quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Coluna do Antonio Magno

Eu já havia passado carnaval em hotel, em ilha, até mesmo trabalhando em fábrica de tecido, porém num sítio seria a primeira vez. Lá pelas 14 horas do sábado de Zé Pereira, a folia era total no belíssimo sítio Boa Nova, nas proximidades da Barra de Santa Teresa. Uma bandinha de música formada por Jano Strauss no pistão, Eli de Castro no pistão, Victor Strauss no saxofone, José Walber no bombardino, Mauro Lopes na bateria e “Doidinho” atrapalhando na zabumba, animava a festa constituída por foliões das famílias Leonardo, Mululo, Monnerat, Erthal, Vieira, Castro, Moraes, Moretti, Delduque, Bianco e outras. Entre os comes e bebes, até aquele pastelzinho frito na hora que só os Leonardos sabiam fazer, não faltou. Sambas, marchas e axés dominavam os ritmos, mas o frevo, com sua imponência não ficou de fora e sacudiu os foliões. Nos finalmentes, até a dança do ventre saiu com show de Jordam Delduque e Doidinho. Não obstante, apesar de toda a animação, as ausências do patriarca Geraldo Leonardo e do descontraído Jalver Litz Leonardo foram sentidas. No domingo, com a bandinha mais afinada e com as presenças de Geraldo Leonardo e de Jalver, a festa se completou. Comida e bebida continuavam dando nas canelas, quando mais tarde, com os foliões fantasiados, dei de cara com o Jalver, o qual, olhando-me dos pés à cabeça, soltou o torpedo: ”Tuninho, você com esse chapéu amarelo na cabeça, está mais com cara de fazendeiro falido do que folião, viu?”. Olhando-o com o “rabo do olho”, pensei: “Na próxima vitória vascaína sobre o seu Flamengo, eu lhe darei o troco uma deliciosa crônica”. O carnaval se foi e veio então o domingo, 17 de fevereiro. Crente que o Vasco iria vencer o Flamengo, comecei rascunhar uma crônica, a qual, antes mesmo que o jogo chegasse ao seu final, já se encontrava na lata do lixo. Sem poder dar o troco que tanto ansiava, pensei: ”Estou ferrado com o Jalver”. Na segunda-feira, quando eu tranqüilamente perambulava pela Rua Nilo Peçanha, ouvi alguém gritar: -Tuninho, Tuninho, cadê o seu Vascão? - Era o Jalver, de corpo e alma lavados, ao qual, com as orelhas murchas e o rabo entre as pernas não tive outra saída e respondi: -É, desta feita não deu... - Mas enquanto papeávamos em plena calçada, apareceu o José Walber, portando uma camisa listrada e logo entrou na conversa. Após conversa vai, conversa vem, nos despedimos e conforme Zé Walber e eu nos afastamos de Jalver, ele, em voz alta, soltou um míssil: -Zé Walber, onde foi que você comprou essa camisa de pano de caixão? - Sem perceber que eu também vestia uma camisa listrada, mal acabei de rir com o que havia ouvido e o Jalver soltou o segundo míssil, desta feita para cima de mim: -Tuninho, isso vale para sua camisa também, viu? - Dei alguns passos a frente e quando a minha ficha caiu, pensei: -É, desse Jalver a gente não ganha uma..
A. MAGNO

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