sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Auto Viação 1001 se reúne com vereadores para explicar aumento de tarifas entre BJ e NF


Representantes da empresa revelam que reajuste autorizado pelo Detro foi bem maior. Entre outras solicitações, vereadores pedem redução de tarifas e criação de seções com preços diferenciados Banquete-Nova Friburgo e São José-Nova Friburgo.

Após lerem no JORNAL MAIS que os vereadores de Bom Jardim preparavam uma Moção de Repúdio contra a Auto Viação 1001, por a empresa haver reajustado o preço das passagens para Nova Friburgo em cerca de 30%, passando de R$ 3,15 para R$ 4,10, quando a inflação do período foi menor que 6% e o aumento do salário-mínimo em torno de 9%, representantes da transportadora de passageiros solicitaram uma reunião com os integrantes do Poder Legislativo bom-jardinense, a fim de esclarecer a questão. Após intermediação feita pelo diretor-proprietário do JORNAL MAIS, Luiz Antonio Dias, entre a 1001 e os vereadores, o encontro acabou acontecendo na tarde do último dia 29, terça-feira, no plenário da Câmara de Bom Jardim.

Na oportunidade, compareceram os diretores da empresa Daniel Oliveira, gerente comercial; Welington Trevizan dos Santos, gerente operacional em Nova Friburgo e região, o assessor de Imprensa Rodrigo Alvin e o assistente J. Carlos, do Rio de Janeiro. Pela Câmara, estavam presentes todos os onze vereadores, Carlos Gastão, Ademyr Faria, Adail Oliveira, Alvinho Cariello, Bruno Guimarães, Aleido Martins, José Darli, Zé Nilton, Gabriel Garcia, Marim Dutra e Valadar Cardoso, além do procurador jurídico da Casa, Dr. Marcio Marques. Coube a Daniel iniciar a explanação dos motivos que levaram a maior permissionária do transporte coletivo do Estado a reajustar as tarifas a partir do primeiro dia útil de 2013, pegando de surpresa a população bom-jardinense, principalmente os que trabalham no município vizinho. Ele alegou que o novo valor tarifário agora praticado foi autorizado através de portaria do Departamento de Transporte Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro – Detro-RJ. Sobre a solicitação dos vereadores quanto à redução de tarifas, através da concessão de descontos, ele disse que a 1001 já pratica desconto promocional ao cobrar R$ 4,10, uma vez que o valor autorizado pelo Detro é de R$ 4,90 para o trecho Bom Jardim-Nova Friburgo. Ele explicou que o valor cobrado está dentro da necessidade da empresa, de manter o equilíbrio orçamentário, uma vez que existem linhas que dão lucro e outras, prejuízo, fato qualificado no meio como “filé e osso”.

Quanto à outra solicitação dos vereadores, proposta pelo presidente da Câmara Carlos Gastão, de criar uma linha Banquete-Nova Friburgo, com cobrança diferenciada, Daniel afirmou que isso não é necessário, pois a linha já existe. “O problema maior está em uma determinação judicial nos impedindo de praticar essa cobrança diferenciada dentro do município de Bom Jardim. É uma decisão da justiça e temos que acatar”, acrescentou. Daniel se referiu a uma ação judicial impetrada em 2006 pela empresa Expresso Farinha, contra a 1001, a qual afirma que a Farinha é a única detentora do transporte público municipal em Bom Jardim e que as demais empresas que trafegam pelo município tem que cobrar o valor integral da tarifa intermunicipal, não importando se o passageiro vai embarcar e saltar dentro do município.

A partir desta determinação, quem embarca num coletivo da 1001 em Barra Alegre, São José ou Banquete, com destino ao centro de Bom Jardim, é obrigado a pagar o valor integral até Nova Friburgo. Para o vereador Carlos Gastão, a extinção da seção de Banquete-Nova Friburgo está prejudicando muitos trabalhadores que moram no segundo distrito e trabalham em Conselheiro Paulino, por exemplo. “É um trecho muito pequeno para se cobrar

R$ 4,10”, disse Gastão, afirmando ainda que muitos trabalhadores correm risco de perder seus empregos, por conta do alto custo do transporte coletivo, algo em torno de R$ 164,00/mês, segundo ele mesmo calculou. Ele acrescentou que a linha Banquete-Nova Friburgo é um caso à parte e que a 1001 deveria olhar com mais carinho para essa questão. “A Farinha não faz linha para Friburgo e se a 1001 reduzir a passagem nesse trecho, não vai prejudicar a Farinha e vai beneficiar muitos moradores do distrito”, disse.

Finalizando, Daniel e os demais representantes da 1001 presentes se colocaram à disposição dos vereadores para quaisquer esclarecimentos e solicitaram ajuda da Câmara, para que a mesma intervenha na questão judicial com a Expresso Farinha, tentando reverter a situação. Ele acrescentou ainda que o setor jurídico da 1001 também está se movimentando neste sentido. Além disso, a empresa já opera no município há bem mais tempo que a concessionária do transporte municipal e tal argumento poderia resultar em um parecer favorável à 1001. Outro argumento válido, segundo os vereadores, é que o usuário está sendo afetado em seu direito constitucional de “ir e vir”, uma vez que é obrigado a embarcar num coletivo da empresa local ou ter que pagar mais caro, caso opte pela operadora intermunicipal.

Nenhum comentário: