sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Suspeito de matar cruelmente taxista de Bom Jardim é preso em Friburgo depois de tiroteio. Na delegacia, ele confessou o crime

Duas semanas após o desaparecimento do taxista bom-jardinense Francisco de Assis da Costa,o mistério finalmente chegou ao fim de forma trágica com a prisão de dois bandidos na RJ-130, em Nova Friburgo, logo após haverem ateado fogo em mais um carro. A prisão aconteceu depois de um tiroteio entre PMs e os bandidos, quando um deles foi ferido e o outro capturado. Interrogado, ele confessou ter assassinado, com requintes de crueldade, o taxista.O outro bandido ferido está internado no hospital Raul Sertã, com uma bala alojada na coluna que o deixará paraplégico.
Preso, Diego confessou que matou o taxista de Bom
Jardim e foi encaminhado para o Rio de Janeiro.

       O tiroteio aconteceu na quinta-feira, dia 20, envolvendo policiais e dois homens – Diego Rodrigues dos Santos, de 20 anos, e seu tio, Tiago Almeida Rodrigues, de 31. Segundo a PM, os suspeitos teriam assassinado o taxista desaparecido em Bom Jardim desde o último dia 04, quando o mesmo levou um passageiro, possivelmente seu assassino, para uma corrida a Nova Friburgo. Ainda de acordo com os policiais, os bandidos foram localizados depois que colocaram fogo em mais um carro na RJ-130, estrada que liga Nova Friburgo a Teresópolis, próximo à entrada do bairro Granja Spinelli. Os bandidos estavam em um ponto de ônibus, quando foram abordados pelos policiais. Eles reagiram e, durante o tiroteio, Tiago foi baleado e levado para o Hospital Raul Sertã. Seu sobrinho e comparsa foi preso e levado para a 151ª Delegacia Policial, onde confessou ter barbarizado, matado e queimado o corpo do taxista de Bom Jardim. Diogo já tem passagens pela polícia pelos crimes de sequestro, estupro e cárcere privado.
Com os bandidos, foram encontrados celulares, relógios, R$ 4.417 em dinheiro que pertenciam às vítimas e documentos do taxista de Conselheiro Paulino, José Carlos da Rocha, 55 anos, assaltado, sequestrado e torturado pela dupla naquela mesma tarde. Diogo ficou de ser transferido para um presídio, na cidade do Rio de Janeiro. Tiago continua internado e segundo os policiais, ficou paraplégico. Eles são acusados de torturar quatro taxistas este mês, além de matar o bom-jardinense. Ao ser detido, jovem admitiu que ossada carbonizada encontrada em casa abandonada seria mesmo de Assis. Com a prisão em flagrante dos dois bandidos, a polícia pôs fim à onda de assaltos seguidos de sequestros e torturas a pelo menos quatro taxistas da região, ocorridos só neste mês de dezembro.
Tiago e o sobrinho estavam na RJ-130 após terem sequestrado José Carlos e ateado fogo em seu táxi, o Prisma branco LQL 5615, em um terreno baldio da Granja Spinelli. A PM chegou até a dupla alertada por denúncia dando conta do incêndio do veículo. Ao chegar ao local e constatar o táxi Prisma ainda em chamas, os PMs fizeram um cerco nas imediações encontrando Tiago e Diego. O jovem confessou o crime. Ainda na mesma tarde, José Carlos denunciou o sequestro sofrido à polícia. O taxista reconheceu Diego na 151ª DP e contou aos comissários Elmo e Bruno Barbosa que Diego solicitara uma corrida da Praça Lafayette Bravo ao Jardim Califórnia por volta das 13h30.
Segundo o relato de José Carlos, no meio do caminho o jovem pediu para seguir para São Geraldo pela Estrada do Girassol, onde Tiago já estava à espera. Tiago então entrou no táxi e mudou a rota pela segunda vez, agora solicitando ao taxista que seguisse até o Córrego Dantas, pois ambos pretendiam encontrar um suposto patrão em uma criação de porcos. Chegando ao local, uma estrada de terra batida e bem erma, José Carlos foi rendido por Tiago e obrigado a passar para o banco traseiro, sendo levado em seguida até uma mata. Lá, agarrado por Diego, caminhou por cerca de dez minutos até uma floresta fechada, tendo sido amarrado a uma árvore com fios de eletricidade e amordaçado. O taxista foi torturado e Diego lhe perguntou qual parente ou amigo poderia contatar pedindo resgate. Como o taxista disse que ninguém na família tinha dinheiro, o jovem poucos minutos depois foi embora. José Carlos conseguiu se desvencilhar das amarras, voltou à estrada e pediu socorro ao motorista de uma Variant, que o levou até a Rodoviária Norte, em Duas Pedras, de onde foi até à Delegacia Legal denunciar o ocorrido.

