sábado, 12 de janeiro de 2013

Defesa Civil diz que 75% do RJ está ameaçado de deslizamento


Um estudo da Defesa Civil do Rio de Janeiro, feito nas oito regiões do Estado, revela um número preocupante: 75% de todo o território fluminense está ameaçado de deslizamento. A análise, chamada de mapa de ameaças naturais, mostra que das 460 ameaças naturais de desastre do Estado, a que mais acontece e com maior potencial de ocorrer é deslizamento de terra. Ao menos 36 mil pessoas vivem sob risco iminente e 117 encostas da capital podem deslizar a qualquer momento. Preocupado, o órgão tenta sensibilizar as prefeituras a adotar uma série de medidas para evitar catástrofes, como a que atingiu a região serrana em janeiro de 2011 e causou a morte de 905 pessoas.

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"Esses processos estão altamente relacionados à vulnerabilidade de pessoas que vivem em áreas de risco. É um problema que se arrasta em todo o Sudeste há 60 anos, desde que o País deixou de ser rural e se tornou urbano. Prevenção de riscos de desastre deve ser proridade dos municípios. A chuva não é o desastre, mas sim a vulnerabilidade", explicou o diretor da Escola de Defesa Civil (Esdec), tenente-coronel Paulo Renato Vaz.
Segundo ele, a capital, Baixada Fluminense e as regiões metropolitana, serrana, sul e costa verde têm grande risco e incidência. O Departamento de Recursos Minerais (DRM) do Rio de Janeiro também faz um estudo semelhante, que até o momento concluiu que 67 dos 92 municípios do Estado têm chances significativas de deslizamentos, sendo que a região serrana - Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis -, além de Angra dos Reis e Niterói, estão em estado crítico.  De acordo com Vaz, enquanto as prefeituras não adotarem políticas públicas para acabar com as ocupações irregulares, a situação não deve amenizar.
"Baseados nas ameaças, fomos aos municípios e orientamos planos de contingência. Temos 97% da população do Rio vivendo nas cidades, é a maior densidade demográfica do Brasil. O tema de ocupação irregular do espaço deve ser política pública. As populações devem ser removidas urgentemente", ressaltou ele. 

Angra em emergência

No dia 1º de janeiro, essa situação foi sentida pelos moradores de Angra dos Reis, quando fortes chuvas deixaram a cidade em situação de emergência. Ao menos 15 pessoas se machucaram em diversos deslizamentos registrados. Oito casas haviam desabado e 40 pessoas acabaram levadas para a escola Prefeito José Luiz Ribeiro Reseck, no Frade.,

O índice pluviométrico registrado no município entre o primeiro dia do ano e o final da tarde do dia 3 de janeiro chegou a 241 mm, volume que ultrapassou o verificado durante todo o mês de janeiro do ano passado - 208mm. Segundo a Defesa Civil, centenas de pessoas ficaram desalojadas e desabrigadas e foram levadas para abrigos municipais. 
A chuva afetou também a BR-101, que liga o Rio de Janeiro à cidade paulista de Santos (a Rio-Santos), onde houve queda de dezenas de barreiras. No réveillon de 2010, 52 pessoas morreram em Angra após deslizamentos de encostas.

Histórico de deslizamentos

Em janeiro de 2011, a baixada fluminense enfrentou a maior tragédia climática da história do Brasil. Foram 918 mortos e mais de 215 desaparecidos após as fortes chuvas que atingiram sete municípios da região. As cidades mais atingidas foram Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Bom Jardim, Areal, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.
No ano anterior, em 2010, uma série de deslizamento deixou mais de 50 mortos em Angra dos Reis nas primeiras horas do dia 1º de janeiro. O deslizamento de uma encosta atingiu uma pousada e sete casas na Ilha Grande, matando pelo menos 19 pessoas. No continente, mais vítimas foram contabilizadas em outros desabamentos.

Fonte: Portal Terra.

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