Se vivo estivesse, no dia 28 de setembro passado, Mário
Machado Nicoliello teria completado 95 anos de idade. Como um dos dez filhos do
casal Nicolau Nicoliello & Eugênia Machado, Mário estudou em Bom Jardim , Nova
Friburgo e Niterói, sempre mostrando muito gosto e aptidão para o ramo
farmacêutico. E foi justamente numa farmácia, no bairro carioca do Flamengo,
que ele arrumou seu primeiro emprego. Por lá morando e como sócio do Flamengo,
sempre que podia comparecia aos jogos para torcer por sua equipe rubro-negra.
Aos
22 anos de idade, retornando a Bom Jardim, Mário Machado Nicoliello abriu sua
própria farmácia, na Rua Nilo Peçanha. Em seguida, já bastante popular e sempre
disposto a ajudar a todos com seus conhecimentos e sobretudo seu generoso
coração, a política começou a entrar em sua vida, como para sua vida de forma
também extremamente importante entrou a esposa Dona Pierina Cariello
Nicoliello, com quem se casou em 28 de setembro de 1939, dia em que completava
23 anos de idade e que portanto teve no enlace um grande presente de
aniversário. Como seu único filho legítimo, infelizmente faleceu parto, o casal
contou com a felicidade de criar o afilhado Jorge Luiz Delduque Quintes (médico
e atual presidente da Câmara Municipal) assim como Marilena, sobrinha querida,
os quais souberam muito bem retribuir o imenso amor recebido.
Depois
de ter sido eleito vereador pela UDN, em 1995 e reeleito em 1960, Mário Machado
Nicoliello chegou facilmente à presidência da Câmara Municipal. Passados cerca
de três anos, Mário resolveu abandonar a política, sem no entanto abandonar o
sonho de um dia ser prefeito de sua querida cidade e, por isso, continuou
desenvolvendo, tanto como ótimo farmacêutico quanto excelente ser humano, seu
trabalho social e comunitário. Além de Presidente da Escola de Samba Unidos do
Abafa, ele presidiu também com competência o Bom Jardim EC, clube de que muito
se orgulhava por ser o sócio-proprietário n° 1.
Em
1976, apesar de estar chegando à casa dos 60 anos de idade, porém sem ter
perdido o sonho de servir a cidade que tanto amava, Mário Machado Nicoliello
chegou a declarar a amigos mais chegados, entre os quais o vereador Armandinho
Lemos Jr, o seguinte: “não quero morrer sem ser prefeito da minha terra que
tanto amo”. E de fato ele não estava errado, já que pouco tempo depois, estava
ali o novo Prefeito de Bom Jardim Mário Nicoliello. E de fato demonstrando
estar preparado para ser prefeito municipal, começou então a deixar para sempre
no município sua marca de chefe executivo municipal. Ao contrário de outros
prefeitos, cuja prorrogação dos mandatos atrapalhou, Mário aproveitou – apesar
da morte não ter deixado concluir sua administração – para realizar as mais
significativas obras de que Bom Jardim necessitava e que para sempre serão
lembradas, por suas importâncias e necessidades. Apenas para citar as mais
importantes, são citadas as seguintes realizações: Abertura da Estrada de Contorno
que desviou o trânsito pesado do centro da cidade; Construção da Casa da
Cultura, que inclusive leva seu nome como justa homenagem; Construção da
importante Capela Mortuária; Instalação da Caixa Econômica Federal; Construção
da quadra polivalente de esportes e da Rua Nova; Implantação da telefonia via
DDD em BJ; Criação da Guarda Mirim; Construções da Rodoviária e do Conjunto
habitacional, mais a Implantação do Posto de Benefícios do INPS, em cuja festa
de inauguração, com a presença de muitas pessoas e autoridades, o grande Mário
Machado Nicoliello veio a falecer no dia 15 de novembro 1981, vítima de um
infarto fulminante,consternando profundamente não apenas todo o município, mas
também a região inteira, já que ele era querido e admirado por todos. Tanto
assim, que no seu sepultamento, foi registrada a maior concentração de pessoas
de que se teve conhecimento no município de Bom Jardim até aquele ano. Muitas
pessoas chegavam a afirmar na época: “morreu um prefeito apaixonado, mas
certamente muito feliz”, porque ele próprio vibrava com a convicção de sempre
poder fazer, como fez, o melhor para Bom Jardim. Quando assumiu seu mandato de
prefeito, em 15 de novembro de 1976, Mário chegou a prometer que morreria se
não mudasse a fisionomia da cidade. Para a felicidade dele e de todos, a coisa,
foi justamente contrária, já que ele realizou praticamente tudo que realmente proporcionou
uma nova cara à Bom Jardim, para então e em paz, partir para o Reino do Senhor
com a consciência do dever plenamente cumprido como homem, cidadão
bom-jardinense e prefeito de sua terra.
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