sábado, 5 de junho de 2010

Senhores do próprio destino

(*) Jorge Picciani (foto)

Uma das maiores felicidades que tenho como político é ver a vida das pessoas mudando. É ver chegar o progresso onde antes havia abandono, luz onde o escuro reinava, segurança e qualidade de vida onde havia falta de perspectiva. Nos últimos anos, estas mudanças foram mais intensas. E com mais qualidade. Fora os depoimentos que tenho a oportunidade de ouvir nas ruas, os números estão aí para atestar.

Pesquisa do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) recém-concluída, revelou a partir de dados do IBGE, que a proporção de pobres no País caiu de 33% para 23% entre 2004 e 2008. A Região Sudeste foi a que mais se beneficiou do crescimento da renda nesse período. Nela, a queda no número de pobres foi de 35%, enquanto no Nordeste esse percentual foi de 27%. Ou seja, há menos pobres do que antes. E mais: eles estão tendo acesso ao crédito e podendo consumir. Na medida em que isso ocorre, a economia se torna mais dinâmica e inicia-se o ciclo virtuoso.

Um dos males do nosso País é a má distribuição de renda. O limite do nosso crescimento era esse: na medida em que o nosso Produto Interno Bruto (PIB) aumentava, os ricos ficavam mais ricos e os pobres mais pobres e isso gerava inúmeros problemas, dentre eles a incapacidade de desenvolver um mercado interno que pudesse comprar o que estávamos produzindo.

Foram os programas de transferência de renda, somados ao estímulo ao crédito e ao microcrédito e o aumento real do salário mínimo, que viabilizaram esta mudança. No caso dos mais pobres, o peso das transferências de renda no orçamento total familiar aumentou de 10% para 18%, numa prova de que programas do governo Lula, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, vêm tendo papel importante na redução da pobreza.

Mas é preciso continuar avançando. Ainda há pessoas na faixa de extrema pobreza, e a elas temos que garantir uma vida digna e acesso a formas de ascender socialmente. Aos que já migraram para outras faixas, cabe o desafio de fazer com que eles tenham oportunidades de trabalho para que possam progredir. O Rio de Janeiro vive uma fase de expansão da economia e a perspectiva é que nos próximos anos com o pré-sal e a inauguração do Comperj, o início das operações do Porto do Açu e da CSA, bem como a retomada da força do campo, inúmeras vagas de emprego com carteira assinada surjam. E, mais do que isso, novas oportunidades.

Por isso, além do investimento maciço no ensino profissionalizante para formar mão de obra, temos de estimular o empreededorismo, que deve começar a ser ensinado ainda na escola, como ocorre em outros países, como a Coréia. Entender como aproveitar as oportunidades que surgem para abrir o seu próprio negócio, ajuda a sedimentar este crescimento, dá independência aos indivíduos e faz deles senhores do próprio destino. É para isso que trabalho. É este o futuro que quero ver.

(*) Jorge Picciani é presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

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