segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Conversa de Banco de Praça

A. Magno

Diz o sambista que, “quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”. E quem não gosta de praça? Bom, quem não gosta de praça, bom matuto não é. É ruim da cabeça, ou então, zé-mané.
De algum tempo pra cá, um grupo de amigos, sem nenhuma pretensão, passou a reunir-se num dos bancos da praça Cel. Monnerat, após o expediente de trabalho. Praça essa, que nos traz saudades de alguma coisa que tinha e que fugiu sutilmente junto com a mocidade.
Saudosos, nos sentamos em nosso banco predileto, não para discussões intelectualizadas, como nas academias, mas sim, para contarmos e ouvirmos casos e “causos” que têm transformado os nossos leves sorrisos em boas gargalhadas.
E assim, em meio a casos e “causos” e ao sabor das pipocas do Erly, temos feito de nossas tardes-noites uma espécie de “terapia do riso”. Aliás, rir é bem melhor do que enfrentar o divã dos “psis” da vida.
Num desses nossos encontros, enquanto observávamos uns molequinhos batendo bola no meio da praça – tal como fizemos outrora – eis que nos apareceu o Jalver Litz, portando seu “boné de maquinista de trem”, que antes de sentar-se, já chegou atropelando:
— Ué! Vocês não trabalham não, heim?
— Senta aí e deixa de fuleragem, cabra! – respondi.
Jalver sentou-se, tirou e botou o boné na cabeça e murmurou:
— É... criar frangos tá f...!
Mas, enquanto Jalver continuava murmurando, Maurício Jasmim, para variar, cheio de pacotes, sentou-se e perguntou:
— Caras, vocês já conhecem a do “anão”?
— Que isso, Maurição! – dissemos.
— Não é sacanagem, não! É uma piada.
Cadô Hoelz tomou a palavra:
— Entãonnapareceu o Jalver Litz, portando seu "o da praça - tal es-noites uma espe casos e "a e que fugiu sutilmente junto com a mocio, conte-a, né!
Maurição alisou o bigodão e pôs-se a contar:
— Certa vez, um trem elétrico estacionou numa estação, na qual embarcou um “anão”. Como o anão não conseguia sentar-se na cadeira, um gentil passageiro o apanhou no colo e o colocou sentado a seu lado. Como o trem era “paradouro”, sempre que aproximava-se uma estação, o anão ia escorregando cadeira abaixo. Porém, o gentil passageiro o apanhava e recolocava sentadinho na cadeira. Faltando apenas duas estações para o fim da viagem, o passageiro, já de saco cheio, perguntou ao anão:
— Escuta, cara, você não vai desembarcar, não? Sem pensar duas vezes, o anão, todo espinhado, respondeu:
— Querer desembarcar, eu quero, mas você não me permite, cacete!!
Rimos bastante com a piada e ao vermos o Maurício ajuntar os pacotes, dissemos numa só voz:
— Conta outra, Maurição!!

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