jorge Picciani, e o secretário de
Gabinete do governador Luiz Fernando Pezão, Affonso Monnerat (foto), ex-prefeito de
Bom Jardim.
Affonso Monnerat |
Policiais federais engajados na
Operação Quinto do Ouro estiveram na quarta-feira, 29, no Palácio Guanabara,
sede do governo do Rio de Janeiro, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Os
policiais fizeram busca e apreensão no gabinete do secretário estadual de
Governo, Affonso Henriques Monnerat, um dos homens de confiança do governador
Luiz Fernando Pezão. Do gabinete, os agentes levaram HDs dos computadores e até
o caderno de recados da secretária, como foi mostrado no telejornal RJTV e
depois no Jornal Nacional exibidos na noite daquele dia.
Afonso Monnerat, que foi prefeito
de Bom Jardim, foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na sede da
PF, no Rio de Janeiro. A operação da PF foi deflagrada com a participação de
200 agentes, para cumprir 43 mandados, incluindo prisão, busca e apreensão e
condução coercitiva. Eles se dividiram em buscas na capital, em Duque de Caxias
e em São João de Meriti. Os procuradores federais foram logo de manhã cedo às
residências dos conselheiros e o primeiro a ser preso foi Aloysio Neves,
presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Outro membro do TCE, José
Gomes Graciosa, também foi preso em casa.
O ministro Félix Fischer, do STJ,
determinou ainda a prisão de outros três conselheiros: Domingos Brazão,
vice-presidente do TCE, Marco Antonio Alencar e José Maurício Nolasco, além do
conselheiro aposentado, Aluísio Gama de Souza. Na sede do TCE, no Centro do Rio,
os policiais também apreenderam documentos. As prisões dos conselheiros do
tribunal são temporárias, com duração de cinco dias, prorrogáveis por mais
cinco, sendo concedida quando há indícios de participação dos investigados
como, por exemplo, em crimes contra sistema financeiro e organização criminosa.
Além das prisões, os policiais tinham determinação para apreender nos
apartamentos documentos e bens como joias e objetos de arte e dinheiro.
Já no Palácio Guanabara, a PF
esteve no gabinete do secretário de Governo, Affonso Monnerat, um dos homens de
confiança do governador Pezão, que também trabalhou no governo de Sérgio
Cabral, como secretário da Reconstrução da Região Serrana, duramente atingida
pela catástrofe climática de janeiro de 2011. Para assumir o cargo, a convite
de Cabral, Affonso renunciou ao cargo de prefeito, depois de ter sido eleito em
2008, com mais de 60% dos votos bom-jardinenses, e deixou a prefeitura entregue
ao seu vice Paulo Barros. O secretário foi conduzido coercitivamente para prestar
depoimento.
. A
Operação Quinto do Ouro apura um esquema de propina que pode ter desviado até
20% de contratos com órgãos públicos para autoridades públicas, sobretudo
membros do TCE-RJ e da Alerj. Na mesma operação, o presidente da Alerj, Jorge
Picciani, o subsecretário de comunicação do governo estadual, Marcelo Santos
Amorim, e o presidente da Federação das Empresas de Ônibus do Estado
(Fetranspor), Lélis Marcos Teixeira, foram levados para depor coercitivamente
na sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, na Zona Portuária do Rio. Ao todo,
foram 17 conduções coercitivas – quando alguém é levado a depor. Picciani é
suspeito de organizar pagamentos de propina da Fetranspor aos conselheiros do
TCE-RJ.
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