Para recordar e viver
Caros amigos, quantos são os acontecimentos de nossas vidas que gostaríamos que nunca saíssem de nossa memória? Porém, sabemos que apesar de nossos votos de “nunca esquecer esses acontecimentos na vida de nossas retinas tão fatigadas”, parafraseando o poeta Drummond de Andrade; notamos que, quando não esquecidos por completo, tais eventos terminam embotados pelo tempo e pelas cores de nossas simples impressões pessoais, podendo, entretanto, como num milagre, emergir, em um raio de lucidez e contemporaneidade, de fotos, frases, objetos, músicas e pessoas conhecidas. Tanto é assim, que nos esmeramos por multiplicar esses pequenos lembretes que enchem nossas vidas com as luzes dos bons momentos vividos e que são motivo de ação de graças a Deus e de constante aprendizado da beleza da vida.
Imagino que os primeiros cristãos agissem de modo semelhante no tocante à ressurreição do Senhor e aos passos do Ressuscitado em nossa terra.
E mais que isto, pela liturgia que o próprio Cristo nos legou e que se desenvolveu na Igreja sob a inspiração do Espírito Santo, não nos limitamos a recordar Cristo, mas vivemos com Ele, andamos ao Seu lado, ouvimos Suas palavras, tocamos no Verbo da Vida pela força dos Sacramentos e da Palavra celebrados.
A Semana Santa de 2011, e agora me refiro às celebrações por mim presididas
Depois de mais de 100 dias dos fatídicos dias de janeiro de 2011, muito precisa ser feito por Nova Friburgo e pelas outras cidades atingidas, e todos vemos que as obras já tardam, porém, a partir da força desta Páscoa, podemos enfrentar de modo novo os desafios apresentados. E cito o Santo Padre o Papa Bento XVI em sua mensagem de páscoa deste ano:
“Tal como os raios do sol, na primavera, fazem brotar e desabrochar os rebentos nos ramos das árvores, assim também a irradiação que dimana da Ressurreição de Cristo dá força e significado a cada esperança humana, a cada expectativa, desejo, projeto”.
Assim, não diminuamos nossa esperança de uma “nova” Nova Friburgo, mas trabalhemos para que esta seja uma realidade!
Poderíamos todos fazer nossa parte: cuidar do aspecto exterior de nossas casas e calçadas, fiscalizar os poderes públicos nas soluções para os problemas mais básicos de nossas redondezas, tomar certas iniciativas de reconstrução.
Que a memória da bela Nova Friburgo nos inspire e que a força do Ressuscitado nos sustente!
Dom Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano de Nova Friburgo
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