sexta-feira, 27 de maio de 2022

Fribourg, na Suíça, comemora com atraso, os 200 anos da imigração para Nova Friburgo, Brasil

Par Alexander Toele (directement de Suisse).


Com um atraso devido à pandemia, autoridades dos dois países inauguraram em 16 de maio, segunda-feira, no Canton de Fribourg, na Suíça, uma placa de bronze (foto) para lembrar dos emigrantes que fundaram, em 1820, uma colônia nas montanhas do Rio de Janeiro e batizaram com o nome Nova Friburgo, para homenagear sua cidade natal na pátria distante.

"Em memória dos suíços friburguenses que, em busca de uma vida melhor, foram para o Brasil", escreve a placa inaugurada na praça Nova Friburgo, na capital do cantão com o mesmo nome. Foi Raphaël Fessler (presidente da Associação Friburgo-Nova Friburgo), de quem surgiu a iniciativa aprovada pelo Parlamento municipal (Conseil général, em francês) de construir um monumento para lembrar o bicentenário da fundação de Nova Friburgo.

Muitos cidadãos friburguenses-suíços se reuniram para celebrar os 200 anos da imigração ao Brasil, defronte à placa comemorativa (foto). O presidente da Associação Fribourg-Nova Friburgo Raphaël Fessler, o prefeito de Fribourg Thierry Steiert e a embaixatriz do Brasil Cláudia Fonseca Buzzi fizeram o descerramento (foto).

As autoridades municipais colocaram ao lado da placa um código QR, que permite aos turistas terem acesso por celular a um site da cidade de Fribourg, contando a história da colonização. "Nosso objetivo com essa placa é também de explicar à população da nossa cidade porque essa praça se chama Nova Friburgo e quais são as nossas ligações com o Brasil", afirma Thierry Steiert que, em 2018, fez parte de uma delegação formada por autoridades municipais e cantonais, além de cidadãos de Fribourg, em visita oficial à Nova Friburgo.

Fome levou à emigração

Toda história começa com a erupção do vulcão Tambora na Indonésia em 1816, a maior já registrada na história humana, causando o que se chamou de "ano em que não houve verão". O fenômeno provocou anormalidades climáticas severas que destruíram plantações na Europa e outras partes do mundo, causando fome e morte.

O Brasil necessitava de colonos e a Suíça tinha uma população empobrecida, interessada em procurar uma chance em outros lugares. Os dois governos fizeram um acordo e, em 4 de julho de 1819, pouco mais de dois mil suíços, dos quais 830 vinham do cantão de Fribourg, partiram do porto de Estavayer-le-Lac. Em 3 de janeiro de 1820, o rei luso-brasileiro D. João VI (que estava no Brasil fugindo das invasões napoleônicas na Europa) fundou então "Nova Friburgo", distante 130 quilômetros do Rio de Janeiro, onde foram viver todos os imigrantes que havia sobrevivido à dura viagem.

"Algumas comunas de Fribourg venderam terras para financiar a viagem dos colonos mais pobres", explica Fessler. Ao seu lado, o historiador Martin Nicoulin, autor da primeira tese de doutorado (La Genèse de Nova Friburgo) sobre a colonização suíça de Nova Friburgo, acrescenta: "Os habitantes tinham que prometer que nunca mais voltariam".

A Associação Fribourg-Nova Friburgo foi fundada em 1978, que na época tinha Heródoto Bento de Melo como prefeito da cidade brasileira, já organizou seis viagens de delegações suíças com até 400 pessoas à Nova Friburgo. O bicentenário foi comemorado em 2018, lembrando a data em que o tratado de colonização foi assinado pelo Rei D. João VI e o governo cantonal de Fribourg.

A placa comemorativa fixada em um edifício na Praça Nova Friburgo, pela prefeitura local, tem um texto escrito em francês, alemão e português.

FOTOS: Valentine Brodard.

