quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SOS BOM JARDIM – COLABORE COM O AUXÍLIO ÀS VÍTIMAS DA INUNDAÇÃO!


DEPOSITE QUALQUER VALOR NA CONTA ABERTA PARA ESSE FIM NO BANCO DO BRASIL
Informações para depósito:
Banco do Brasil - Agência 1652-7
Conta corrente: 20.000-X
Informações adicionais da conta:
SOS Bom Jardim - CNPJ: 28.561.041/0001-76
Os moradores atingidos pelas enchentes precisam de:

Colchonetes
Produtos de Limpeza (Vassouras, baldes, panos de chão)
Produtos de Higiene Pessoal
Roupa de Cama
Toalha de Banho
Água
Comida

FATOS & FOTOS DA EDIÇÃO Nº 490 E MAIS DETALHES SOBRE A TRAGÉDIA QUE SE ABATEU SOBRE BOM JARDIM NESTA SEXTA, DIA 28 NAS BANCAS!

SP3 encerra 2010 em grande estilo e inicia 2011 com muitas novidades para os alunos

CESAR CARVALHO (JORNAL MAIS) - O Colégio SP3 encerrou o ano letivo de 2010 em alto estilo, homenageando a aluna Juliana Erthal Monnerat, que conquistou o esperado diploma do Ensino Fundamental. Segundo a representante do educandário, Flávia Barroso Aguiar (foto), informou ao JORNAL MAIS, toda a equipe do educandário sente-se muito feliz de poder contribuir com um ensino de qualidade e competência. O SP3 vem mudando a história dos alunos que passaram por suas salas de aula e vieram a fazer parte também da história do colégio. Com tudo isso, as esperanças também se renovam neste novo ano de 2011, pois com certeza, muitas conquistas virão, por conta de um trabalho voltado e dedicado a seus alunos.

Flávia ressaltou ainda que a partir de 2011, a escola terá novos proprietários, passando a funcionar em regime de cooperativa educacional. Além dela, serão co-proprietários os educadores Altinéia de Fátima, diretora da escola municipal Armando Jorge, no bairro Bem-Te-Vi, pessoa dedicada à educação; professora Lucia, que é uma referência em Bom Jardim, onde desenvolve seu trabalho educacional, trabalhando a mais de 20 anos no Colégio Santo Agostinho; e o professor Francisco, que trabalha na prefeitura de Bom Jardim. Todas essas pessoas, pode-se dizer que mudaram a história do SP3 e o rumo da Educação na história do município.

“Para 2011, o colégio virá com algumas novidades, a começar por sua nova sede, que já está em reforma para abrigar as melhorias que estão sendo implantadas para os seus alunos, visando lhes oferecer um melhor atendimento e conforto para seus estudos”, disse Flávia. O novo endereço para matrículas, já abertas a partir do dia 10 de janeiro, é na Praça Coronel Monnerat, 176, ao lado da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. O telefone agora é 9104-1271, que está de plantão para atender as novas matrículas e a renovação das mesmas. Os alunos que estão vindo das redes de ensino estadual e municipal terão desconto especial ao se matricular no SP3. Estão abertas as matrículas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, correspondentes à 5ª a 8ª série.

Parceria com empresas da região

Entre as novidades que serão implantadas em 2011, Flávia destacou que o SP3 já entrou em entendimentos com diversos empresários da região, visando o aprimoramento educacional e a qualificação profissional de funcionários, tendo fechado um contrato de parceria com a Plastseven. Por isso, informa às demais empresa interessadas que está oferecendo a todos a oportunidade de qualificar e valorizar sua mão-de-obra, proporcionando um ensino de qualidade para todos que necessitam de aperfeiçoamento e crescimento profissional.

Finalizando, Flávia informou que os alunos que concluíram os cursos em 2010 já tiveram seus diplomas enviados para a Coordenadoria de Ensino da Secretaria Estadual de Educação, onde a inspetora escolar do SP3 irá fazer a conferência e a publicação dos mesmos. Mais informações na secretaria da escola.

Como ajudar? Sugestão de kits para doações aos desabrigados

Felizmente, graças a generosidade de muitas pessoas realmente solidárias para ajudar a amenizar um pouco o sofrimento de centenas e centenas de familiares que ficaram desabrigadas, vale a sugestão:

KIT Bebê

Amido de Milho

Fralda descartável

Biscoito Maisena

Leite Ninho

Neston

Papinha Nestlé

Geléia de Mocotó

Leite em pó infantil

Hipoglós

Lenço umedecido

Shampoo infantil

Escova de cabelo infantil

Chupeta

Sabonete neutro infantil

KIT Cesta Básica

Suco

Sal

Óleo

Massa de tomate

Macarrão

Leite em pó

Enlatados (sardinha, atum, milho, ervilha, etc…)

Fubá

Feijão

Farinha

Café

Biscoito salgado

Biscoito doce

Arroz

Açúcar

Achocolatado

KIT Higiene

Absorvente

Algodão

Condicionador

Cotonetes

Desodorante

Escova de dente

Fio dental

Pasta de dente

Pentes

Escovas para cabelo

Barbeador

Sabonete

Shampoo

KIT Limpeza

Água Sanitária

Álcool

Esponja de aço (Bombril)

Balde

Amaciante

Desinfetante

Detergente

Escova

Esponja

Inseticida

Pano de chão

Rodo

Sabão em barra

Sabão pastoso

Sacos de lixo

Vassouras

Folias de Reis de BJ brilharam em Teresópolis

O “Encontro de Folias de Reis da Região Serrana”, reunindo grupos folclóricos de diversas cidades da região lotou a Praça Balthasar da Silveira, em Teresópolis, nos dias 8 e 9 de janeiro. O evento se constituiu na primeira iniciativa do Corredor Cultural da Região Serrana, recentemente criado pelo Fórum de Gestores de Cultura da Região Serrana Fluminense, tendo sido promovido pela secretaria de Cultura do município vizinho, em parceria com o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro (Padec). Foram mais de 20 horas de devoção e fé misturadas a muita tradição, cultura e emoção.

O encontro reuniu no sábado e domingo, 20 folias de reis, vindas de dez municípios da região, além de Teresópolis, e encantou centenas de pessoas presentes. De Bom Jardim, participaram do evento, como convidados, os grupos de Folias de Reis Estrela do Oriente Mirim e Estrela da Guia da Floresta. Uma a uma, também se apresentaram grupos das cidades de Macuco, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Trajano de Moraes, Carmo, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu Cordeiro e Cantagalo.

Entre os participantes, integrantes das folias de reis, era nítido o sentimento de devoção e emoção, dos mais velhos às crianças. “Agradeço a linda homenagem que recebemos em nossa chegada. Foi emocionante. Estamos muito felizes em participar deste encontro. Teresópolis merece os parabéns pela organização e por valorizar as folias de reis. Elas não podem acabar. Que outros municípios sigam este exemplo”, elogiou Gerson Temperini, presidente da Associação de Folias de Reis de São Sebastião do Alto. Mestre da Folia de Reis Estrela do Oriente Mirim, de Bom Jardim, Charles Carvalho concordou. “Participo de folias desde os três anos. Cresci dentro das folias e tenho muito orgulho da nossa religiosidade, da missão que cumprimos, da tradição. Cantando na folia, me sinto melhor em tudo. É nosso segundo ano no encontro em Teresópolis e foi ótimo. Muito bem organizado”, ressaltou.

Frei Francisco Spoto, um dos relevantes nomes que integra a história religiosa de Bom Jardim

Por Thiago Dias

Uma das figuras que certamente integra a história de Bom Jardim é o religioso da Ordem dos Agostinianos Descalços, Frei Francisco Spoto. O frade completou no dia 21 de dezembro 70 anos de sacerdócio e dez dias depois (31), celebrou seu aniversário natalício.

Frei Francisco, junto com outros religiosos da Ordem, veio para o Brasil em 1948. A partida aconteceu no Porto de Gênova, na Itália. A viagem, no navio “Ana Costa”, durou 14 dias. Logo que chegaram ao Rio de Janeiro, ele e os confrades foram recebidos na casa dos Agostinianos Recoletos, no Rio de Janeiro.

Em 1961, Frei Francisco assumiu a paróquia de São José do Ribeirão e três anos depois, tornou-se pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Bom Jardim. O religioso foi um dos colaboradores para a fundação do Colégio Santo Agostinho, inaugurado solenemente em 1972. Nesta mesma instituição de ensino ele lecionou história. Em 1984, Frei Francisco resolveu voltar para Itália e atualmente reside em Marsala, na Sicilia, um local dedicado à produção de vinhos.

Excelentes oportunidades de trabalhos em Bom Jardim:

Empresa da área ambiental contrata para o município de Bom Jardim:

  • um (01) estagiário matriculado em curso de nível superior na área de meio ambiente – biologia, geografia, geologia, engenharia ambiental, arquitetura, agronomia ou áreas afins, e
  • um (01) Técnico Agrícola com curso concluído.

