E a sopa, sai ou não sai?
A. Magno
Esta é a grande pergunta que os membros da “confraria do banco da Praça da Matriz” vêm fazendo há um ano. Em maio do ano passado, quando o frio já começava a botar a cabeça para o lado de fora, a confraria estava reunida e conversando sobre as deliciosas comidas típicas do Nordeste.
Cadô Hoelz, apesar de não conhecer a região em foco, mas, aceso à conversa, esfregou as mãos, uma na outra e disse:
— É... com o friozinho que já está fazendo e a gente falando sobre comida, dá até vontade de se tomar uma sopa bem quentinha, hein?
— É uma boa ideia – concordamos.
Após a unânime concordância, Cadô voltou a falar:
— Aliás, por falar em sopa, quem faz uma deliciosíssima sopa de cebola é Celminha, minha esposa.
Diante da ênfase sobre a sopa da Dona Celma, só nos restou dizer:
— E como poderemos saber se a sua propaganda é falsa ou verdadeira?
Cadô, não pensou duas vezes:
— Ué! Provando-a.
— Aí, cutucamos a onça com vara curta:
— E aí?...
Cadô, nos entendendo melhor, disse o que justamente queríamos ouvir:
— Ora, pô!... Eu vou lhes oferecer a sopa de cebola em data ainda a ser marcada, uma vez que vou depender da disponibilidade de Celminha, certo?
— Não imaginando que as cebolas “ainda seriam plantadas e, sabe-se lá quando seriam colhidas”, respondemos:
— Não se preocupe, seu Cadô, nós aguardaremos.
Mas, o inverno já estava indo embora, quando o “discreto” Jalver Litz mandou ver:
— Ô, Cadô! E a sopa?
A resposta, foi imediata:
— Turma, eu tô dependendo da Celminha, pô!
— Em outubro, já na primavera, o compadre Jano Strauss, percebendo que 2008 ia acabar e a badalada sopa não ia sair, falou:
— Ô, Cadô! Enquanto esta sopa não sai, vamos fazer o seguinte: eu lhes ofereço uma “macarronada gratinada”, mas vamos estabelecer agora, a data, o horário e o local, certo?
— Pois bem! A macarronada foi feita, saboreada, 2008 se foi e nada de sopa.
Entramos em 2009 e aí passamos a nos indagar: “Pô...! E a sopa de cebola da Dona Celma, sai ou não sai?”.
Mas, para o bem de todos e felicidade da “confraria”, em junho, Cadô chamou-me e deu as ordens:
— Ô, Tuninho! Pode avisar a turma que neste inverno a sopa vai sair!
— Tá certo! Mas... Olha, olha, hein...?
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