sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Voz do Pastor + Dom Edney Gouvêa Mattoso


A porta da fé

Caros amigos, o Santo Padre o Papa Bento XVI, no último dia 11 de outubro lançou a Carta Apostólica “Porta Fidei” (A Porta da Fé), anunciando que no próximo ano, a partir de outubro, a Igreja inteira celebrará com grande intensidade os 50 anos da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II e 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, verdadeira herança do beato João Paulo II que traz a explicação da fé apostólica com a rica contribuição do Concílio.
A fé é a base de todas as nossas relações com Deus, é a resposta livre do homem à iniciativa de Deus que se revela para a nossa salvação, porém, já há muitas décadas, a cultura religiosa cristã no mundo vem passando por grandes transformações a tal ponto de não podermos cair no erro de atender somente às consequências da fé, sem preocupar-nos devidamente com a transmissão destas mesmas verdades.
Somos bombardeados, em nossa época, por uma variedade de conceitos, propostas e idéias, as mais diversas e contraditórias. Em meio a esse vozerio, é difícil perceber imediatamente onde está o certo e como diferenciá-lo do errado. Para que houvesse uma solução a cada problema e em todas as circunstâncias, veio Cristo nos ensinar. Sua doutrina está consignada nos Livros Sagrados e na Tradição, ambos confiados ao Magistério vivo.
A verdade da fé, no entanto, não somente ilustra a inteligência, mas introduz o homem numa vida nova com Deus que “plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida” (Porta Fidei, 6).
A força vital da fé dos apóstolos de Cristo é a segurança que procura o coração humano em sua busca de sentido. Seu primeiro e essencial anuncio é a vida mesma dos cristãos que descobriram a maravilhosa vida no Espírito e, logo, esta “fé que atua pela caridade” (Gl 5, 6) é o fermento transformador do mundo inteiro em suas repercussões sociais, culturais e políticas.
Ser “sal da terra e luz do mundo” (cfr. Mt 5, 13-14), assim nos definiu o Senhor em seu famoso “Sermão da Montanha”, porém esta definição é também uma tarefa, um caminho a percorrer para fazer resplandecer neste mundo a face de Cristo.
Lembro, neste artigo, especialmente meus sacerdotes e todos os que os ajudam na tarefa de ensinar a fé às futuras gerações. Que Deus lhes dê sempre sua força.

Dom Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano de Nova Friburgo

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