quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Consórcio liderado pela Alupar desiste de construir hidrelétricas no Rio Macaé

O consórcio liderado pela Alupar Investimentos S/A, que estava à frente do projeto de construção de usinas hidrelétricas no rio Macaé, informou aos Cariocas Orgânicos, por meio de nota emitida nesta quinta-feira, 13, que desistiu de seguir adiante com o projeto.

A nota diz que:  

A Alupar informa que devido a realocação de prioridades de investimentos, desistiu de dar continuidade aos projetos de aproveitamentos hidrelétricos no Rio Macaé, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, já tendo comunicado tal decisão para a Aneel.

HIDRELÉTRICA NO RIO MACAÉ
Com base em informações publicadas no dia 19 de agosto pelo jornal A Voz da Serra, pedimos esclarecimentos à Alupar sobre a falta de detalhes e informações públicas sobre o projeto, sobre se haviam estudos de impacto ambiental realizados junto aos órgãos públicos, privados e universidades e se havia alguma pesquisa de opinião junto aos moradores da região de Nova Friburgo e Baixada Litorânea. Estas perguntas não foram respondidas pela empresa.

No entanto, para alívio da maioria dos moradores da região de Nova Friburgo e Baixada Litorânea (Cabo Frio, Armação dos Búzios, Rio das Ostras, Macaé, Casimiro de Abreu, Araruama, Saquarema, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo e Iguaba Grande), o que vale é que o consórcio desistiu de dar prosseguimento ao projeto. 

O PROJETO
Reportagem do jornal A Voz da Serra publicada em 19 de agosto informou que os representantes do consórcio liderado pela Alupar visitaram Friburgo em maio. Na ocasião reuniram-se com o Comitê de Bacia Hidrográfica dos Rios Macaé e das Ostras, em Nova Friburgo. Segundo o coordenador do núcleo, Renivaldo Guzzi,  os representantes do consórcio haviam explicado o projeto de forma "pouco detalhada". 

Preocupados com os possíveis impactos ambientais, sociais e econômicos, bem como com a falta de informações públicas disponibilizadas pelas empresas envolvidas no negócio, os moradores se mobilizaram.

Uma petição online foi criada - que pode ser acessada aqui - com o objetivo de barrar o projeto. Até o fechamento desta reportagem, a petição contava com quase cinco mil assinaturas. 

Entre os argumentos dos que se posicionam contra o projeto estão o desvio de curso do rio, a destruição de lavouras e o estrago a pontos reservados e turísticos. 

As águas límpidas do rio Macaé brotam em uma nascente próximo ao Pico do Tinguá, na Área de Proteção Ambiental (APA) de MAcaé de Cima, um dos lugares mais preservados de Mata Atlântica em solo brasileiro - e mundial.

O curso do Rio tem cerca de 136 km, liga a serra ao mar, e já contribui para as indústrias petrolíferas e a geração de energia termelétrica, a produção de alimentos e o abastecimento de milhares de pessoas da região. 

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