sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Expresso Farinha diz que o reajuste da passagem em Bom Jardim ainda é insuficiente


Sérgio Farinha, proprietário da empresa concessionária de transporte coletivo no município explica aumento e esclarece sobre defasagem da tarifa

         Em razão da considerável repercussão que causou, com críticas, incompreensões, reclamações e até alguns questionamentos, tão logo começou a circular semana passada, a nossa edição n° 530 com a manchete “Passagens em BJ vão aumentar 20% no dia 1°” e sobretudo, a publicação do Decreto Municipal n° 2467, a reportagem do JORNAL MAIS BJ procurou a direção do EXPRESSO FARINHA para saber mais a respeito de tal reajuste. Assim, de forma cordial atendendo nossa reportagem, o diretor-presidente da empresa, Sr° Sérgio Farinha respondeu algumas indagações e apresentou uma série de informações e considerações sobre o assunto.

"Só dois aumentos da Farinha em dez anos"

         “Estamos em Bom Jardim há 10 anos e quando começamos, na época ainda do prefeito Celso Jardim, o preço básico de nossa tarifa era de R$ 1,00. Um bom tempo depois, houve um reajuste para R$ 1,20. Já na época do governo do prefeito Affonso Monnerat, em seu segundo mandato, ficamos quase sete anos sem termos como reajustar o valor de nossa passagem, que depois de pleitearmos R$ 1,45 acabou mesmo ficando em R$ 1,40, valor esse que vigorou até agora neste fim de outubro de 2011”, infirmou inicialmente Sérgio Farinha.

"Devido a defasagem, aumento, na verdade, deveria ser bem maior"

         Já ao ser questionado quanto ao reajuste de 20% que passou a vigorar agora no preço da passagem em Bom Jardim, o empresário Sérgio Farinha explicou:  “Se fosse seguido à risca o contrato de concessão que temos, os reajustes de nossas passagens deveriam ser anuais e de acordo com o Detro (Departamento de Trânsito), como inclusive ocorre em outras cidades e também, como todos sabem, como é feito com relação aos pedágios. Desta forma, isso ajudaria nossa empresa, a manter mais o equilíbrio financeiro e os usuários não viriam sentir tanto em seus orçamentos e despesas, uma vez que os índices de reajustes seriam bem menores. Tanto assim, que posso afirmar que apesar destes 20% de reajuste agora, para fazer frente a elevação dos nossos custos e despesas, ainda não vem a ser suficiente, já que o preço básico de nossa tarifa de passagem aqui em Bom Jardim ao invés dos 1,60 que passa a vigorar agora, deveria ser no mínimo R$ 2,00, devido a defasagem ao longo dos últimos anos. Outra coisa que chamar a atenção de todos, que para nossas linhas mais distantes, o valor do aumento em função disso, foi de apenas 10 centavos.

Melhoria da frota e algumas das adversidades enfrentadas

Frente a abordagem da questão de que muitas vezes, são encontrados passageiros que reclamam de eventuais condições de alguns ônibus e outras adversidades, Sérgio Faria também com muita sinceridade e clareza apresentou suas considerações. “Sempre que possível, estamos procurando comprar novos ônibus e só para vocês terem um idéia, apenas um micro ônibus novo como compramos recentemente, custa em média R$ 210 mil. As vezes, compramos também ônibus usados, mas claro em condições de uso e idades permitidas pelo Detro, tipo 2006, 2007 que custam no mínimo cerca de R$ 120 mil. Evidentemente se pudéssemos, só íamos adquirir veículos novos, porque todos que possuem carros sabem, que quanto mais novo o veículo menos problemas e despesas de oficinas e consertos eles apresentam. Possuímos onze ônibus, sendo três reservas.
         Outro detalhe que chamo a atenção de todos e que de certa forma mostra como está defasada nossa passagem em Bom Jardim, é que quando vamos comprar algum outro ônibus, seja usado ou novo, a primeira coisa que nos perguntam, é quanto custa a nossa tarifa mínima? A responder que é R$ 1,60 ou era no caso, R$ 1,40, todos afirmam e até nos dizem, puxa como vocês consegue sobreviver assim?”, comentou Sérgio Farinha.