Os candidatos devem ter disponibilidade para viagens e experiência em atividades de Educação Ambiental e os currículos devem ser enviados para o e-mail lucianapolly@hotmail.com. Mais informações pelos telefones (22) 2566-2778 ou (22) 8844-8438.

DIÁCANO: Como foi a sua indicação para se tornar prefeito de Bom Jardim (1ª parte)

(*) Erthal Rocha

Sempre gostei de política, que no bom sentido, já foi definida como a arte de governar os povos. Atualmente, muitos governantes tentam desmoralizar o conceito, atolados em corrupção, cujo mau exemplo é dado pelos altos escalões (mensalão, dólar na cueca etc). É provável que minha vocação tenha vindo dos antepassados. Meu avô materno Eugênio Erthal, um dos fundadores do município de Bom Jardim em 1893, foi presidente da Câmara Municipal de 1909 a 1915. Na época ainda não existia o cargo de prefeito, criado em 1922, quando foi ocupado também por um parente, Péricles Corrêa da Rocha, sendo assim o primeiro prefeito de nossa terra. Meu primo Edmo Erthal foi Prefeito de Bom Jardim em dois mandatos, com notável atuação. Seu arrojo e espírito progressista dotaram nossa terra, nos idos de 1955, de um cinema moderno em prédio próprio de 700 lugares, com palco para teatro e concerto, existente até hoje. Na época foi considerado o melhor cinema do centro-norte, com projeção excelente e impecável som estereofônico. Nossos conterrâneos Léa da Silveira Dias e Mauro Barreto que, por muitos anos, nele atuaram podem testemunhar o sucesso daquele empreendimento. Outro primo José Luiz Erthal foi deputado estadual em três legislaturas, com profícua atuação, tendo presidido a importante Comissão de Finanças. Foi, ainda diretor da Caixa Econômica e do Banerj, cargos que exerceu com competência, probidade e espírito público. Sua proveitosa vida pública foi interrompida por seu prematuro falecimento em 1960, causado por insidiosa enfermidade. Amaral Peixoto, quando governador do Estado (1950/1954) declarou que tinha profundo respeito pelo então deputado José Luiz Erthal por sua lisura e atuação sempre voltada para o interesse dos fluminenses, apesar de pertencer a um partido de oposição ao seu governo.

Formado em Direito e já exercendo o jornalismo em Niterói, este articulista acompanhava de perto o movimento político bom-jardinense e estadual. Alimentava o desejo de ser candidato a deputado estadual. Nosso candidato natural, José Luiz Erthal já estava afastado das lides políticas, conforme assinalei. Vinha constantemente a Bom Jardim. Intensifiquei minha colaboração ao Prefeito José Guida, então provedor da Santa Casa, na campanha visando obter recursos para a construção do novo hospital. O antigo e acanhando prédio, próximo ao cemitério, havia sido desapropriado pelo Estado, para a passagem da rodovia. O valor pago foi insuficiente para a obra, tão necessária ao município. A população participou em peso da mobilização para a construção, que contou também com o apoio dos quatro únicos médicos de Bom Jardim, na época, João Luiz e Astrogildo Erthal, Fábio Monnerat e Celso Erthal, este recém formado e que se tornaria um ícone da cirurgia, dando inegável projeção ao nosso município na região centro-norte.

Corria o ano de 1957, a política estadual estava agitada. O Governador era Miguel Couto, eleito pelo ex-interventor e ex-governador Amaral Peixoto, rompera com seu patrono. O deputado estadual Roberto Silveira (PTB) que tinha sido secretário de Justiça no governo Amaral Peixoto, desejava ser governador. Tentou obter o seu apoio e de seu poderoso partido, o PSD, mas não conseguiu. Mesmo sem o bafejo de seu antigo chefe e protetor, Roberto Silveira não desistiu. Miguel Couto, já rompido com Amaral, lançou sua candidatura ao Senado. O candidato de Amaral Peixoto ao governo do Estado era Getúlio Moura, de Nova Iguaçu. Roberto conseguiu o apoio de Miguel Couto e da máquina estadual, mas sentiu que não poderia vencer o seu antigo chefe e padrinho político, considerado imbatível. Não teve constrangimento, bateu às portas da UDN, legenda tradicionalmente adversária de seu partido e cujos líderes no âmbito estadual eram Mário Guimarães, Alberto Torres, Saramago Pinheiro e Jorge Loretti, para propor uma aliança política. Estava consciente de que era a única maneira de vencer o pleito. A coligação foi homologada em tumultuada convenção da UDN, na Assembléia Legislativa, em Niterói, a ela comparecendo para impedi-la e execrar seus líderes, com discursos agressivos, os deputados federais Carlos Lacerda e Raymundo Padilha, que não conseguiram demover os correligionários. Nós representávamos os anseios dos fluminenses e eles o interesse dos cariocas. O Rio, na época, ainda era capital da República. Concretizada a coligação, Roberto Silveira (foto acima) foi eleito governador, em 1958, derrotando o velho Comandante, como era chamado por seus correligionários e sua poderosa organização partidária. Miguel Couto foi eleito senador. A vitória da coligação UDN/PTB foi expressiva em todo o Estado e em Bom Jardim, elegendo Diácano Alves Vieira prefeito, cuja eleição será analisada no próximo artigo.

Observação: As legendas daquela época eram: UDN-União Democrática Nacional; PSD-Partido Social Democrático e PTB que conserva a nomenclatura. Esta siglas e as demais existentes foram extintas pelo governo militar em 1966, dando origem a apenas dois partidos: ARENA e MDB. O primeiro deu origem ao PDS para apoiar a situação, cuja existência não foi duradoura e o segundo é o atual PMDB. O bipartidarismo fracassou e deu origem a proliferação das chamadas legendas de aluguel que tanto mal tem feito ao país.

(*) Célio Erthal Rocha é advogado, jornalista, membro do IHG/BJ e articulista do JORNAL MAIS BOM JARDIM.

Créditos e justos agradecimentos pelo esforço na cobertura da tragédia

Apesar de não termos apresentado na edição passada, registramos agora os devidos “créditos” e “agradecimentos” à Ana Amélia Mendes, Luiz Otávio de Andrade, Geraldo Carvalho, Lug Martins, Thiago Dias, César Carvalho e diversos outros, que nos enviaram muitas fotos da “tragédia que se abateu em Bom Jardim” e que de acordo com nossas disponibilidades de espaços frente a especial cobertura, tivemos oportunidade de publicar. Muito agradecido a todos!

Luiz Antonio Dias - Jornal Mais

Terabyte mantém população de Bom Jardim conectada mesmo durante enchente

O provedor de Internet Terabyte Banda Larga deu show de competência, qualidade e comprometimento diante da tragédia que abalou a cidade e toda a região serrana. Sem telefonia fixa e móvel, sem pontes e passagens, o provedor foi o ÚNICO meio de comunicação durante os dias posteriores à enchente, considerada o maior desastre natural ocorrido no país.

No dia do acontecimento e nos dias seguintes ao mesmo, enquanto a população ainda estava alarmada e abalada, os clientes da Terabyte permaneceram conectados, pois a empresa disponibilizou em sua sede um computador para que todos pudessem enviar notícias aos parentes e amigos, sem fazer diferença de quem era ou não assinante.

Com isso, provaram ter responsabilidade social e comprometimento com a cidade e sua população. Mesmo com pouco tempo no mercado, está mais que comprovado que a Terabyte provém, para pessoas físicas, empresas e instituições, o SERVIÇO DE INTERNET DE MELHOR QUALIDADE de Bom Jardim.

Governo prorroga vencimentos de ICMS e IPVA para os município atingidos pela chuva

Por Ana Amelia Mendes

Junto aos demais municípios que decretaram estado de calamidade pública, a população de Bom Jardim foi beneficiada pela medida adotada pelo decreto do governador Sérgio Cabral que prorrogou os vencimentos de ICMS e IPVA. No caso do ICMS, os vencimentos no período de 10 de janeiro a 28 de fevereiro poderão ser parcelados em até 6 vezes, com primeiro vencimento no dia 29 de julho e os vencimentos subsequentes no último dia útil dos meses seguintes. As exceções, de acordo com a secretaria estadual de Fazenda, são para empresas enquadradas no Simples Nacional, que, por ser projeto federal está fora da ingerência estadual.

Já o IPVA para residentes registrados nos municípios passarão a ter as seguintes datas:

- Cota única com desconto de 10%: 16/3

- Cota única sem desconto: 14/4

- Parcelado: 1ª parcela em 16/3; 2ª parcela em 14/4 e 3ª parcela em 18/5

As novas datas são as últimas do calendário original do IPVA e coincidem com as datas de pagamento das placas de final 9.

