segunda-feira, 5 de maio de 2008

Coluna do A. Magno

Aloísio Marcos Corrêa de Moraes, um caminhopercorrido com equilíbrio, estabilidade e paz de espírito.

Por A. Magno

Dizem os entendidos: “Todos nascem ou renascem nos núcleos familiares e sociais de que necessitam para aprimorar-se e não conforme se assevera tradicionalmente, que merece”.
Aloísio Marcos Correa de Moraes, bom-jardinense, nascido em 20 de abril de 1944, se não tivesse sido gerado, educado e preparado para a vida, pelo casal Luiz Corrêa de Moraes e Helena Moretti Moraes, jamais seria a pessoa que é. De seus pais, herdou a integridade e a força de trabalho e trouxe consigo a simplicidade, uma das qualidades mais admiráveis do ser humano. Da união matrimonial com a competente professora Rizete Moraes – uma grande incentivadora – nasceram os filhos Fabrício e Rodrigo. De seus quatro irmãos, Álvaro Luiz, Antonio Ricardo, Tereza Helena e Sandra, os dois primeiros já nos deixaram.
Mas, quem sou eu para escrever a sua vida? Não obstante, por Aluísio gostar de contar suas histórias, histórias dos amigos, principalmente, do amigo “Lourinha” (Antonio Carlos Mansur Fernandes), é que sinto-me a vontade para contar uma das suas, que me fora contada pelo próprio Aluísio, em seu escritório no Centro Comercial Luiz Correa de Moraes (ex-Hotel Moraes).
A história é a seguinte: “Eu tinha uns 10 ou 11 anos de idade. Naquele tempo havia muitos tico-ticos, tizis e coleiros em Bom Jardim. Os coleiros eram valorizados pelo seu canto. Dentre eles, havia um com o pescoço totalmente preto e raríssimo de ser encontrado, o qual nós chamávamos de coleiro-frade. Ter um frade na gaiola era o sonho de nós, moleques da época. Acontece que eu tinha um frade cantador, que era o meu xodó.
Como nós morávamos nas dependências do Hotel Moraes, diariamente, eu pendurava minhas gaiolas que rodeavam o Posto de Saúde (hoje, Rodoviária Municipal), para os passarinhos pegarem o sol da manhã. Num belo dia, um moleque da roça, de aproximadamente a minha idade, que semanalmente vinha com uma carroça de bois, apanhar sacos de sal na Casa Brasil, abordou-me:
— Aloísio, quer vender este coleiro-frade?
— Rapaz, este frade eu não vendo por dinheiro nenhum!
Mas o moleque pensou, prensou, pensou e voltou à carga:
— Aloísio, então vamos fazer uma troca?
— Que troca? — indaguei apenas por curiosidade.
— Bem — disse o moleque — vamos fazer o seguinte: eu lhe dou um canário da terra, um catatau, três coleiros e um sabiá. Ah! Eu lhe dou também um canário belga violeta. Todos com gaiola, pelo seu coleiro-frade.
Aí, diante da irrecusável proposta e crente que estava fazendo um grande negócio, não hesitei, apenas perguntei:
— Escuta, e quando você me dará a sua parte?
— Aloísio, não se preocupe. Hoje, eu vou levar o coleiro-frade e na próxima semana, eu lhe trarei a minha parte, com cada passarinho em sua gaiola, tá certo assim?
— Tá certo! — concordei com o sabido moleque da roça, que nunca mais veio apanhar sal na Casa Brasil, que nunca mais vi na minha vida e que, ainda hoje, não trouxe a sua parte do nosso negócio.
Mas também, depois desta, pagamentos adiantados, nunca mais!”
Se a historinha acima lhe serviu de lição, para quem desfruta da sua amizade, ela significa que Aloísio Marcos Correa de Moraes – aniversariante de 20 de abril – hoje, é um homem bem-sucedido, não se esqueceu do moleque feliz que habita dentro de si.
Parabéns, Aloísio! Muitas felicidades!

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