Version française:

Fribourg, Suisse, célèbre tardivement 200 ans d'immigration à Nova Friburgo, Brésil

(Par Alexander Thoele, tout droit venu de Suisse)

Avec un retard dû à la pandémie, les autorités des deux pays ont inauguré lundi 16 mai, dans le Canton de Fribourg, en Suisse, une plaque de bronze en souvenir des émigrants qui ont fondé, en 1820, une colonie dans les montagnes de Rio de Janeiro. et baptisés du nom de Nova Friburgo, pour honorer leur ville natale dans la lointaine patrie.

"A la mémoire des Fribourgeois suisses qui, à la recherche d'une vie meilleure, se sont rendus au Brésil", écrit la plaque inaugurée à la place Nova Friburgo, dans le chef-lieu du Canton de Fribourg. C'est Raphaël Fessler (président de l'Association Fribourg-Nova Friburgo) qui est à l'origine de l'initiative approuvée par le Conseil général de construire un monument commémorant à le bicentenaire de la fondation de Nova Friburgo.

De nombreux citoyens fribourgeois se sont réunis pour célébrer les 200 ans de l'immigration au Brésil, devant la plaque commémorative. Le président de l'Association Fribourg-Nova Friburgo Raphaël Fessler, le bourgmestre de Fribourg Thierry Steiert et l'ambassadrice du Brésil Cláudia Fonseca Buzzi ont procédé à l'inauguration.

Les autorités communales ont placé à côté du plaque un QR code qui permet aux touristes d'accéder par téléphone portable à un site Internet de la ville de Fribourg racontant l'histoire de la colonisation. "Notre objectif avec cette plaque est aussi d'expliquer à la population de notre ville pourquoi cette place s'appelle Nova Friburgo et quels sont nos liens avec le Brésil", précise Thierry Steiert qui, en 2018, faisait partie d'une délégation formée par les autorités municipales et cantonaux, ainsi que des citoyens fribourgeois, en visite officielle à Nova Friburgo.

La famine a conduit à l'émigration

Toute l'histoire commence avec l'éruption du volcan Tambora en Indonésie en 1816, la plus importante jamais enregistrée dans l'histoire humaine, provoquant ce qu'on a appelé "l'année où il n'y a pas eu d'été". Le phénomène a déclenché de graves anomalies météorologiques qui ont détruit les récoltes en Europe et dans d'autres parties du monde, provoquant famine et mort.

Le Brésil avait besoin de colons et la Suisse avait une population appauvrie intéressée à chercher une chance ailleurs. Les deux gouvernements concluent un accord et, le 4 juillet 1819, un peu plus de 2'000 Suisses, dont 830 en provenance du Canton de Fribourg, appareillent du port de Estavayer-le-Lac. Le 3 janvier 1820, le roi portugais-brésilien Dom João VI (qui était au Brésil fuyant les invasions napoléoniennes en Europe) fonda alors "Nova Friburgo", à 130 kilomètres de Rio de Janeiro, où tous les immigrés qui avaient vécu ont survécu à la dur voyage.

"Certaines communes fribourgeoises ont vendu des terres pour financer le voyage des colons les plus pauvres", explique Fessler. A ses côtés, l'historien Martin Nicoulin, auteur de la première thèse de doctorat (La Genèse de Nova Friburgo) sur la colonisation suisse de Nova Friburgo, ajoute : "Les habitants ont dû promettre qu'ils ne reviendraient jamais."

L'Association Fribourg-Nova Friburgo a été fondée en 1978, qui avait à l'époque Heródoto Melo comme maire de la ville brésilienne, a déjà organisé six voyages de délégations suisses jusqu'à 400 personnes à Nova Friburgo. Le bicentenaire a été célébré en 2018, rappelant la date à laquelle le traité de colonisation a été signé par le roi Dom João VI et le gouvernement cantonal de Fribourg.

La plaque commémorative apposée sur un bâtiment de la Praça Nova Friburgo, par la mairie locale, comporte un texte écrit en français, allemand et portugais.

PHOTOS: Valentin Brodard.

Version française : application Google Translator (avec révision par Julio Kzar).


Nenhum comentário: