terça-feira, 19 de novembro de 2013

Falta d’água atinge diversos bairros de Bom Jardim

                Uma pane no sistema de abastecimento de uma adutora da  Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), localizada no bairro Campo Belo, deixou grande parte de Bom Jardim sem água. O desabastecimento ocorre desde o dia 15, sexta-feira, justamente no feriado prolongado da Proclamação da República, quando a cidade recebeu grande número de turistas e visitantes, fazendo esgotar o que ainda restava de água nos reservatórios. Uma escassez assim não ocorria desde a catástrofe natural de janeiro de 2011, quando a enchente afetou a rede de distribuição de água e arrastou tubulações inteiras.
Em busca de solução para o problema, vários moradores entraram em contato telefônico ou pessoalmente com o escritório da Cedae no município, enquanto outros mandaram e-mails para a sede da empresa, no Rio de Janeiro. Mas os atendentes respondiam que havia ocorrido um defeito na bomba de recalque do Campo Belo e que não havia previsão para o conserto da mesma. A adutora abastece diversos bairros, incluindo o centro da cidade e comunidades periféricas, como Jardim Ornellas, Bem-te-vi, São Miguel, Maravilha, Alves, Mundo Novo, o próprio Campo Belo e outros, a maioria situada em partes altas, onde a água só chega impulsionada por bombas. Segundo alguns moradores informaram, os técnicos e funcionários da Cedae haviam rumado para o local, onde constataram a quebra do equipamento.
                Entretanto, o conserto não pôde ser efetuado por falta de peças de reposição, que precisam ser enviadas do Rio de Janeiro para Bom Jardim. Enquanto as peças não chegam, a população destes bairros permanece desbastecida, sem água para beber, cozinhar, lavar roupas e outras necessidades diárias, como asseio e limpeza doméstica. Muitos moradores estão se virando como podem, contratando carros-pipa, conseguindo água com vizinhos que têm cisternas ou comprando água mineral. Alguns comerciantes e prestadores de serviço também tiveram seus negócios prejudicados pela falta do líquido, reclamando que a conta chega sempre em dia e que eventuais atrasos são punidos com multas, juros e ameaças de corte no fornecimento. “Mas quem vai punir a Cedae por não cumprir com a sua parte?”, perguntou um dos empresários afetados.

Um problema recorrente


Todos os anos, o problema do desabastecimento de água, principalmente nas partes altas de Bom Jardim parece ter data marcada. Exatamente nos meses de primavera e verão, quando entra a estação chuvosa, é que a água começa a faltar nas torneiras, fato que dificilmente ocorre durante o inverno, no período de seca. A desculpa quase sempre é a mesma: quebras ou defeitos nos equipamentos de captação e distribuição. Esses equipamentos da Cedae, segundo foi apurado, são antigos, trabalham ininterruptamente e vivem dando defeito, recebendo por isso, constantes reparos. A empresa não tem peças de reposição em estoque, nem bombas reservas para operar em sistema de revezamento, como ocorre em municípios onde a distribuição de água é privatizada. Por isso, as soluções dadas pela empresa são paliativas e a população é obrigada a conviver por anos a fio com este problema recorrente.

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