terça-feira, 12 de agosto de 2008

Repúdio aos “Devezenquandários”

Oswaldo Freire, Jornalista e Diretor da “SDE Assessoria” – Brasília / DF.

Creio que seja importante conceituar, de início, os veículos de comunicação impressos de circulação temporária, egoísta, aventureira e aduzita, que são conduzidos para defender interesses escusos de organizações-não-governamentais; de candidatos em época de campanha eleitoral; ou, para divulgar factóides de plantão, descompromissados com os verdadeiros anseios da sociedade contemporânea. São os “devezenquandários”. Esses devem ser rejeitados pela comunidade e abominados pelas autoridades constituídas dos Três Poderes da República – Legislativo, Executivo e Judiciário – porque não têm proprietários definidos; endereços conhecidos; registros obrigatórios; editoriais fundamentados; matérias noticiosas ou investigativas respeitosas; como também não possuem tiragem específica e sim, (men)tiragem; não geram empregos com carteira assinada, nem recolhem tributos em dia; não têm continuada folha de prestação de serviços de utilidade pública; e são autênticos ninhos de propagação da intriga e da enganação. E muitos deles são editados pela facilidade de conseguirem liberação de publicidade. Os empreendedores dos jornais que têm tradição não são capazes de mudar o mundo, todavia são moléculas atuantes que contribuem para transformar o comportamento de pessoas físicas ou jurídicas, que quando talentosas propiciam mudanças culturais, ambientais e sócio-econômicas em favor da humanidade. Para segurança e tranqüilidade dos dirigentes públicos em cumprimento de normas emanadas do Tribunal de Contas da União – TCU e da Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, é imperativo que os executivos dos órgãos de comunicação social das três esferas administrativas – União, Estados e Municípios – determinem exigências como registro em cartório, CNPJ, comprovação de endereço, certidões negativas da Secretaria da Receita Federal, do INSS, da Secretaria Estadual da Fazenda, da Prefeitura Municipal e de outras instituições públicas ou privadas, que zelam da legalidade e da ética. Os pequenos e médios jornais não fazem riqueza para seus donos ao longo do tempo, porém os “devezenquandários” os deixam muito ricos de repente, porque atrás do palco, fora do cenário mercadológico, sem luz própria, embora agindo de forma obtusa, não comprometem seus criadores ou mantenedores, que frequentemente arquitetam perigosas crendices ou perniciosas situações. Ao defender o regime das liberdades, ressalto que há espaço para o surgimento de novos jornais no Brasil, desde que constituídos com lisura, objetivos claros e propósitos transparentes, mas aqueles que são “devezenquandários” têm sempre uma aparência de esperteza, postura de oportunismo, cheio de pirataria e presença de arrogância; que não se adaptando ao dia-a-dia, quando em quando implodem no meio da população porque simbolizam raiva e cobiça. Os jornais tradicionais não deixam de pesquisar assuntos e debater matérias nas redações, são lidos constantemente nos domicílios e em estabelecimentos diversos, são referências para estudos futuros. Assim, são compromissados com seus fiéis leitores, todos formadores de opinião onde atuam; não murcham diante de adversidades; e, buscam a perenidade pelos espaços conquistados. Espero que este artigo seja publicado como admoestação aos detentores de verbas publicitárias públicas ou particulares e aos leais leitores da mídia impressa, para que não caiam em ardilosas armadilhas; e, republicado em 2008, quando do início do processo político-eleitoral como ponto de reflexão para que os tradicionais veículos de comunicação honestos e parcimoniosos sejam prestigiados, evitando-se trambiqueiros do momento que tanto irão denegrir a imagem da imprensa nacional. Basta de “devezenquandários” que só pensam em si, editam material de promoção indigna, prestigiam produtos enganosos, utilizam planos de marketing longe da costumeira veracidade com vocabulários tendenciosos, com sentenças curtas e imaturas ou com sentenças longas e mentirosas; e, têm faturamentos desvirtuosos. Por fim, registro que os jornais tradicionais formam o único consolo dos mais pobres, dos desesperançados e dos injustiçados e não desanimam em enaltecer as virtudes cardeais que fortalecem os laços democráticos entre os povos dos cinco continentes.

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