
Assim que Batoré foi preso e levado à Deam, a delegada Grace e a equipe de detetives que investiga as denúncias de violência sexual suspeitaram que ele era mesmo o autor dos dois estupros devido à semelhança com o retrato falado elaborado pela Polícia Civil e mantido em sigilo. Batoré negou os estupros, mas a confirmação se teve esta semana com os resultados positivos dos exames de DNA realizados pelo Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense do Rio de Janeiro (IPPGE), a partir de amostras de materiais genéticos de Batoré e das duas vítimas dos estupros.
Batoré já tem uma extensa ficha criminal desde adolescente
De acordo com a delegada Grace Arruda, Batoré, além da tentativa de assassinato, terá agora os dois estupros incluídos em sua ficha criminal. Ele, quando adolescente, foi acusado ainda de agressões, desacato a autoridades, motins em instituições para recuperação e reinserção social de menores infratores, desobediência, furto, roubos, incêndio e envolvimento com o tráfico de drogas. Em entrevista a uma emissora de TV local logo depois de ter sido preso, Batoré não só deu detalhes dos requintes de crueldade utilizados para tentar assassinar a jovem de 24 anos como também fez ameaças dizendo que não tinha medo da cadeia, nem da polícia, e que tinha prazeres mórbidos ao ver suas vítimas agonizantes, além de já ter assassinado dezenas de desafetos. Disse ainda que quando conseguir a liberdade voltará a cometer crimes bárbaros em Nova Friburgo.
Batoré, na época de sua prisão, sustentou que não teve motivo para tentar matar a jovem, que conheceu num churrasco em Bom Jardim. Disse apenas que com a desculpa de buscar drogas para consumir, a trouxe para Nova Friburgo no carro da própria vítima. No caminho do Alto do Floresta, onde teria dito à vítima que conseguiria cocaína, desviou o itinerário para a Fazenda da Laje e cometeu a violência num trecho ermo e sem iluminação da estrada.
A delegada Grace admite ser bastante provável que haja outras vítimas de Batoré que por medo de represália não o tenham denunciado ainda à polícia. “Quem o reconhecer deve nos procurar para denunciar. Uma das características das investigações da Deam é o sigilo absoluto, a técnica e a inteligência”, disse. A delegada observou ainda que nos últimos meses várias denúncias de estupros não confirmados nem registrados pelas supostas vítimas também foram alvos de investigações da equipe da Deam, embora ela própria tenha frisado em entrevista a este jornal, no último dia 29 de maio, que as “recentes denúncias de estupros em série são boatos levianos e maldosos”. A onda de boatos chegou a alterar comportamentos.
Muitos pais passaram a acompanhar seus filhos na entrada e saída das escolas e a evitar a circulação de adolescentes sozinhas nas ruas, principalmente à noite. “Tenho certeza de que a identificação do autor dos dois estupros comprovados teve a mão de Deus, que iluminou os policiais militares a encontrarem Batoré e o conduzir à Deam, onde ele foi autuado e preso. A elucidação desses casos que tanto assustaram a população é um milagre que permitiu encontrá-lo num universo de mais de 180 mil pessoas que vivem em Nova Friburgo”, disse Grace Arruda.
Fonte: A Voz da Serra
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