Caros amigos, gostaria de falar nesta edição sobre
“catequese”.
Um famoso teólogo
jesuíta, Hans Urs von Balthasar, disse certa vez uma grande verdade
catequética: “A fé não deve ser pressuposta, mas proposta”. Há
várias décadas que a Igreja sinaliza a necessidade de uma nova evangelização
dos batizados.
Com o advento da
modernidade, e pós-modernidade, se perdeu algo que era dado por suposto nos
modelos catequéticos antigos: que a família católica passava aos seus filhos os
valores religiosos, e mais, que a própria sociedade e cultura se encarregavam
da transmissão dos valores cristãos essenciais.
Hoje, entretanto o
cenário é outro. A verdade é que a fé não se conserva por si só neste mundo,
não se transmite automaticamente ao homem, mas cabe aos discípulos de Cristo a
perseverante tarefa de anunciá-la “oportuna e inoportunamente” (cfr. II Tm
4,2). Tal tarefa, porém, só se leva a cabo eficazmente quando o anuncio sai de
um coração que crê, que espera e que ama, pois esta foi a pedagogia dos
primórdios da Igreja.
De fato, o anúncio
apostólico da fé não se limitava a uma narrativa dos acontecimentos, mas demonstrava o seu significado profundo, vinculando a pessoa de Jesus
às promessas de Deus, às expectativas de Israel e, portanto, às esperanças de
cada homem. É profundo o diagnóstico que nos apresenta o Santo Padre Bento XVI
na abertura do Congresso anual da Diocese de Roma: “Se os homens se esquecem de Deus é também porque muitas vezes reduzem
a pessoa de Jesus a um homem sábio, debilitando ou até negando a sua divindade.
Este modo de pensar impede a compreensão da novidade radical do cristianismo”
(13/07/2011).
Assim, o que se pede de
nosso testemunho cristão, de nossas catequeses familiares e paroquiais é que
sejam um anúncio cheio de fé e de alegria.
Quantas vezes os
conteúdos da fé não se reduziram a um conjunto de frases e conceitos vazios,
porque os catequistas não se esforçaram por atualizar-se e por viver próximos a
este Deus que anunciam? Em quantas ocasiões as paróquias deixaram de se
preocupar com a qualidade do material catequético, com a formação de seus
catequistas e com as acomodações dos catequizandos? E questiono estas coisas
porque a catequese é fundamental para a vida e a renovação das nossas
comunidades.
Parabenizo, por isso, a
todos os homens e mulheres que dedicam parte do seu tempo neste importante
serviço à Igreja e peço a Deus que nunca lhes falte a força de Cristo para
proclamar Palavra de Deus.
Dom
Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano de N. Friburgo e Região.
Bispo Diocesano de N. Friburgo e Região.
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