quinta-feira, 13 de agosto de 2009

COLUNA DO A. MAGNO

Vôo perdido por culpa de um catatau

A. Magno

Apenas para recordarmos: o Dr° José Ferreira de Souza (falecido) nasceu em Bom jardim e era filho de João de Souza e Maria Ferreira de Souza. Bom-Jardinense roxo, fez carreira no INSS, iniciando como Office Boy e aposentando-se como Procurador. Um homem simples, atencioso e amigo, que em 15 de agosto estaria completando mais um aniversário. Em sua homenagem a história que se segue.

Em julho de 1969 cheguei a seu apartamento em Niterói para pernoitar e no dia seguinte embarcar para Recife às 6h30min no aeroporto do Galeão.

Lá pelas 22h00min quando nos preparávamos para dormir, falei:

– Ô Zé, faça o favor de ajustar o despertador pra despertar às 05h00min, e assim, eu chegar com calma no Galeão, certo?

Zé Ferreira olhou meio de banda e disse:

– Qual despertador?

Apontando para um que se encontrava numa prateleira, falei:

– E aquele ali, Zé?

Zé Ferreira, rindo falou:

– Xi, “folé”! ... Este aí, já era! ...

Preocupado, voltei à carga:

– E agora?

– E qual é o problema pra tanto espanto?– indagou na maior tranqüilidade.

– Zé, sem despertador, como é que eu vou acordar às 05h?

Zé Ferreira, apontando para uma gaiola com um “catatau”, respondeu:

– Olha ali o nosso “despertador”!

Pasmo com a solução, falei:

– Pô, Zé!... E você acha que dá pra gente confiar neste bicho?

Zé Ferreira, sério, contra atacou:

– Ô Folé, este catatau nunca negou fogo. Se negar, então o pé frio é você.

Zé Ferreira abriu a janela, botou a gaiola para o lado de fora e disse:

– Ô folé, deixa de fricotada e vamos dormir, porque a partir das 04h30min você vai começar a ouvir o show do nosso despertador; “pichachau! pichachau! Pichachau!...

Cansado, ferrei no sono confiante no “despertador”. No dia seguinte quando acordei – sem ouvir os gritos do catatau –, caia uma chuva fina, o pobre catatau estava todo molhado e o meu relógio de pulso marcava 6h15min. Aí, entrei em pânico, acordei o Zé Ferreira, que ainda meio sonolento, ao consultar o seu Seiko, perguntou:

– Ô folé, o que é que você ainda está fazendo por aqui a estas horas?

P... da vida, apontei para o catatau e falei:

– Zé... Simplesmente perdi o vôo por culpa do seu “pseudo despertador”!

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