quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Voz do Pastor + Dom Edney Gouvêa Mattoso


O Evangelho e a linguagem de hoje 

Caros amigos, o início do ano traz sempre consigo o anseio de novos projetos e iniciativas: As famílias começam a preocupar-se com o colégio dos filhos, os jovens com o caminho profissional que seguirão, os trabalhadores com as preocupações normais de seus trabalhos, entre outras coisas. Todos os filhos e filhas de Deus devem preocupar-se também com o empenho em anunciar o Evangelho de Jesus Cristo!
A última Conferência Geral do Conselho Episcopal Latino Americano e do Caribe, realizada em Aparecida, nos recordou que todo discípulo de Jesus Cristo é, por natureza, também missionário. A alegria do Evangelho não é algo que possa ficar confinada somente a um coração, ou a um grupo. Nossos pequenos grupos e comunidades devem ser sempre missionários e formadores de novos grupos.
Sempre existe o perigo de que as iniciativas de nossas comunidades terminem pautadas por uma visão unilateral de pequenos grupos, sem perceber que o mundo em que vivemos é plural. A própria cultura de uma região não pode ser mais considerada de forma homogênea, pois o avanço dos meios de comunicação conseguiu que em praticamente todos os lugares houvesse modos variados de expressões culturais.
A Igreja também é plural. Inquestionavelmente todos nos encontramos na profissão de fé e na celebração dos sacramentos, que obedecem uma forma que é expressão de unidade e comunhão, porém os modos de viver nossa identidade católica e forma de comunicá-la devem expressar-se com a mesma linguagem cultural plural dos homens e mulheres de hoje.
Ensina-nos o Santo Padre o Papa Bento XVI na Exortação Apostólica sobre a Palavra de Deus na missão e na vida da Igreja: “A Palavra de Deus, como aliás a fé cristã, manifesta um caráter profundamente intercultural, capaz de encontrar e fazer encontrar culturas diversas. Neste contexto, compreende-se também o valor da inculturação do Evangelho. A Igreja está firmemente persuadida da capacidade intrínseca que tem a Palavra de Deus de atingir todas as pessoas humanas no contexto cultural onde vivem.” (Verbum Domini, 114).
Assim, nossa missão deve ser fazermo-nos discípulos do único mestre que é o Senhor Jesus Cristo, que assumindo a nossa natureza humana falou-nos do Pai com uma linguagem acessível a todos os povos e culturas.
Terminamos, então, com este questionamento: Estamos todos nós comprometidos com a hora presente? Falamos aos jovens com uma linguagem jovem? Transmitimos a Palavra viva e eterna de Deus com uma linguagem que o mundo compreenda?
Deus abençoe a todos!
Dom Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano de N. Friburgo & Região

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