segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Corpo de Tiaguinho da Chapecoense é velado e sepultado em Bom Jardim

Enterro do jogador, que morreu no acidente aéreo na Colômbia, foi marcado por cortejo, aplausos, homenagens e pessoas cantando “Vamos, vamos Chape!” e “Viva Tiaguinho!”.

Bom Jardim parou no último domingo, dia 4, para assistir o velório e o sepultamento do atacante da Chapecoense, Tiago da Rocha Vieira, o Tiaguinho, Natural de Trajano de Moraes, mas tendo se criado e se revelado para o futebol em Bom Jardim, para onde a sua família se mudou, o atleta vinha numa carreira meteórica, junto com sua equipe, tanto no Campeonato Brasileiro, quanto na Copa Sulamericana, mas que foi tragicamente interrompida, aos 22 anos, com o choque do avião em que viajava contra uma montanha na Colômbia. O velório durou mais de 12h e o sepultamento aconteceu no final da tarde, sendo acompanhado pelas ruas da cidade por centenas de pessoas, entre eles, os pais, o padrasto a esposa de Tiago e muitos outros parentes e centenas de amigos e conhecidos.
Velório – O caixão com o corpo de Tiaguinho chegou a Bom Jardim por volta das 2h da manhã, depois de chegar de Chapecó pelo aeroporto do Galeão. Antes, no sábado, dia 3, houve um velório coletivo na Arena Condá, estádio o time catarinense, cerimônia que contou com a presença de inúmeras autoridades políticas e do mundo esportivo. Estava previsto que ele circulasse na pequena cidade de 26 mil habitantes num caminhão do Corpo de Bombeiros, mas a família optou por uma chegada mais discreta.
A manhã de domingo começou com chuva fina na cidade. A movimentação na Câmara Municipal foi intensa, mas tranquila. Segundo levantamento das autoridades locais, mais de mil pessoas participaram das homenagens ao atacante. O velório durou mais de 12 horas e foi marcado por muitas orações, sermões de pastores religiosos, aplausos e música. Uma fila de visitantes, se formou para o último adeus ao atleta, que depois teve seu caixão colocado em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros e o cortejo seguiu trajeto até o Cemitério Municipal, onde o jogador foi sepultado, em clima de muita comoção.
Antes, o velório havia sido marcado pela tristeza de muitos moradores, que pelas ruas da cidade, lamentavam a morte do atacante. O professor Raymundo Christani, 55 anos, foi o primeiro a dar aulas de futebol para Tiaguinho, na escolinha do Bom Jardim Esporte Clube. “O Tiaguinho começou com 5 anos, eu vi o primeiro chute dele e falei com a mãe: 'esse menino tem futuro'”, lembrou. Raymundo também destacou a humildade do jogador: “Ele era muito humilde, essa é a característica dos grandes craques. Não gostava de perder, ficava chateado. Saiu daqui dizendo que ia voltar com o título”, contou o professor.
Para a prima do atacante, Gilmara Martins, a ficha caiu. “Ele chegou pra gente não da forma que a gente queria. A gente estava preparando uma festa para a chegada dele. Dia 9 ele chegaria de férias, doido pra comemorar o filho e olha a festa que a gente tá fazendo?”, lamentou. Já a esposa do atacante, Graziele, a Grazi, chegou ao enterro com rosas nas mãos e muito abalada, precisando ser amparada por parentes. Ela preferiu não falar com a imprensa. Está grávida do primeiro filho do casal. A mãe, Bárbara Rocha, agradeceu o apoio e disse que busca forças em Deus. Esta semana, ela chegou a falar que espera justiça ao saber que a queda do avião foi ocasionada por falta de combustível, segundo autoridades colombianas.

Dentro da Câmara de Vereadores, centenas de pessoas cantaram “vamos, vamos, Chape!”, como forma de homenagear o jogador e relembrar os momentos felizes da equipe. Do lado de fora, uma multidão aguardava a saída do féretro, enquanto muitos formaram uma fila para entrar no local e dar o último adeus ao atleta.

Trajetória meteórica – Antes de defender as cores da Chapecoense, o jogador, que começou sua carreira em Bom Jardim e Nova Friburgo, passou pelo XV de Piracicaba-SP e Cianorte-PR e chegou a se destacar pelo Metropolitano no último Campeonato Catarinense, sendo depois contratado pela Chapecoense. Como um dos mais jovens atletas do time, ele logo se destacou, junto dos demais companheiros da “Chape”. O time ocupa a nona posição no Campeonato Brasileiro e se preparava para disputar a final da Copa Sulamericana, sua primeira competição internacional, que acabou não acontecendo, devido ao trágico acidente.

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