Fonte: www.fazenda.rj.gov.br

Autoridades sanitárias emitem alerta e informações sobre leptospirose e diarréia

População de cidades afetadas pela catástrofe deve ficar atentas a sintomas de doenças causadas pelo contato com a água contaminada.

A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil alerta aos moradores das cidades da Região Serrana, atingidas pelas fortes chuvas que tiveram contato com a água da chuva, incluindo é claro Bom Jardim, para que fiquem atentos a sintomas como diarréia, febre, dor de cabeça e dores pelo corpo, principalmente na batata-da-perna. Esses sintomas podem ser resultado de doenças que vem depois das enchentes, como a leptospirose e diarréias. Ao perceberem estes sintomas, as pessoas devem procurar um serviço de Saúde, como posto de saúde ou hospital.

A leptospirose é tratável, mas é importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes. Trata-se de uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina do rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes, e qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminada poderá se infectar. A bactéria penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cidades atingidas pela catástrofe climática na região serrana recebem ajuda internacional

Maior ajuda será do Banco Mundial, com empréstimo de R$ 814 milhões

Bom Jardim, Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal, as sete cidades atingidas pelas fortes chuvas, que caíram sobre a região serrana do Rio de Janeiro, no último dia 12, além da verba prometida pelo governo federal, estão recebendo ajuda internacional para atender as vítimas e auxiliar na reconstrução das áreas destruídas. Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, Equador e até a China responderam positivamente ao pedido de ajuda do governo do Estado e anunciaram o envio de dinheiro, alimentos e medicamentos, bem como de especialistas no enfrentamento de desastres naturais. Outra ajuda tem chegado por meio de instituições financeiras, que destinarão recursos para colaborar na reconstrução das cidades. A Alemanha enviou uma equipe da organização Humedica International, com seis técnicos, que irão mapear as necessidades médicas da região.

Além disso, o país confirmou a doação de uma tonelada de medicamentos às vítimas da tragédia. O governo norte-americano ofereceu US$ 150 mil, cerca de R$ 252 mil, do fundo de assistência emergencial internacional (USAID) para a compra de medicamentos, kits de higiene, cobertores e filtros d'água. A organização britânica Shelterbox enviou aos municípios atingidos mil pacotes contendo insumos básicos para atender as famílias desabrigadas. Cada unidade contém uma tenda que abriga até seis pessoas, um colchão, fogareiro, purificador de água, mosquiteiro, panelas, copos, talheres e livros para as crianças. A organização inglesa também enviará ao Brasil uma equipe de seis pessoas para coordenar a implantação dos acampamentos. Outra ajuda veio de Portugal, que destinou cinco médicos legistas para auxiliar na identificação das vítimas. A Comissão Européia também ofereceu ajuda e está analisando a possibilidade de doar o correspondente a 200.000 euros, disponibilizados através de duas organizações não-governamentais, a Fundação ABRINQ-Save the Children e a CARE-Brasil.

Para ajudar na reconstrução das cidades, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) fez uma doação emergencial de US$ 200 mil (R$ 336 mil) e continuará dialogando com as autoridades para definir outras ações. O Banco Mundial concederá ao Governo do Estado um empréstimo de US$ 485 milhões (R$ 814 milhões), que serão destinados às áreas de habitação e ao gerenciamento de desastres, em apoio ao programa “Morar Seguro”. O Governo do Estado encaminhará o pedido de empréstimo ao Senado Federal, em fevereiro, quando for aberto oficialmente o ano legislativo. Uma parcela de US$ 200 milhões deve estar à disposição em abril e os US$ 285 milhões restantes no último trimestre deste ano. No final da semana passada, integrantes de uma Organização Não Governamental (ONG) chinesa, de ajuda a vítimas de catástrofes, estiveram visitando as áreas atingidas e fizeram pessoalmente doações em dinheiro diretamente para os flagelados abrigados em prédios públicos. Em Bom Jardim, os chineses estiveram no Colégio Estadual Ramiro Braga (CERB), no Ciep 322 e em escolas municipais, onde entregaram pessoalmente um envelope com uma quantia não revelada para cada família albergada.

Prefeitura constrói nova ponte de pedestres e Exército desmonta ponte flutuante provisória

Diversas mulheres passaram mal e tiveram que ser socorridas durante travessia do rio

A prefeitura de Bom Jardim construiu no último dia 24, segunda-feira, uma nova ponte de madeira entre as duas margens do Rio Grande, ligando o pátio do Galpão Cultural ao Maravilha Clube, visando facilitar a travessia de pedestres. Com a construção da nova passarela, o Exército desmontou a ponte flutuante que havia instalado no local, pois muitas pessoas, principalmente senhoras e pessoas idosas, não estavam conseguindo realizar a travessia, nem mesmo com a ajuda dos soldados. Algumas mulheres tiveram crises nervosas e passaram mal, precisando ser socorridas pelos militares e levadas de ambulância para o Hospital Celso Erthal.

Presente ao local, a reportagem do JORNAL MAIS ouviu os passantes e também constatou que a ponte provisória do Exército balançava muito durante a travessia, além de ficar muito perto da superfície da água, o que causou temor em algumas mulheres, que entraram em pânico e precisaram de socorro. Além disso, os passantes também tinham que colocar coletes salva-vidas e todo o processo de travessia era muito demorado ocasionando filas enormes. As pessoas ainda esperavam mais de uma hora na fila, debaixo de sol quente. O movimento piorou na segunda-feira, quando as agências bancárias da cidade, finalmente começaram a funcionar e muita gente, além de enfrentar a fila para a travessia, ainda encontrou enorme aglomerado de pessoas nas portas e no interior dos bancos.

A situação só foi melhorar, acabando de vez com as filas quilométricas, após a construção da nova ponte, feita com material retirada da pinguela que estava no local da ponte do Maravilha, também levada pelo rio. No local, o Exército Brasileiro já começou a construir a nova ponte metálica, que irá restabelecer a travessia de veículos, que vêm de Nova Friburgo, em direção a Bom Jardim e demais municípios da região Centro-Norte. A passagem havia sido interrompida com a queda da ponte da RJ-116, no último dia 12.

Prejuízos com a enchente devem passar dos R$ 75 milhões em Bom Jardim

O secretário municipal de Obras, Thiago Muniz Braga, já estimou os prejuízos causados pelas cheias que afetaram o município, que devem chegar a mais de R$ 75 milhões, mais que o dobro do orçamento anual da cidade, de R$ 30 milhões. Segundo ele, o município pode levar até quatro anos para se recuperar. Duas semanas após a enchente, as marcas dos deslizamentos de encostas e da enxurrada ainda continuam bem visíveis, com diversas casas destruídas e quase todas as pontes derrubadas. Embora a cidade só tenha sido registrada uma morte, os estragos foram ainda maiores do que em Nova Friburgo, que teve cerca de 400 óbitos. Enquanto na vizinha cidade, um dos principais motivos da tragédia foi a construção de moradias em encostas, Bom Jardim teve como um dos grandes vilões a ocupação das margens do Rio Grande, que corta o município.

Embora o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fixe em 300 metros a área mínima não edificável (non edificandi) à beira dos rios, a regra não era respeitada por dezenas de imóveis localizados no bairro de São Miguel e nas localidades de São José e Banquete. O Bom Jardim Maravilha Clube teve piscinas, sauna, dois campos de futebol e salão de festas destruídos. O mesmo aconteceu com a sede da Guarda Municipal, três postos de saúde e um galpão da prefeitura onde ficavam máquinas pesadas, caminhões, veículos escolares e ambulâncias (foto acima). Municípios vizinhos, como Duas Barras e Cordeiro, estão emprestando retroescavadeiras e outros equipamentos para retirar a lama. O agricultor aposentado Devaldo de Aguiar, de 67 anos, foi um dos que sofreram prejuízos, por ter imóveis alugados à beira do Rio Grande. “Perdemos tudo. Jamais imaginei que isso aconteceria”, disse ele.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Seis mil casas populares serão construídas para desabrigados na Região Serrana

União de construtoras vai possibilitar a doação de duas mil casas. As demais serão construídas pelo governo estadual

Nos momentos complicados, o brasileiro mostra sua força e se destaca pela solidariedade. A tragédia que atingiu a Região Serrana do Rio e deixou centenas de pessoas mortas e outras milhares desabrigadas ou desalojadas comoveu um grupo de construtoras que anunciou a construção de 2 mil casas populares para quem perdeu suas moradias nas sete cidades atingidas pelas chuvas do começo do mês.

As construtoras MRV, RJZ/Cyrela, Gafisa, PDG, Rodobens e Rossi fazem parte do programa habitacional do Governo Federal "Minha Casa, Minha Vida" e chegaram a um acordo com o governador Sérgio Cabral para construírem unidades nos sete municípios afetados pelas enchentes e doarem às vítimas. O anúncio oficial do acordo será feito nesta quinta-feira, durante encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio Guanabara.

Ficará a cargo do governo do Rio ceder os terrenos e a infraestrutura. "Na próxima semana, vamos começar os trabalhos de topografia e sondagem no terreno da Fazenda da Laje, de cerca de 2 milhões de metros quadrados. Ele fica no distrito de Conselheiro Paulino, em Nova Friburgo, e foi desapropriado pela prefeitura", disse o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão.

Além das 2 mil unidades oferecidas pelas construtoras, Pezão contou que a intenção é construir seis mil. "Também em Nova Friburgo, estamos em entendimentos com o proprietário de um terreno onde pretendemos erguer 800 moradias", completou o vice-governador, que afirmou ainda que vai se reunir com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães, e o subsecretário-executivo de Obras do Estado, Hudson Braga, para conversar sobre a construção de casas populares na Região Serrana.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Moradores de São José do Ribeirão ainda sofrem com consequências do temporal

Cobra branca aparece nas ruas e assusta população (foto ao lado)

Moradores do distrito de São José do Ribeirão, em Bom Jardim, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, ainda sofrem as consequências do temporal do dia 11. Muitos perderam os móveis e seus pertences, pois a água chegou a subir oito metros da casa das pessoas.

O aposentado José Jorge Nascimento, de 64 anos, e sua família quase foram carregados pela enxurrada. Ele contou que teve que subir no telhado da casa com a esposa e a filha para escapar da enchente.

- A nossa sorte é que tínhamos umas cadeiras que pegamos emprestado em uma lanchonete. Colocamos uma em cima da outra e ficou alto. Assim, pudemos subir e fugir rápido para o telhado. Foi um desespero. Perdemos tudo o que tínhamos dentro de casa.

O carro de Nascimento foi totalmente tomado pela chuva. A água também entrou na casa dos vizinhos. O rio Grande, que passa atrás da casa do aposentado, transbordou. Ninguém conseguia sair de onde estava no dia seguinte. A família dele ficou muito tempo no telhado esperando a água escoar.

Os moradores buscaram abrigo no Colégio Estadual Professor João Brasil, onde estão sendo levadas as doações, e alojadas 27 pessoas. No dia da enchente, muitos tentaram entrar na escola, mas o portão estava fechado.

A casa onde mora o pastor Arlindo Pereira da Rosa Júnior, de 50 anos, tem dois andares. A água chegou a cobrir o terraço no dia da enchente. Ele e sua família não tiveram como se abrigar no segundo andar.

- Realmente foi algo que a gente nunca viu. Foi tudo muito rápido. Não deu tempo de retirar as coisas de dentro de casa. Estamos abrigados na casa de uma vizinha e limpando a nossa casa há mais de dez dias.

Cobra da terra assusta moradores

A preocupação da população de São José do Ribeirão é também com os animais peçonhentos. Por causa da devastação da mata e das encostas, muitos fogem de seu habitat natural e invadem as ruas. Uma cobra branca tem aparecido frequentemente na lama que ainda não secou. Ela tem aproximadamente 30 cm e se esconde por baixo da terra.

O secretário municipal de Saúde de Bom Jardim, Udson Monerat Gonçalves, de 29 anos, disse que vai mandar uma equipe da vigilância sanitária percorrer as ruas para identificar os animais que representam perigo à saúde pública.

- Nós não temos informação ainda desta cobra. Mas como ficamos sabendo agora, iremos entrar em contato com a vigilância sanitária para verificar a maneira de combater este tipo de animal.

Ainda segundo o secretário, equipes da secretaria de Saúde estão percorrendo as casas para fazer o trabalho de higienização e alertando as pessoas sobre a importância de tomar vacina e os cuidados com a saúde.

Ele disse que as equipes de resgate já chegaram às localidades que estavam isoladas no início da semana, como Ribeirão Capitão, Fazenda Velha, São Domingos e Colonial 61.

O atendimento médico está sendo feito no Colégio Estadual Professor João Brasil, já que a unidade de saúde da família do município ficou completamente inundada. O secretário de Saúde informou que o distrito de São José do Ribeirão recebeu 3.000 doses da vacina antitetânica.

Bens públicos municipais também foram seriamente atingidos pela enchente em Bom Jardim


Além de pontes, pontilhões e passarelas, um ônibus escolar, carros oficiais, móveis, computadores e outros equipamentos da municipalidade foram destruídos pela enchente

A catástrofe climática que se abateu sobre a região serrana no último dia 12, além de ceifar centenas de vidas e deixar milhares de desalojados e desabrigados em toda a região, também causou grande prejuízo material à municipalidade, destruindo prédios, veículos e outros bens patrimoniais da prefeitura de Bom Jardim. No bairro São Miguel, um dos mais atingidos, a enchente invadiu o Centro de Educação Infantil Viviane Verly Pereira, o prédio da Guarda Municipal, o Telecentro Comunitário e o Centro de Saúde Honório de Freitas Guimarães.

No bairro Maravilha, a enxurrada também invadiu o Jardim Zoológico, deixando montanhas de lama podre no local. Grande parte das grades de proteção do local desabou com a força das águas. Além disso, a base de operações da secretaria municipal de Obras e Serviços Públicos, que fica em frente ao Maravilha Clube, também foi inundada, bem como o pátio nos fundos do Galpão Cultural, localizado na Rua Luiz Correa. Nestes dois locais, vários carros oficiais que estavam estacionados foram arrastados para dentro do Rio Grande e ficaram danificados. Em São José do Ribeirão, cuja sede do distrito ficou debaixo de 5 metros de água, um ônibus escolar recentemente adquirido pelo governo estadual e doado para transportar estudantes em Bom Jardim, rolou cerca de 100 metros barranco abaixo e só foi parar dentro do córrego. Também o semáforo da prefeitura, que disciplinava o trânsito no entroncamento das rodovias RJ-116 e RJ-146, ficou parcialmente destruído e inutilizado.

Isso, sem contar com as pontes, pontilhões e passarelas que foram levadas pelo rio e precisam ser refeitas em todo o município. A prefeitura também precisará remover barreiras e consertar diversas estradas vicinais que foram danificadas na zona rural, a fim de restabelecer o livre acesso às localidades mais distantes. As cheias do Rio Grande também causaram prejuízos a outras empresas públicas e privadas, prestadoras de serviços essenciais ao município. A adutora da Cedae no Campo Belo foi destruída, bem como a tubulação de água que passava sob as pontes que o rio levou, deixando diversos bairros sem o líquido.

O setor de telefonia também foi seriamente afetado, pois a base de operações da Oi Telemar, no bairro Maravilha, teve grande parte de seus equipamentos danificados pela água da chuva. Com isso, os telefones fixos deixaram de funcionar e só foram restabelecidos na manhã de sábado, dia 22. Dezenas de postes e cabos das redes elétrica e de telefonia caíram dentro do rio e foram levados pela enxurrada. Com isso, a Ampla e a Oi tiveram que utilizar vias alternativas para restabelecer os serviços em tempo recorde.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ponte metálica começa a ser montada em Bom Jardim

Exército instala ponte flutuante para pedestres no bairro Maravilha

Aos poucos, a cidade de Bom Jardim, que ficou isolada por causa das chuvas, está voltando a ter acesso por terra. Neste sábado, 22, o Exército instalou uma ponte flutuante para a passagem de pedestres, que vai substituir a ponte provisória, que permite o acesso entre os bairros que ficaram isolados e o centro da cidade. Com a travessia sobre o Rio Grande interrompida, a ajuda aos moradores só era possível chegar pelo ar, com o auxílio de helicóptero da Marinha e da Força Aérea Brasileira (FAB). Já a ponte metálica, que começa a ser montada no lugar da improvisada pinguela, permitirá a passagem de veículos, capaz de suportar até 70 toneladas, começa a ser montada a partir deste domingo, 23, sobre o Rio Grande, no bairro Maravilha.

Toda a estrutura metálica para montagem da ponte veio do Rio do Grande do Sul, em um comboio com cinco caminhões e 60 homens do Exército. Ela substituirá a ponte antiga que ligava Bom Jardim a Nova Friburgo e que foi destruída após a enchente da semana passada. Segundo o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, a base da ponte deve estar concluída na próxima segunda-feira, 24, se as condições climáticas forem favoráveis.

Um dos engenheiros contratados pela Rota 116, João Peres, de 56 anos, ficou responsável pela retirada dos escombros da ponte que desabou. Os técnicos trabalham com a ajuda de duas máquinas retroescavadeiras. Enquanto a ponte não fica pronta, os moradores de Bom Jardim improvisaram uma passarela de pedras e madeira. Ela é cercada por arame para evitar que as pessoas caiam no rio. O pedreiro Jorge Luiz de Souza, de 35 anos, toma conta da passarela para evitar que muitas pessoas passem ao mesmo tempo no local. Ele contou que perdeu todos os imóveis durante o temporal de terça-feira, 11. "Eu fico aqui monitorando a passagem. Eu libero a ida e a volta por cinco minutos, em esquema de revesamento. Eu perdi todos os meus pertences, mas pelo menos não perdi a casa. O que importa é ajudar todo mundo" revelou. Antes da passarela ser construída, os moradores atravessavam de botes de um lado para o outro para buscar alimentos, água e donativos.

A costureira Maria Dilza Toledo, de 46 anos, está sem água em casa desde o dia da tragédia na serra fluminense. Ela mora no bairro São Miguel com dois filhos e está abastecendo a casa com doações. "Estamos buscando água nos locais de doação. Estamos sem tomar banho direito desde a semana passada", disse. De acordo com os moradores, parte do município ainda está sem água. A luz já foi restabelecida. O serviço de telefonia fixa ainda está interrompido. A rede bancária e a agência dos correios e o Bazar do Paulier permanecem inoperantes até então. Apenas a agência lotérica local está funcionando.

Confira no vídeo abaixo algumas das imagens da enchente em Bom Jardim:

http://www.band.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000392106

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Veja o vídeo: Bom Jardim destruída pelas força das águas

FATOS & FOTOS DA EDIÇÃO Nº 489 E TUDO SOBRE A TRAGÉDIA QUE SE ABATEU SOBRE BOM JARDIM NESTA SEXTA, DIA 21 NAS BANCAS!

Advogada da prefeitura de BJ morre soterrada em Friburgo

Como funcionária da Prefeitura Municipal de Bom Jardim de aproximadamente três anos para cá, a friburguense Valeska Bussinger Namen, advogada que passou no último concurso municipal para assim poder ingressar na PMBJ, acabou vindo a morrer soterrada com sua família na vizinha cidade de Nova Friburgo, onde residia. Dra. Valeska era Assessora Jurídica da Secretaria Municipal de Fazenda de Bom Jardim e este triste acontecimento, naturalmente consternou profundamente também colegas de trabalho e os muitos amigos que conquistados.

Valeska Bussinger Namen, tinha 36 anos, estava grávida de três meses e soterrada com ela em Nova Friburgo, faleceram seu esposo e a senhora sua mãe Maria Otília. Valeska também era secretária executiva da ONG Univida, que luta pelo direito e proteção dos animais.

Ex-prefeito de Nova Friburgo morre soterrado em seu sítio

Na tarde do último dia 17, foi encontrado o corpo do ex-prefeito de Nova Friburgo Paulo Cezar Vassallo de Azevedo, que faleceu soterrado em seu sítio, no distrito de Campo do Coelho, que fica próximo a rodovia Friburgo-Teresópolis. Paulo Azevedo tinha 72 anos, era friburguense, advogado e foi prefeito Nova Friburgo de 1989 a 1992 e de 1997 a 2000. No mesmo sítio, já haviam sido resgatados com vida sua esposa, o caseiro e familiares. Mas o corpo do filho de Azevedo continuava desaparecido. Filho de operários da Fábrica de Rendas Arp, sediada na cidade, "Paulinho", como era conhecido, começou na política como secretário Geral de Governo na administração do falecido ex-prefeito de Nova Friburgo e ex-deputado federal, o médico Amâncio Mário de Azevedo, seu tio.

Além de secretário geral da Prefeitura de Nova Friburgo e prefeito da cidade, Azevedo foi presidente da comissão Especial de Construção do novo Sistema de Abastecimento de Água de Nova Friburgo, assessor jurídico da Comissão de Direitos Humanos e presidente do diretório do PMDB de Nova Friburgo. Dezenas de moradores de Friburgo acompanharam o enterro do ex-prefeito, que aconteceu no final da tarde no Cemitério São João Batista.

FILHO DE PAULO AZEVEDO É ENCONTRADO - Entretanto, notícias de última hora deram conta de que Mateus Azevedo, 20 anos, filho do ex-prefeito de Nova Friburgo, Paulo Azevedo, que morreu na tragédia, não está desaparecido como foi noticiado. A mãe do rapaz, Deuza Rodrigues, confirmou que o filho está vivo.
"Ele saiu da casa do pai para me levar ao hospital. Quando voltamos, a tragédia já tinha acontecido. Andamos oito quilômetros até chegar o local do corpo. Se não fosse meu filho, os bombeiros não iria achar meu ex-marido. Graças a Deus Mateus está bem", disse ela.
Deuza contou que, Mateus ainda conseguiu falar com o pai pela última vez por volta das 4h. "Ele disse que estava entrando água no quarto e de repente a ligação foi interrompida. Nessa hora é que deve ter desabado tudo", lembrou a ex-mulher do prefeito que foi encontrado debaixo dos escombros de sua casa em Campo Coelho.

Drama e difícil situação vivida pelo vereador Gastão

Banquete, 3º distrito de Bom Jardim também foi duramente castigado pela enchente e verdadeira catástrofe que se abateu em nossa região. Localizado, digamos assim bem próximo da parte abaixo de Nova Friburgo, Banquete de forma lógica e facilmente compreensiva, recebe toda a água que deságua no vizinho município friburguense. Por isso, além de dezenas de casas totalmente destruídas e todos os estragos sofridos, coube, lastimavelmente ao vereador Carlos Gastão Pinto Carrilho, protagonizar um episódio dos mais tristes e cruéis em termos de sofrimentos.

Devido a ter sido submetido a séria intervenção cirúrgica no intestino, o vereador Gastão morador de Banquete, acabou ficando ilhado, com sua casa praticamente destruída e sem a mínima condições de sair ou poder ser retirado do local. Assim, sem poder se locomover, ainda convalescendo da delicadíssima operação, Gastão chegou a passar fome, frio, num completo desconforto, inclusive sem seus medicamentos necessários, até que seis dias depois conseguiu ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros e uma equipe de socorro. Agora, ele se encontra bem, ainda sob cuidados médicos. O drama vivido pelo querido vereador e admirado cidadão Carlos Gastão, foi inclusive objeto de reportagem do canal SBT de televisão em seu telejornal da noite deste dia 18, terça-feira. Veja acima na reprodução da TV, o momento em que bombeiros e voluntários removiam o vereador numa maca improvisada.

São Miguel foi um dos bairros mais arrasados de Bom Jardim

Por Luiz Otávio de Andrade - Bom Jardim (RJ) - luizbalduino@hotmail.com

O nível do Rio Grande alcançou nível até então inimaginável, atingindo bairros nobres como o Campo Belo e Jardim Ornellas, sendo que um dos mais destruídos foi o populoso São Miguel. Os supermercados Supremo (foto ao lado) e Sacolão Super Erthal ficaram destruídos, assim como o depósito de gás existente no local teve arrastando mais de 700 botijões. Farmácias, Posto de Saúde e dezenas de casas às margens do Rio Grande foram arrastadas e destruídas. A mesma enxurrada de incrível volume d’água, afetou também de forma surpreendente o Bom Jardim Maravilha Clube o Galpão da Prefeitura, assim como devastou o pouco que restava do Zoológico que já estava sendo desativado pela municipalidade. A chamada Ponte do Maravilha foi destruída também, assim como o bairro Babaquara também registrou muitos danos. Caminhões e automóveis, muitos deles ainda bem novos, foram arrastados e totalmente destruídos.

Foi doloroso ver os tristes rostos das pessoas chorando e atemorizadas com esta tragédia. Dona Conceição, foi uma das inúmeras moradas que teve sua casa levada pelas águas, que levou também a passarela da amizade. “É difícil acreditar no que estamos vendo”, disse Luiz Carlos Junqueira, que ficou do outro lado rio falando sobre a casa do seu filho Maycon completamente destruída, só restando a foto do quartinho com a cama. Até a máquina de lavar que havia comprado com grande dificuldade foi levada pelas águas!

Hoje, estive com o Dr. Daniel Nascimento, engenheiro da Usina Santa Rosa, onde fica a barragem. Ele percorreu de helicóptero toda a Região e disse que apesar do nível do Rio Grande ter subido a níveis bastante elevados próximo da soleira, aos 28 metros, ficando dentro do esperado e suportado. Afirmou que esta marca não chegou ao vertedouro, mesmo assim chegando a uma marca considerada normal e prevista, numa estimativa máxima para ocorrer, daqui a 10 mil anos.

Garantiu que não existe perigo algum com relação a barragem, o que apenas ocorreu foi a entrada de água nas casas de máquina, mas que já está tudo sobre controle e sendo resolvido.

CERB passa a ser Pólo de Assistência

Devido toda a situação que afetou duramente Bom Jardim, o conhecido CERB – Colégio Estadual Ramiro Braga, no centro da cidade, se transformou num "Pólo de Assistência". No pátio do educandário, alimentos e roupas foram colocados em sacolas plásticas, contendo itens básicos para a alimentação.

O helicóptero dos bombeiros sobrevoou a cidade para ajudar a resgatar e transportar pessoas que foram vítimas das chuvas. Funcionários da Prefeitura de Bom Jardim e voluntários trabalham para ajudar bom-jardinenses que sofreram com a calamidade.

A secretária municipal de Promoção e Assistência Social, Regina Bergamo Monnerat (foto acima) informou que a entidade está atuando diretamente junto aos desabrigados e pessoas necessitadas, cuidando para que nada falte à população neste momento difícil que a cidade está atravessando.

Regina disponibilizou à população um número telefônico para atendimento de emergência, além de endereço de e-mail, que pode ser conferido abaixo:

Novo telefone da Secretaria Municipal de promoção e Assistência Social: (22) 8819-5737/ (22) 2566-2500 (Regina Helena Bergamo Monnerat) - Bom Jardim - RJ - Email: promocaosocialbj@altarede.com.br.

Carta ao meu pai...

(*) Vítor Lourenço

Amanhã (dia 20) seria seu aniversário, pai! Lembro que todos os anos fazíamos churrasco. Jogávamos buraco quase que o dia inteiro e tomávamos todas as cervejas da geladeira. Mas pai! Esse ano não seria um dia muito feliz. Estamos daqui de longe ainda imaginando o que fazer. Estamos tentando buscar respostas e, talvez elas estejam bem diante de nós.

Pai, olhar para os destroços e as ruínas bem em frente as nossas almas tem sido muito difícil. Olhar para o rosto das pessoas que durante anos com o suor do trabalho conseguiram montar suas casas, mobiliar, ter um carro e, em questões de minutos tudo se vai. Olhar para uma cidade com semblante triste, imóvel, dolorido e destruído tem nos tornados fracos, impotentes e ainda assim sabemos que temos de vencer a avalanche que sobre todos nós desmoronou.

Lembra Pai, que lá em Areal você já tinha perdido tudo em uma enchente, eu ainda, nem sabia o que estava acontecendo. Mas, sobrevivemos e você venceu tudo, viemos para Bom Jardim. Crescemos, construímos nossas vidas, e até a família cresceu. Não perdemos nada, não perdemos vidas, mas todos nós perdemos; até mesmo nós que não fomos atingidos, porque a dor é muito forte diante desses destroços a nossa volta.

Pai, passar pela lembrança de seu aniversário, não tendo mais entre nós e nesse dia tão doloroso tem nos machucado muito. Então eu lhe peço Pai, de onde você estiver nos vendo, de onde você puder nos ajudar, olhe por nós, peça por nós; porque Pai, iremos reconstruir tudo, pedaço por pedaço, casa por casa, vidas por vidas, com a força e coragem que Deus nos permitir ter. Nossas bênçãos Pai e, de qualquer forma, feliz aniversário!

(*) Vítor Lourenço

Diretor Presidente Bom Previ.

Bolsa Família de BJ avisa:

Atenção beneficiários do Programa Bolsa Família atingidos pela enchente ocorrida no município de Bom Jardim. Com intuito de minimizar as dificuldades encontradas por estas pessoas, o governo federal liberou o pagamento de benefícios sem a apresentação de documento de identidade para os meses de janeiro e fevereiro de 2011. Para isso, os beneficiários que perderam todos os documentos, inclusive o cartão do Bolsa Família, devem se dirigir ao Colégio Estadual Ramiro Braga para pegar a declaração especial de pagamento com a Priscila Ladeira.

Moradores de cidades afetadas pela tragédia podem sacar parte do FGTS

No último dia 18, um decreto publicado no "Diário Oficial da União" ampliou o limite do valor do saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para vítimas de enchentes. Antes fixado em R$ 4.650, equivalente a dez salários mínimos segundo a lei que vigorou no ano passado, o limite foi ampliado para R$ 5.400.

A medida leva em conta o valor do novo mínimo, fixado por medida provisória em R$ 540, mas que ainda depende de aprovação do Congresso. Na semana passada, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) já tinha dito que a presidente Dilma Rousseff poderia assinar um decreto permitindo a ampliação do limite de saque mesmo sem a definição no Congresso do novo salário mínimo.

O saque do FGTS depende do saldo disponível na conta de cada trabalhador e vale para pessoas que vivam em municípios que tenham decretado estado de calamidade pública por causa das chuvas, o que inclui, por exemplo, a cidade de São Paulo e a região serrana do Rio de Janeiro.

Para fazer o saque, o trabalhador deve apresentar algum documento oficial de identificação (carteira de identidade, de habilitação ou passaporte), além de comprovante de residência e carteira de trabalho. Quem recebe o Bolsa Família precisa ainda levar o cartão do benefício. O trabalhador que tiver perdido os documentos nas chuva terá de pedir uma declaração à prefeitura.

A retirada pode ser feita em qualquer agência da Caixa Econômica. O banco afirma que montará postos avançados nas regiões atingidas.

Depois da tempestade, sempre vem a bonança

Aos poucos, cidade começa a ter vida normal

Depois que o pior já passou, aos poucos, Bom Jardim começa a viver sua rotina normal do dia-a-dia. Alguns serviços ainda não foram restabelecidos como os telefones fixos, que continuam mudos em toda a cidade. Por conta disso, até a própria redação do JORNAL MAIS foi afetada, e além do telefone, também ficou sem internet, serviços essenciais para o trabalho jornalístico. Num esforço de reportagem, a equipe do jornal vem se desdobrando para cobrir os acontecimentos em toda a cidade, utilizando computadores emprestados, com conexões dos provedores locais de internet a cabo. Apesar disso, ainda há certa instabilidade no serviço de telefonia móvel, que às vezes para de funcionar e a conexão com internet também costuma cair a qualquer momento.

Todo o atendimento bancário no município também continua paralisado, fazendo com que o Ministério da Fazenda, prorrogue o prazo para pagamento de tributos federais em toda a região atingida, que agora podem ser feitos em até seis meses. A água potável também não havia voltado às torneiras de alguns bairros, como Bem-Te-Vi e São Miguel, mas a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) está se empenhando para resolver em breve, a situação.

Por todo o município, é possível ver gente está trabalhando para a situação voltar a normalidade. O Exército deve montar ainda esta semana uma ponte metálica trazida do Rio Grande do Sul, substituindo a que caiu no bairro Maravilha. Inicialmente, a proposta era usar a ponte para restabelecer a ligação no km 102 da RJ-116, mas devido ao grande buraco aberto pelo rio no local, a distância de mais de 50m ficou muito grande para ser coberta pela ponte. No caso, os engenheiros do DER-RJ disseram que ali deverá ser erguida uma ponte de concreto, que vai demorar mais tempo para ser concluída, fazendo com isso que a ligação de Bom Jardim com Nova Friburgo continue interrompida.

Para minimizar o problema, os funcionários da empreiteira Dimensional, que está trabalhando na ampliação da RJ-146, a estrada que dá acesso a São José e Barra Alegre, se engajaram na limpeza das ruas do bairro São Miguel, retirando toda a lama com o auxílio de caminhões. Agora, como auxílio de máquinas, caminhões e tratores, foi aberta emergencialmente, uma rua ligando São Miguel ao Bem-Te-Vi passando por dentro da mata existente logo acima do Ginásio Poliesportivo Edgar Erthal. Com a nova rua e com a ponte instalada, haverá maior mobilidade de carros, ônibus, caminhões e motos dentro do município.

Outro setor que está funcionando precariamente é o de transporte coletivo, por conta das pontes que caíram no município. A Expresso Farinha colocou um micro-ônibus circulando no centro da cidade, ligando os bairros Novo Mundo e Campo Belo. Outro coletivo liga São Miguel a São José, Santo Antonio e Barra Alegre e um terceiro já faz linha para Banquete. De São Miguel também parte um coletivo para Maria Mendonça e Ponte de Zinco, no distrito de Trajano de Moraes. A 1001 e a Brasil colocaram linhas para outros municípios da região Centro-Norte. Nova Friburgo continua sendo a única cidade para a qual ainda não foi restabelecido o transporte coletivo.

Engenheiros do DER-RJ já deram início à reconstrução da ponte da RJ-116 no Bem-Te-Vi, onde está sendo feito trabalho de recuperação do acesso à rodovia RJ-146. Gigantescos caminhões basculantes trazem grandes blocos de rocha, que são jogados no enorme buraco aberto pela correnteza, onde as máquinas estão reassentando as rochas e tentando restabelecer a ligação das duas rodovias o mais breve possível.

Serviços bancários também estão paralisados em Bom Jardim e governo federal prorroga prazo de pagamento de contas atrasadas

O rompimento de cabos de telefonia e internet também paralisaram todo o atendimento bancário prestado no município. Os bancos Itaú, do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão sem operar, desde que as chuvas castigaram a cidade e o Rio Grande transbordou a níveis nunca vistos antes, levando todas as pontes do município e com elas, a tubulação de água da Cedae, postes da rede elétrica e os cabos de comunicação. Apesar de informações não oficiais darem conta que todo o sistema bancário opera via satélite, o mesmo está fora do ar, sem previsão para retornar.

Para alguns serviços como pagamentos, por exemplo, algumas pessoas precisam recorrer à agência da cidade de Cantagalo, a mais de 30 km de Bom Jardim, onde tudo funciona normalmente. Muitos comerciantes reclamam que, com os bancos fechados, fica difícil fazer pagamentos de boletos, funcionários e retirarem talão de chegues. Outro fator é a falta dinheiro em circulação, impossibilitando as pessoas de fazerem suas compras no centro da cidade, comércio que foi pouco atingido e está funcionando. A Loteria da Sorte e o Bazar do Paulier, por sua vez, estão recebendo pagamentos de boletos até o vencimento no valor de R$ 2.000, sendo boleto da Caixa Econômica Federal. De outros bancos o limite de valor é de até R$ 1.000. Também é possível pagar contas de luz, água e internet. Quem tem débito automático ou realiza pagamento de contas pela internet, não foi afetado pela paralisação bancária.

PRORROGAÇÃO DE VENCIMENTOS – Ciente do problema, o governo federal determinou a prorrogação do vencimento de contas e tributos federais vencidas ou a vencer entre os dias 11 e 31 de janeiro. Agora, os contribuintes das cidades atingidas pela catástrofe terão prazo de seis meses para quitar os tributos federais.

Acúmulo de lixo incomoda moradores do Bem-Te-Vi, que se unem para realizara a coleta

A comunidade do bairro Bem-Te-Vi Amarelo vem se organizando para realizar a própria coleta de lixo domiciliar, acumulado desde a última semana, por falta passagem para os caminhões de lixo contratados pela prefeitura. Sofrendo ainda com a falta de abastecimento de água potável, telefonia fixa e acesso ao centro da cidade, os moradores vêem no acúmulo de lixo outro problema a ser resolvido com urgência, pois o mal cheiro já começa a se manifestar e com ele, poderá vir a infestação de ratos, baratas e outros insetos, além da formação de focos transmissores de doenças. Para resolver o problema, os próprios moradores se mobilizaram para fazer a coleta do lixo no bairro. Um morador, proprietário de um caminhão caçamba, chegou a ceder o veículo e voluntários vão ajudar a recolher o lixo, que foi depositado na beira da rua. Um carro com megafone percorreu as ruas do bairro, solicitando à população que depositasse o lixo na rua dentro de sacolas plásticas. O lixo seco recolhido deverá ser queimado e o molhado será enterrado num espaço cedido pela prefeitura do município.

Desabrigados de Bom Jardim vão receber aluguel social de R$ 400 em fevereiro

O governo do Rio de Janeiro e as prefeituras dos municípios atingidos pelas fortes chuvas da última semana assinaram um convênio nesta quinta-feira, 20, prevendo a liberação de R$ 40,8 milhões para o pagamento do aluguel social aos desabrigados. As famílias devem receber o benefício a partir de fevereiro.

"A perspectiva é que, em fevereiro, sete mil famílias das sete cidades afetadas recebam o aluguel social. Queremos tirar as pessoas do desconforto, da apreensão, levá-las para uma residência, com um salário digno", disse o governador Sérgio Cabral, após assinar o convênio em Teresópolis.

A partir deste dia 21, sexta-feira, as prefeituras começam a fazer o cadastro dos desabrigados que terão direito ao benefício. O dinheiro atenderá seis mil famílias de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, que receberão R$ 500 por mês. Em Areal, Bom Jardim, Sumidouro e São José do Vale do Preto, o aluguel social será de R$ 400 e vai beneficiar cerca de mil famílias.

Falta d’água no Bem Te Vi deve ser solucionada em breve

Uma equipe da Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) esteve na tarde deste dia 19 no bairro Bem-Te-Vi Amarelo, onde o abastecimento de água ainda não foi normalizado e encontra-se paralisado desde o dia 12, por conta da queda da ponte na RJ-116 e da adutora do Campo Belo, arrastadas pelas cheias do Rio Grande. O bairro concentra um grande número de habitantes, que estão sofrendo com a falta do líquido, para o asseio e alimentação. A equipe técnica da Cedae fez uma avaliação e agora tentará viabilizar a passagem de um tubo por cima do Rio Grande, em substituição à tubulação levada pelas chuvas junto com a ponte.

Segundo os técnicos, a medida provisória a ser tomada, será esticar um cabo de aço sobre o rio e sustentar a canalização neste cabo, para que o bairro possa ser atendido com abastecimento de água. A expectativa é de que a Cedae tome logo as providências cabíveis e o abastecimento de água no bairro volte logo ao normal, aliviando os moradores que estão sofrendo com a sua falta. Enquanto a água encanada não vem, uma solução provisória e paliativa foi encontrada pelos técnicos do órgão: Caminhões-pipa estão trazendo água de Banquete e colocando num reservatório existente na Rua Graciano Cariello, de onde o líquido é bombeado para as partes altas do bairro.

Tráfego aéreo de helicópteros nunca visto nos céus da cidade traz ajuda para população

Nos últimos dias, os céus de Bom Jardim foram sacudidos com pesado e impressionante tráfego aéreo de helicópteros nunca antes visto no município. Aeronaves de vários tipos, do Exército, Marinha, da Força Aérea Brasileira (FAB), do Corpo de Bombeiros e de equipes de televisão cruzavam os céus a todo instante. Muitas traziam autoridades e outras desembarcavam toneladas de donativos, vindos de postos de arrecadação de todo o país. Os campos de futebol de São Miguel e do Bom Jardim Esporte Clube estão servindo de base para o pouso dos veículos, muitos deles de grande porte, emitindo um barulho ensurdecedor.

Um helicóptero da FAB também chegou para ajudar pessoas isoladas em Bom Jardim. No município, após uma semana da catástrofe que fez uma vítima fatal e deixou mais de 2,5 mil desabrigados, ainda existem vários locais isolados, onde não foi possível chegar motorizado para levar alimentos e água. Na quarta-feira, 19, a FAB também veio com sua aeronave e homens para atender essas comunidades de Bom Jardim, onde a ajuda só pode chega pelo ar.

Além das estradas, em alguns lugares não tem telefone e muitas pessoas estão desavisadas sobre parentes, por falta de comunicação. Outro problema é a falta de abastecimento de água, que ocorre no Bem-Te-Vi e outros bairros da cidade, onde até o momento foi registrado apenas uma morte, existindo apenas três pessoas desaparecidas. O Exército Brasileiro também anunciou que até sábado, 22, estará chegando ao município uma ponte metálica a ser montada no bairro Maravilha, restabelecendo a ligação entre o centro da cidade e São Miguel.

Governo autoriza antecipação de benefícios a sete cidades do Rio

Mais de 100 mil pessoas devem ser beneficiadas com a medida, no valor de R$ 114 milhões

Portaria publicada nesta quinta-feira (20) no Diário Oficial da União autoriza a antecipação do pagamento de aposentadorias e pensões para vítimas da chuva na região serrana do Rio de Janeiro.

Além de Bom Jardim, também serão beneficiados os segurados dos municípios de Sumidouro, Teresópolis, Petrópolis, Areal, São José do Vale do Rio Preto e Nova Friburgo. A carência será de dois meses e o valor será descontado ao longo de 36 meses. A portaria entra em vigor nesta quinta.

Na quarta (19), o novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Luciano Hauschild, informou que mais de 100 mil pessoas serão beneficiadas com a medida. Segundo ele, serão antecipados 145.605 benefícios, no valor de R$ 114 milhões.

Invadida pelas águas, Apae-Nova Friburgo vive momentos difíceis e pede ajuda

A Apae Nova Friburgo, instituição que atende a mais de 500 famílias do município e até de cidades vizinhas, foi novamente devastada pela enchente do último dia 12. As águas chegaram a 3,30m, destruindo quase tudo dentro e fora do prédio da entidade, deixando a mesma sem condições de funcionamento. A presidente Dorinha vem recorrendo aos órgãos de comunicação, no sentido de sensibilizar as pessoas a ajudarem a resolver o problema, já que a Apae-NF não tem recursos próprios e sobrevive de repasses de verbas e doações.

“Sabemos que neste momento, o mais importante é a vida humana. No entanto, muitas famílias da nossa APAE perderam tudo e até este momento não sabemos quantas crianças perdemos. Precisamos urgentemente reconstruir nossa Instituição, tendo em vista ser a única referência que estas famílias terão para recomeçar suas vidas, já tão sofridas”, disse Dorinha, pedindo a quem puder ajudar.