Uma panorâmica com relação aos elevados custos e muitas despesas

         Durante a entrevista, ao ser perguntado com relação a despesas e custos, o empresário Farinha também explicou: “Trabalham com conosco 38 funcionários, entre motoristas, cobradores, mecânicos e etc. Por ai, quem tem ou teve alguma firma, já pode imaginar as despesas com relação a encargos sociais. O piso da classe é de R$ 961,00, porém todos recebem mensalmente muito mais que isso, já que tem as horas extras, adicionais noturnos, auxilio alimentação. Além também do já tradicional seguro DPVAT, temos que ter e temos, um seguro de responsabilidade social.
         Já com relação também as nossas despesas e custos, devo salientar que apenas com óleo combustível, nosso consumo mensal está em cerca de 25 a 30 mil litros. E como todos passam sempre pertos de um posto de combustível, basta olhar o valor e fazer as contas do quanto gastamos só com este item. Mas fora isso e outras despesas, com muitas ruas e estradas com buracos e quebra-molas, diariamente temos estamos com ônibus terem que ser consertados e só para vocês terem uma ideia, cada mola solteira e não estou falando dos chamados fechos de molas, custam cerca de R$ 300,00. E os pneus, cada pneu novo que compramos, custa em média R$ 1.400,00 e devido rodar direto nos ônibus, que as vezes são obrigados a esfregar em meios-fios, pedras e buracos, um pneu novo ou mesmo reformado, dura em média somente de 30 a 40 dias para nós”.

Gratuidade é de 40% ou mais

         Com relação a abordagem de gratuidade que o Expresso Farinha deve também disponibilizar no seu dia-a-dia, seu diretor Sérgio também comentou de forma bastante clara e direta. “Cumprindo o que determina a lei, transportamos graciosamente estudantes e idosos, o que chega a ultrapassar a 40% e devemos também deixar claro, que não recebemos para isso nenhum subsídio ou ajuda do governo municipal ou estadual, o que se acontecesse, sério muito justo para nós. Além disso, muitas vezes sempre procuramos atender solicitações de ônibus para eventuais transportes para jogos de futebol, festas, enterros e etc, mostrando assim, embora nenhum todos saibam ou observem, o desenvolvimento do nosso lado social”.

Outras situações que acabam refletindo nos serviços prestados

         Ao ser perguntado o que poderia ter ele mais a acrescentar a respeito do transporte coletivo em Bom Jardim e lembrando também das reclamações que por vezes muitas pessoas fazem com relação a atrasos de horários, o empresário Sérgio Farinha disse: “De fato, muitas vezes recebemos reclamações de atrasos de horários, porém a maioria das pessoas infelizmente desconhecem, não vêem ou não querem ver certas situações. Além de alguns problemas que enfrentamos as vezes com buracos, quebra-molas, temos por exemplo como muitos motoristas sentem na pele, engarrafamentos e demoras em certos momentos, por exemplo, para atravessar na passagem por São Miguel e ponte do Maravilha, fato que aliás, chegam também atrapalhar e até irritar alguns motoristas que nem sempre passam mais de uma, duas ou três vezes durante o dia, o que não correr com alguns dos nossos ônibus que enfrentam isso inúmeras vezes durante o dia. Outro detalhe que é possível que muitos não saibam, é que de alguns meses para cá, os nossos ônibus que chegam a rodoviária de Bom Jardim para retornar a outros locais e linhas, não podem mais contornar ali perto do Posto Erthal e loteria, tendo assim que se dirigir até o trevo da RJ-116, que vai para Cordeiro para desta forma voltar ao centro, demandando perda de mais tempos e gastos de combustível já que isso nos obrigar a andar uns dois quilômetros a mais”.

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