quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A Voz do Pastor + Bispo Dom Edney Gouvêa Mattoso

Religiosos, um sinal de Deus

Caros amigos, Nosso Senhor Jesus Cristo passou por este mundo fazendo o bem e pregando a mensagem da Boa Nova. Por sua palavra ele nos ilumina o caminho e nos impulsiona a caminhar. Assim, inflamados pelas “palavras cheias de graça que saíam de seus lábios” (cfr. Lc 4,22), os discípulos se esforçam por viver cada dia mais este modo divino de vida que o Mestre nos oferece. Dentre esses, Deus inspira a alguns que se “proponham, pela prática dos conselhos evangélicos, seguir Cristo com maior liberdade e imitá-lo mais de perto” (cfr. Perfectae Caritatis, 1): estes são os irmãos e irmãs de vida consagrada.

Grande é a variedade de caminhos para a consagração religiosa: uns vivem em mosteiros, comunidades que se dedicam mais especificamente a contemplação divina e ao louvor solene; outros ingressam em comunidades que unem forças por um objetivo comum: a ajuda dos mais necessitados, a propagação do evangelho, a educação da juventude, entre outros; alguns, ainda, se decidem a viver sozinhos de modo contemplativo, e são um sinal da prioridade absoluta de Deus em prol do mundo.

Todos, porém, se encontram em um “chamado de Deus à prática dos conselhos evangélicos, e os professam com fidelidade, consagram-se de maneira especial ao Senhor, seguindo a Cristo, que, sendo virgem e pobre, pela obediência até a morte da Cruz, redimiu e santificou os homens”. (PC, 1). Os religiosos e religiosas, experimentaram a beleza da vida em Cristo e a estimam como um autêntico tesouro em prol da qual dispõe de todo o resto.

Tais corações entregados a Deus nos recordam, nesta terra, a presença dos bens celestes e dão testemunho da nova e eterna vida conquistada pela redenção de Cristo (cfr. Lumen Gentium, 44). Por isso, todos os batizados reconhecem na vida religiosa um especial dom de Deus para sua Igreja, Povo de Deus que caminha para a Terra Prometida.

A atual sociedade padece da falta de paradigmas e de idéias claras, o que muitas vezes impede que os jovens encontrem sua verdadeira vocação divina. A vida religiosa é demasiado caricaturada pelos meios de comunicação e pelo senso comum, de modo que não se vê, muitas vezes, o real sentido da consagração a Deus. Este estado de vida, porém, para os que a ele são chamados, é um belo caminho junto a Cristo, que chama a todos para que, negando-se a si mesmos, tomem a sua cruz e o sigam.

Reconheço o grande valor da vida religiosa e agradeço a todos os que a abraçam com perseverança e amor. Que seu exemplo nos lembre a radicalidade do Evangelho.

Dom Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano de Nova Friburgo

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