Hoje ele é um santo, mas na adolescência....
A. Magno
Desci a ladeira do Bela Vista e rumei até a loteria esportiva para realizar um pagamento e aproveitar para tentar a sorte. Como não havia fila o atendimento foi rápido. Sem mais nada para fazer, pensei: “Vou aproveitar para tomar um cafezinho com o meu amigo “Écio Luis de Oliveira” – “Moleque do Lobosco” na adolescência – na Prefeitura, local de seu trabalho. Tomamos o nosso café – que não estava lá essas coisas –, conversamos por algum tempo e como já era final de experiente, Ecio perguntou:
– Tá indo pra onde, folé?
– Estou indo direto para o banco da Praça da Matriz esperar pelos confrades.
– Ué, então vamos juntos – disse Écio.
Tomamos a Rua Miguel de Carvalho e quando passávamos pelo Supererthal, topamos com o João Pipoca, o qual nos abordou:
– Pô, que dupla, hein?
Écio imediatamente rebateu:
– Pois agora somos uma trinca em direção ao banco da confraria...
Quando chegamos à Praça e nos sentamos, dei uma boa alongada, olhei para os morros onde tantas frutas outrora roubei, e pensei: “Como é gostoso a gente nada buscar! Como é bom estar entre amigos! E ainda tem gente que diz que a vida é uma merda! Sei, não...”
Mas, mal acabei de pensar e o João Pipoca dirigindo-se a Écio, comentou:
– Cá pra nós, mas você no tempo de moleque era do “c.. riscado”, viu?
Aproveitando a carona, joguei mais lenha na fogueira:
– E bota c... riscado nisso João...
Um pouco mais, João voltou a comentar, referindo-se a Écio:
– Eu ainda me lembro da “cisma” que o Seu Figueira – dono da alfaiataria, na qual, gerações de bom-jardinenses freqüentavam nas horas vagas – tinha com você. Bastava você chegar que o velho já ficava lhe olhando com o rabo do olho pronto pra lhe dar um bote. Tá lembrado?
– Xiiiiii, rapaz!... Era mesmo!... – concordou Écio. – E você sabe por que ele era cismado comigo?
Eu sabia, porém como o João não sabia da história o Écio então resolveu contar:
– Nessa época eu tinha uns 13 anos de idade. Aí, Seu Figueira estava modelando um terno quando a lâmpada sobre a sua mesa de trabalho queimou-se. Aí, quando ele foi trocar a lâmpada e como eu estava perto do interruptor, ele com o mau humor de sempre, falou: “O creoulo vê se faz alguma coisa e desliga essa lâmpada!” Como eu não gostei do jeitão dele falar comigo, eu então desliguei e seguidamente liguei o circuito. Aí, falei; “Pode trocar a lâmpada Seu Figueira. Tá tudo desligado.” Ele então retirou a lâmpada queimada e achou por bem “meter o dedo dentro do bocal energizado” para retirar sujeiras. Aí... Eu só ouvi o grito dele e os palavrões: “Creoulo, filho da puta, eu ainda lhe pego!! Volte aqui, seu...!!”
Enquanto ríamos, concluiu Écio:
– Tão vendo vocês, só por causa disso ele ficou com raiva de mim (rsrsrs)?
E.T: Com os bons brinquedos que a mãe (Dona Nair) lhe presenteava o “Moleque do Lobosco” nos proporcionou grandes alegrias.
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