domingo, 1 de fevereiro de 2015

Policial morto em assalto: Seis suspeitos envolvidos. Um policial e um operário já estão presos

Matéria e foto: Jornal A Voz da Serra (Nova Friburgo-RJ).
Delegado Mario Arruda e major Hespanha 

A polícia prendeu na última quinta-feira, 29, um homem e um policial militar suspeitos de envolvimento na morte do sargento do 11º BPM, Elvis de Oliveira, 45 anos, que trabalhava nas horas vagas como segurança do supermercado Tio Dongo e foi morto com um tiro no tórax ao reagir a um assalto na manhã da última segunda-feira, 26, em Conselheiro Paulino. Elvis seguia no banco do carona de um Gol do supermercado em direção a uma agência bancária para depositar um malote em dinheiro do estabelecimento. O motorista do carro não se feriu, mas teve uma crise nervosa e foi levado ao hospital.

O operário Diego Alves de Oliveira, de 31 anos, que trabalha nas obras do Rio Bengalas, foi capturado após uma operação conjunta das polícias Civil e Militar. Na manhã desta sexta-feira, 31, o suspeito foi apresentado à imprensa na 151ªDP, na Vila Nova. Em troca de redução da pena, Diego confessou o crime e citou outras seis pessoas envolvidas na ação; cinco delas são do Rio de Janeiro e mais um policial militar do Batalhão de Nova Friburgo, o 11ºBPM. Segundo o delegado Mario Arruda, da 151ªDP, Diego atuou no recrutamento dos criminosos e também monitorou a saída do carro com o malote do supermercado. A polícia não divulgou os nomes dos suspeitos e nem do PM, mas disse que o policial está preso preventivamente no Rio de Janeiro.  

"No meu íntimo eu desejaria que fosse mentira, porque a gente corta na carne um problema desses dentro da instituição. É um policial militar que não tinha no seu histórico profissional nenhuma informação que indicasse uma empreitada como essa”, disse o comandante do 11º BPM, tenente-coronel Carlos Hespanha Matt. De acordo com as investigações, há indícios de que o policial militar está envolvido no caso.

Segundo o delegado Mário Arruda, ainda não dá para afirmar se os criminosos tinham a intenção de matar o sargento Elvis, mas as investigações mostram que os criminosos sabiam que quem transportava o malote era um policial e que, às vezes, era outra pessoa do supermercado. Os R$ 92 mil em dinheiro e os tíquetes-alimentação que estavam no malote não foram recuperados.

"Essas pessoas vieram do Rio para praticar esse crime. Aqui em Friburgo nós não temos criminosos que costumam enfrentar policiais e, inclusive, matá-los. Já desconfiávamos que essas pessoas eram do Rio. Isso se comprovou depois”, disse o delegado da 151ª DP.

Os suspeitos vão responder por latrocínio — roubo seguido de morte — e podem pegar até 30 anos de prisão. A polícia não deu detalhes sobre as próximas etapas da investigação.

Corte de árvores na praça de Friburgo não levou em conta ninhos de pássaros. Dezenas de filhotes morreram

A praça como era antes da devastação.
O corte e a poda de vários eucaliptos ocorridos na semana passada na principal praça de Nova Friburgo, que segundo órgãos da prefeitura, teriam recebido autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) -- pelo qual a praça é tombada -- obedecido a rígidos critérios e sido efetuados por empresas especializadas, não levou em conta os inúmeros ninhos de pássaros silvestres que se escondiam nos galhos das plantas atingidas.
A praça como ficou após a passagem das motosserras.
Embora a iniciativa fosse necessária, devido alguns galhos terem caído sobre pessoas e carros durante as tempestades de verão, com chuvas e ventos fortes, os cortes e derrubadas de árvores, criteriosamente escolhidas dentro de estudos promovidos por especialistas da Universidade Estácio de Sá 
-- cuja avaliação apontou "árvores doentes" ou que ofereciam risco -- deixou parte da Praça Getúlio Vargas, na altura da antiga Biblioteca Municipal, com ares de terra arrasada, parecendo que um míssil havia explodido no local. 
Um dos pássaros mortos na derrubada das árvores.
Passada a faina das motosserras, servidores municipais e de empreiteiras entraram com seus caminhões nas alamedas da praça, a fim de retirar os galhos, folhas e troncos que foram derrubados. Durante os cortes, por motivos de segurança, populares testemunharam de longe todo o trabalho. Mas no momento do rescaldo, eles se aproximaram e foi então que puderam constatar outro estrago -- este com certeza não previsto e não planejado -- que foi ver dezenas de ninhos de pássaros silvestres, com seus filhotes todos espalhados pelo chão. 

Foi de chocar e doer o coração, causando indignação de todos, ver os galhos sendo arrastados sobre os ninhos e seus passarinhos indefesos, sendo esmagados durante a ação. No final, restaram sobre os cepos dos troncos, ovos e filhotes de maritacas, bem-te-vis, joões-de-barro e outros pássaros silvestres, que tentaram se adaptar ao difícil convívio com os humanos, ditos animais racionais.
Diversos populares, alguns moradores das imediações, haviam tentado evitar o estrago, promovendo manifestações e ações, como abraços às árvores e canteiros da praça e  postando fotos de repúdio nas redes sociais. Ante às alegações que o poder público fez chegar à imprensa local, de que os cortes eram inevitáveis, pois as árvores, muitas delas já ocas em seu interior, poderiam cair a qualquer momento, sob ação de intempéries, os manifestantes revoltosos acabaram tendo que aceitar, a contragosto, as justificativas e desculpas oficiais. 
Mesmo porque os estragos já tinham sido consumados, afetando sobremaneira a paisagem da cidade, pois a praça central era um de seus mais belos cartões postais, atraindo diariamente inúmeras pessoas, turistas ou moradores locais, entre crianças, jovens, adultos e idosos. Só faltou prever que as árvores, nesse período de procriação intensa, poderiam estar apinhadas de ninhos e planejar sua remoção para locais adequados. Nessa hora, ninguém chamou o Ibama, o Inea, para ajudar na tarefa. Deu no que deu.
As árvores se foram, os pássaros também e agora danificado, o cartão postal vai ficar somente na memória e nas fotografias, pois a realidade exibe uma praça desfigurada, devastada, devassada, sem o brilho e o fulgor de antigamente, quando era cenário de filmes, pano de fundo de fotos publicitárias e espaço preferido de crianças e idosos.