quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Valorizando a Prata da Casa

Jorge Picciani *

Muitas empresas, hoje, terceirizam a seleção dos funcionários contratando especialistas em recursos humanos. Define-se um perfil e, a partir dele, os profissionais buscam dentre as centenas, e até milhares, de currículos enviados por correio ou internet o candidato ideal para o cargo. Mas até bem pouco tempo, isso estava restrito ao setor privado.
Com a sanção da lei 5.515/09, esta realidade começa a mudar também no setor público. De acordo com o texto, o Governo do Estado terá que construir um banco de currículos com a finalidade de cadastrar e divulgar, junto aos diversos órgãos da Administração Pública, o histórico dos servidores públicos estaduais interessados em preencher cargos estaduais. Caberá ao Poder Executivo, ainda, cadastrar trabalhadores que não sejam servidores públicos, mas que atendam aos requisitos exigidos para funções no estado. É a idéia do "Banco de Currículos", que toda empresa tem, sendo aplicada na gestão pública. Um passo importante, que permite colocar a pessoa certa no lugar certo.
Hoje, sem bons trabalhadores, sem material humano, não conseguimos prestar um bom serviço para a população. Por este motivo, investimos maciçamente na formação de funcionários através da Escola do Legislativo Fluminense. Não apenas para atuar no Parlamento, mas também nas Câmaras de Vereadores e Prefeituras do interior. Entendemos que se o funcionário já é pago pelo Estado, se já há mão de obra disponível no mercado interno capaz de atender à demanda por melhores serviços para a população, devemos organizá-la e fazer uso dela.
Com a evolução da tecnologia da informação, torna-se imperioso construir uma rede de conhecimento em que as competências dos servidores públicos de nosso estado possam ganhar visibilidade. Não tenho dúvidas de que desta ação surgirão boas e grandes surpresas. Afinal, temos um corpo de servidores competente e que, com esta iniciativa, poderá se apresentar e se candidatar a novos desafios perante os gestores de recursos humanos.
Com isso, vamos poder identificar com mais rapidez especialistas e, eventualmente, convocá-los para projetos especiais, valorizando a "prata da casa". Isso sem contar com a possibilidade de formar um cadastro de pessoas que têm interesse de servir ao estado e que poderão ser aproveitadas em funções de estado.
Ao absorver esta prática, já tão disseminada na iniciativa privada, estamos gerando mais oportunidades, fortalecendo nosso banco de dados na área de recursos humanos e dando novas alternativas para o trabalhador fluminense.


(*) Jorge Picciani é deputado estadual pelo PMDB e presidente da Alerj.

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