terça-feira, 12 de agosto de 2008

Desamis revela, depois de 188 anos, o Brasão da Família Monnerat

Élio Monnerat Solon de Pontes

Uma contribuição da DESAMIS, Associação dos Descendentes e Amigos dos Imigrantes Suíços, ao analisar ocasionalmente, a tradução de uma cópia de documento que lhe havia sido fraqueado pela Família Monnerat, acaba de resultar em surpreendente na descoberta: o brasão oficial daquela conceituada família. O fato é tanto mais relevante porque há 188 anos, em vão, a família o procurava, em meio a infrutíferas tentativas e, mesmo, indesejáveis controvérsias. Apesar de pioneira no contato dos brasileiros descendentes de imigrantes suíços, com as suas origens (devido ao Almirante Roberto Mario Monnerat) recebeu a primeira contribuição para ter sua dúvida desfeita, por parte do Prefeito de Délemont, Alfredo Monnerat. Este, porém, se limitou a oferecer a fotografia de um brasão que seria o do Jura ou Jurá, porém foi contraditado pelo historiador Martin Nicoulin, ao ensejo da inauguração do monumento ao sesquicentenário da chegada dessa família ao Distrito de Monnerat, em Duas Barras, em 1970. É que a fotografia em causa, ofertada em lugar da própria armaria pessoalmente solicitada pelo Revmo. Padre Luiz Gonzaga Monnerat permitia, apesar de pouco nítida, nela identificar, a armaria da família no pays de Fribourg e não a usada no Jura Bernois. Acontece que, em Heráldica, além da assinatura de especialista credenciado é necessário um pequeno conjunto de requisitos para que se obtenha e seja reconhecida a autenticidade de uma armaria: 1º - a chamada “mensagem heráldica”, que, interpretada por heraldista, esclarece o desenho e o tipo de brasão dela resultante e 2º - o registro no Armorial competente. O primeiro requisito - que tem de ser redigido obrigatoriamente em linguagem heráldica - é muito difícil até de ser percebida por pessoa leiga e, em conseqüência, nesse caso, impossível de ser corretamente entendida e interpretada. Isto acontece porque sua terminologia, sintaxe e, em síntese, a gramática da Heráldica, difere daquela de todos os idiomas conhecidos. Trata-se de matéria fatalmente ininteligível para o leigo ou desavisado que com ela se depara por mais notável que seja a reputação e a cultura geral do mesmo, causando inevitáveis sermões. A contribuição de Nicoulin combinada com os requisitos credenciados pela assinatura do célebre heraldista André Rais, no texto abaixo transcrito dissipou, cabalmente, a dúvida subsistente. A lacônica mensagem heráldica de gueules à la fasce d!argent significa vermelho com faixa de prata isto é vermelho com a faixa central de prata, que quer dizer branca. O documento em causa é, ainda, enriquecido, na mesma frase, pela indicação da própria origem sigilográfica -– que, se achava, igualmente, oculta pelo teor da tradução heráldica exata com a firma de André Rais. Releva notar que a tradução eivada pelo referido senão termina com a palavra assinatura ilegível. É este fato é de extraordinária e capital importância porque sem assinatura, o documento perde toda validade científica, ainda mais ao ocultar o nome de uma das maiores expressões da ciência armorial da Suíça e do mundo. André Rais, acrescentava ao seu mérito pessoal o gesto de prover o famoso “Fonds André Rais” destinado a incrementar os estudos dessa fascinante especialidade por pessoas e instituições, entre estas podendo citar-se a “Societé Jurassienne d’Émulation.” Presume-se que não foi avaliada a importância da preciosa oferta em causa com que André Rais distinguiu a família Monnerat. Apesar do seu pioneirismo, a família Monnerat era ela a única que ainda se mantinha, até hoje, inquietante dúvida acerca do seu brasão. Aspecto importante, entretanto, foi cuidadosamente considerado pela DESAMIS: alertada pelo Professor Albino José Marchon, a conveniência de que a revelação somente fosse divulgado depois de entendimentos com a Família Monnerat. Foi, então, atribuído ao Presidente Élio Monnerat Solon de Pontes a missão de articular-se com a família de que é parte. Por sua vez o presidente Hermano Victor Monnerat (Maninho Monnerat), conceituado fundador do Pontal do Vale agradeceu e apoiou sem vacilações a notável constatação e afirmou, com júbilo, que a transmitiria aos seus companheiros de Diretoria e parentes, nada tendo a opor ao que a DESAMÍS julgasse oportuno acrescentando que a transmitiria aos seus companheiros de diretoria e parentes. Eu, Élio Monnerat, que acabara de divulgar um livro intitulado “Curiosidades heráldicas, o brasão da Família Monnerat do Jurá”, prefaciada pelo eminente heraldista Dr. Francisco Tomasco de Albuquerque e mal se recuperava da surpresa causada pela curiosa descoberta confesso que cogitei suspender a reedição da mesma por entender ter-se ela tornado desnecessária a pretexto de que seu objetivo já havia sido alcançado. O livro que se havia esgotado em poucos dias, valeria, apenas, pelas interessantes informações inseridas nas suas 160 páginas, a serem, possivelmente, aproveitadas para republicação resumida, atendendo à curiosidade que a esgotara tão rápida e imprevisivelmente, em menos de uma semana, a ponto de frustrar o próprio lançamento inicialmente cogitado. A DESAMIS que está em fase de transformar-se de associação em confederação por proposta do Procurador Pedro Sanglard, (atual presidente da Associação da Família Erthal), constituíra comissão para adotar as providências complementares visando a divulgação do importante acontecimento.

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