Com frieza, Diego confessa que barbarizou com taxistas e leva a polícia ao local onde uma das supostas vítimas foi carbonizada.

Ao ser interrogado, Diego impressionou os próprios policiais pela tamanha frieza com que revelou detalhes das torturas praticadas com taxistas da região. O jovem confessou que, junto ao tio Tiago, com quem morava, dividia as tarefas criminosas, escolhendo as vítimas, sempre taxistas, aleatoriamente. A Diego caberia apenas incendiar os veículos após os assaltos seguidos de sequestros. O tio Tiago se encarregava das torturas. O jovem confessou ainda sua participação em todos os demais atentados contra taxistas da região só neste mês e levou os policiais até uma casa, em ruínas desde a tragédia de 2011, no Córrego Dantas, onde a polícia encontrou parte de uma ossada humana e um pedaço de crânio, tudo carbonizado. Diego sustentou que os restos mortais são do taxista Francisco Assis da Costa.  A polícia aguarda o laudo da necropsia para confirmar se a ossada é mesmo de Assis.
Diego revelou também que naquela ocasião, seu tio Tiago foi até a rodoviária de Bom Jardim, onde embarcou no táxi de Assis, o Palio prata KVW 4578, e encontrou com ele na Avenida Roberto Silveira, em Conselheiro Paulino, em frente à garagem da Faol. Ainda segundo o relato de Diego, os dois renderam o taxista, tomaram-lhe a féria de R$ 800 e Tiago levou Francisco até a casa em ruínas, onde o torturou até a morte e ateou fogo no corpo. O Palio de Francisco foi incendiado em um matagal do Morro das Contas, em Conselheiro, junto com mais dois veículos.

Diego também confessa sequestro de taxistas de Cachoeiras e do Centro de Turismo. Este último foi baleado e ainda está internado com balas na cabeça.

A série de atrocidades a taxistas cometidas pelo tio e sobrinho não parou por aí. Na 151ª DP, Diego admitiu também sua participação, junto com o tio Tiago, nos sequestros do taxista Rodolfo da Silva Garcia, 31 anos, de Cachoeiras de Macacu, e Paulo Cezar Fernandes Rocha, do ponto-base do Centro de Turismo, na Praça Dermeval Barbosa Moreira. Rodolfo foi sequestrado no último dia 6 por dois passageiros que solicitaram o desvio da rota para o Córrego Dantas. Lá Diego contou que o taxista foi rendido e deixado amarrado junto a uma árvore.  Já o taxista Paulo César foi alvo da dupla no último dia 15, ao volante de seu táxi, o Fiat vermelho LQL 5551, durante uma corrida do Centro de Turismo ao distrito de Mury. Ele foi rendido, baleado e deixado em uma estrada vicinal. Paulo César foi socorrido e ainda se encontra internado no hospital, segundo a polícia, com dois projéteis alojados na cabeça. Seu táxi, junto com o de Rodolfo, foi incendiado no matagal do Morro das Contas.   

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