quinta-feira, 22 de maio de 2008

Mingote Leonardo, o ausente sempre presente

A. Magno

"Eu não me recordo se já escrevi sobre uma missa de sétimo dia, que certa vez assisti numa igreja em Olinda (PE). Não obstante, vejamos:
O padre já era idoso, caminhava com certa dificuldade e, por duas ou três vezes, sentou-se numa cadeira que havia no altar. O velho padre nos dava a impressão de ter algum problema de coluna.
Deixando à parte as dificuldades físicas do sacerdote, durante sua preleção, dirigindo-se aos poucos presentes, falou: 'Senhores e senhoras, nascer, perambular e morrer, eis aí, a vida'.
Mais adiante, dirigindo-se aos sessentões presentes, disse: 'Aos senhores e senhoras que já dobraram o cabo da Boa Esperança, já está na hora de se acostumarem com a ausência dos presente e com a presença dos ausentes'.
Pois bem! No que tange a eterna presença dos ausentes, há pessoas que sem se preocuparem com buscas ou fugas, constroem ao longo de uma vida simples, uma história inesquecível, ou seja, tornam-se 'mitos'. Eu me refiro a Domingos Leonardo, o “Mingote”, que se ainda estivesse perambulando entre nós, teria 'aniversariando neste 15 de maio'.
'Mingote', que carinhosamente, nunca deixarei de chamar de 'fiscal', não necessita de datas especiais para ser lembrado. Ele é e sempre será lembrado por várias gerações de bom-jardinenses.
Passar diante de sua 'sapataria', vê-la fechada, nos dá vontade de abrir suas portas, sentar no banquinho de couro, trazer o Mingote de volta e perguntar:
— E aí, Fiscal, qual é a nova?
Mingote, diante da pergunta, diria:
— Ó, 'Vedete', aguarda a Turma da D.I.V.A. chegar, que você saberá das notícias.
Esse é o Mingote que um dia chamei de jovial, sábio, longevo! Esse é o Mingote que deixou histórias para a história bom-jardinense!
Na dimensão que estiver, parabéns, Mingote!"

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