quinta-feira, 25 de novembro de 2010

COLUNA DO A. MAGNO

Tumulto na loja

Dizem os entendidos, que o “cocô radiativo”, também chamado de napalm ou agente laranja quando começa a ser liberado seu fedor já domina todo o ambiente, escapando completamente ao controle de quem o produziu. Seu cheiro é pior do que ovo podre e mais penetrante do que o odor de queijo limburgo, esse cocô pode fazê-lo acreditar que algum bicho morto se decompôs dentro de você e que seus intestinos os resolveram expulsá-los. Concluem os entendidos: “Deus se compadeça dos freqüentadores de algum banheiro onde um cocô radiativo for liberado.”

Só depois de ter adquirido os conhecimentos acima pude conscientizar-me sobre o tumulto criado numa grande loja recifense, logo após a minha saída de um de seus banheiros.

Entre outubro e novembro de 2000 participei de um

trabalho na região do Brejo Paraibano, de onde retornei com “giárdia lâmblia” até na alma. Esse parasita intestinal, vez por outra, dava-me umas cólicas no pé da barriga, cuja única solução era correr para o banheiro mais próximo.

Perto do Natal, Galindo e eu fomos a uma grande loja comprar algumas bugigangas. A loja neste dia estava repleta de clientes cheios de pacotes e sacolas quando senti a maldita cólica acompanhada de um suor frio. Aí, pensei: “To ferrado!”. Mas não era hora de pensar e sim de correr para o banheiro.

Quando terminei o “serviço”, tentei dar descarga, mas a danada

estava “quebrada”. Aí, pensei: “Só me faltava essa!...” Sem alternativa, abri a porta do banheiro, olhei para um lado e para o outro e saí bem de fininho ao encontro de Galindo, que me perguntou:

– E aí, bicho, resolveu?

– Ah!... Agora sou outro homem!

Galindo virou pra mim e disse:

– Bicho fica aí com as sacolas, porque quem vai “soltar o

barro” agora sou eu, tá certo?

Porém, estranhando o rápido retorno de Galindo, indaguei:

Galindo com cara de quem comeu e não gostou, falou:

– Bicho, ninguém consegue entrar naquela porqueira!

– Viiixi Maria! Tá um fedor de rato podre da bexiga lixa. Já

puseram até “bom ar”, mas nada...

Constrangido com o tumulto criado, perguntei:

- E ninguém viu o autor da façanha sair do banheiro?

– Alguém deve ter visto, porque tem uns cabras lá, dizendo que foi um “velho magro da cabeça toda branca”.

Galindo meio desconfiado olhou para um lado e para o outro e me fez a pergunta crucial:

– Bicho, pela descrição que tão fazendo, não foi você, não?

Bastante desconcertado, juntei as sacolas de compras, convidei Galindo para sairmos da loja e confessei o crime, porém, dividindo a culpa com a descarga quebrada e com as giárdias paraibanas.

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