As doações em dinheiro de qualquer quantia podem ser depositadas no Banco Itaú, agência 0222, conta nº 50528-1. Dorinha informou ainda o site da instituição, no endereço web www.novafriburgo.apaebrasil.org.br , onde as pessoas poderão conhecer o trabalho que vem sendo desenvolvido e onde serão brevemente exibidos fotos e vídeos dos últimos acontecimentos.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Affonso Monnerat é o novo chefe do gabinete da reconstrução criado por Sérgio Cabral

Vice-prefeito Paulo Barros assume a prefeitura durante o processo de recuperação dos estragos provocados pela enchente.

O prefeito de Bom Jardim, Affonso Monnerat (foto), foi escolhido pelo governador Sérgio Cabral para chefiar o novo gabinete da reconstrução dos municípios atingidos pela catástrofe climática do último dia 12 de janeiro. A notícia foi divulgada no site oficial do governo do Estado do Rio de Janeiro e confirmada pelo site www.jusbrasil.com.br. Affonso Monnerat, também é presidente da Associação dos Prefeitos do Estado do Rio e do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Serrana (CIS-Serra). Ele responderá ao vice-governador Luiz Fernando Pezão, que acompanha as operações de resgate e de ajuda aos sobreviventes em Nova Friburgo desde o dia 12. "São sete cidades muito machucadas. Temos um cronograma: primeiro é dar dignidade aos vivos, cuidar das pessoas e resgatar com dignidade os mortos. Depois, recuperar as cidades", disse Cabral.

Acompanhado por Affonso Monnerat, o governador do Rio visitou ontem, 17, os municípios de Bom Jardim, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto, três dos atingidos pelas chuvas. Na semana passada, ele já estivera em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Nova Friburgo concentra o maior número de vítimas - 312 até o início da noite de ontem. Petrópolis tem 2.800 desabrigados (pessoas que perderam suas casas), e outros 3.600 desalojados (pessoas que foram obrigadas a sair de casa). Em Nova Friburgo, são 1.970 desabrigados e 3.220 desalojados. Já em Teresópolis, 1.280 pessoas perderam suas casas, e 960 deixaram suas residências. Sumidouro tem 15 mil habitantes, e 3.000 ainda estão ilhados, ou seja, não conseguiram ser acessados pelas equipes de resgate. A prefeitura informou que 50 pontes em toda a cidade foram completamente destruídas.

A Aeronáutica iniciou na manhã de ontem o funcionamento de seu hospital de campanha, instalado em Itaipava. A força militar está dando ainda suporte na área de comunicações, oferecendo telefones e internet em um centro montado na região. Ao todo, 200 homens da Força Aérea Brasileira (FAB) atuam na região, entre médicos, enfermeiros, pilotos e especialistas em comunicações. Três helicópteros estão sendo empregados nos resgates da região, e outras duas aeronaves estão de prontidão no Rio. Estão mobilizados ainda dois aviões para buscarem mantimentos que estão sendo doados em todo o Brasil. O hospital de campanha ficará aberto das 8h às 17h, com capacidade para atender até 400 pessoas por dia.

Também ontem, o corpo do ex-prefeito de Nova Friburgo Paulo Cezar Vassallo de Azevedo, foi encontrado soterrado em seu sítio, na estrada Friburgo-Teresópolis. Segundo a prefeitura, Azevedo foi soterrado no fim de semana. Azevedo tinha 72 anos, era friburguense e advogado. Foi prefeito de 1989 a 1992 e de 1997 a 2000.

Depois da enchente em Bom Jardim, o palmeirense Tinga quer levar família para SP

A enchente que castigou o município de Bom Jardim no último dia 12, isolou os familiares do jogador Tinga, do Palmeiras, pois o bairro Jardim Boa Esperança ficou sem comunicação com o centro da cidade, devido à queda de uma ponte no bairro Maravilha, além de haver falta de energia elétrica, água, telefone e outros serviços. Com isso, o volante já está pretendendo levar toda a familia para morar em São Paulo, onde o jogador poderá dar mais assistência aos pais, irmãos e demais parentes.

Tinga disse ainda que perdeu contato com parentes por vários dias, mas não soube de vítimas fatais na cidade destruída pelas águas. "Eu fiquei bem agoniado, sem saber notícias sobre o que estava acontecendo. Depois de vários dias, tive contato com meu pai. Está tudo bem. A cidade acabou. Quem está dentro não sai e quem está fora não tem como entrar. Graças a Deus, não teve nenhuma vítima", afirmou.

Tinga esteve na cidade pouco antes das chuvas. O jogador passou um período de férias em Bom Jardim, onde participou de jogos amistosos e beneficentes, tendo retornado à capital paulista uma semana antes da tragédia. Segundo ele, boa parte da cidade está destruída. "Eu fiquei bem triste. É uma vida que você constrói ali. Vários campos destruídos, casas derrubadas. Saí de lá há duas semanas e a cidade estava inteira. Agora, está destruída. Em anos anteriores chovia, mas não tão forte. A água passou em lugares inacreditáveis. Vai deixar lembranças para o resto de 2011", ressaltou.

Apesar de não ter perdido familiares, Tinga revela que ficou sabendo da morte de pessoas conhecidas de Nova Friburgo. Além disso, sonha em poder trazer a família para São Paulo nos próximos anos. "Tenho amigos em Friburgo, pessoas conhecidas. Sempre tenho em mente trazer a família, mas tem minha avó lá. Já chamei minha mãe para mudar, mas ela não vem por causa dela", completou.

O Palmeiras, aliás, vem ajudando na arrecadação de doações para as vítimas. Alimentos, roupas e brinquedos estão sendo recebidos na Academia de Futebol, na Barra Funda.

DER acredita liberar até sábado rodovias estaduais atingidas na região serrana do Rio

Órgão conta com cerca de 90 homens e maquinário para auxiliar na limpeza e recuperação das cidades

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) intensificou os trabalhos para liberar e desobstruir as estradas localizadas na Região Serrana do Rio afetadas pelas chuvas que vem castigando a região desde a última terça-feira, 11. O órgão conta com um efetivo para cerca de 90 homens e maquinário em geral, como retroescavadeiras, pás mecânicas e caminhões.

A previsão é que as rodovias atingidas estarão totalmente liberadas até o próximo sábado, 15, caso as condições climáticas favoreçam o andamento dos trabalhos. O DER-RJ salienta ainda que equipamentos do órgão já estão a disposição dos municípios mais castigados, auxiliando na limpeza e recuperação das cidades.

Segue abaixo o último balanço das estradas estaduais:

A RJ-142, que liga Nova Friburgo a Casimiro de Abreu, está com o tráfego em meia pista no trecho que liga Muri a Lumiar. Equipes do DER-RJ já atuam na limpeza e desobstrução de barreiras ao longo da via. Já o trecho que liga Lumiar a Casimiro de Abreu está livre ao tráfego.

A RJ-134 continua interditada na altura do km 14, no bairro Jaguara, até São José do Vale do Rio Preto por causa do transbordamento do Rio Preto. Além disso, no trecho inicial da rodovia até o local obstruído, caíram, aproximadamente, 14 barreiras.

A RJ-134 liga o distrito de Posse, em Petrópolis, à localidade de Campanha, em Teresópolis. Equipes já se encontram no local para agilizar os trabalhos.

Ainda na Região Serrana, a RJ-172, que liga as cidades de Macuco e Manuel de Moraes, está interditada ao tráfego no trecho compreendido entre os km 5 e 18, devido ao transbordamento do Rio Grande.

Em São Sebastião do Alto, a RJ-176 também está interditada devido ao transbordamento do Rio Grande.

Em Santo Antonio de Pádua, a RJ-186 que foi parcialmente invadida pela queda de uma árvore no trecho entre São Pedro de Alcântara e Pirapetinga, já se encontra totalmente liberada ao tráfego.

O órgão também já removeu a barreira que se encontrava na RJ-145, no trecho que liga Passa Três (Rio Claro) a Manuel Duarte (Rio das Flores).

O DER-RJ informa que está fiscalizando o reparo da ponte localizada na RJ-116, na entrada do município de Bom Jardim, no trecho que está sob administração da concessionária.

O DER-RJ mantém a interdição da RJ-163 na altura do km 20, em Visconde de Mauá, na região do Médio Paraíba. A rodovia está fechada na subida da serra por motivos de segurança enquanto não for descartado o risco de rolamento de pedras, que permanece enquanto as chuvas não cessarem. As vias alternativas à RJ-163 são as RJ-151 e RJ-161.

O órgão ainda não informou como pretende resolver o problema ocorrido no quilômetro zero da RJ-146, que liga Bom Jardim aos distritos de São José e Barra Alegre, onde as duas pistas da rodovia desabaram, deixando as duas localidades isoladas do centro da cidade.