Esquema do tubulão (Ilustração extraída do blog Portal de Bom Jardim). |
Depois de conhecerem a usina de
asfalto borracha do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), em Cachoeiras
de Macacu, cerca de 80 alunos do curso de Engenharia Civil Escola Politécnica
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) visitaram, no último sábado,
dia 10, as obras de fundação da ponte que está sendo construída na RJ 116, em
Bom Jardim. De quebra, também foram ver uma ponte que já está sendo finalizada
na RJ-172, também sobre o Rio Grande, em Manoel de Moraes. Em Bom Jardim, a
moderna técnica de tubulões a ar comprimido, que vem sendo empregada na
reconstrução da ponte no km 102 da RJ-116, chamou bastante a atenção dos
estudantes universitários. Com isso, os futuros engenheiros ficaram bem mais
perto da realidade, conhecendo na prática, as novas técnicas de construção que
estão sendo empregadas.
Segundo o Professor Ericksson
Almendra, que acompanhava os alunos, nenhuma aula, slide, filme, ou mesmo um
professor, substitui uma visita técnica para alunos de engenharia. “É
extremamente importante que os futuros engenheiros conheçam grandes obras e
indústrias. Nós formamos esses profissionais, que precisam ter essa vivência”,
disse ele. Os alunos Laís Alves e Raphael Duarte foram os responsáveis pela
organização do evento, que contou com a presença de 85 pessoas e durou o dia
todo. Os professores Ricardo Valeriano e Elaine Garrido Vazquez também acompanharam
a turma, em dois ônibus, que partiram da UFRJ no sábado pela manhã. A primeira parada
foi na RJ-122, que liga os municípios de Guapimirim e Cachoeiras de Macacu – a primeira
rodovia brasileira a receber a tecnologia do asfalto de borracha.
O diretor de Obras do DER-RJ,
Ângelo Monteiro, apresentou a nova tecnologia aos estudantes, que tiveram a
oportunidade de esclarecer dúvidas e conhecer melhor como funciona o processo
de implantação do asfalto borracha. Eles tiveram uma verdadeira aula prática
sobre a nova tecnologia de massa asfáltica. “Com esse encontro, eles estão
tendo uma experiência fundamental para a carreira deles. É uma chance que eu
mesma não tive na minha graduação. Poder mostrar na prática o que eles aprendem
na teoria é uma grande motivação”, afirmou a Coordenadora do Curso de
Engenharia Civil da UFRJ, Elaine Garrido. Ângelo Monteiro ressaltou para os
alunos que o asfalto de alta viscosidade já demonstra muitos benefícios. Para o
diretor, como a tecnologia servirá de modelo para novas ações, é de extrema
importância que estudantes e engenheiros tenham conhecimento de todos os
aspectos positivos desse tipo de massa asfáltica.
Logo depois, foi a vez de os
participantes do evento conhecerem a utilização do tubulão a ar comprimido na
cidade de Bom Jardim, próximo a Nova Friburgo. Essa tecnologia é usada quando
se precisa fazer a fundação de uma ponte junto a um lençol freático. O ar
comprimido aumenta a pressão interna no buraco e expulsa a água de dentro do
tubo. A tubulação é dividida em dois módulos: em cima fica a câmara de
descompressão e, mais abaixo, a câmara de alta pressão. Tanto para entrar como
para sair do tubo, os funcionários devem se alojar na câmara de descompressão
até atingir a pressão atmosférica recomendada.
O tempo de permanência dos operários
no tubo é de, no máximo, quatro horas, mas a obra é feita 24 horas por dia, com
as equipes se revezando. De acordo com as normas de trabalho, uma equipe médica
deve sempre acompanhar a operação de um tubulão a ar comprimido, devido aos
riscos que o operário corre submetido às altas pressões. “Fiquei muito feliz
com essa oportunidade que o DER e a UFRJ estão nos proporcionando e por poder
ver de perto como a engenharia está evoluindo e caminhando para tecnologias
voltadas para o aspecto ecológico e sustentável”, comentou o estudante do 8°
período, Rafael Duarte.
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