domingo, 31 de outubro de 2010

Brincando com a saúde

É com grande pesar que sou forçada a falar de um assunto que nunca- e eu digo nunca- deveria ser falado. A saúde é algo que nunca deveria ser abordado em matéria de crítica, mas sim de elogios. Todavia, o Brasil não vem tendo uma situação muito favorável a este assunto tão importante.

A negligência por parte de uns para com a atual situação do hospital é alarmante, o desrespeito para com os pacientes é terrível em todos os sentidos. Como pode um hospital público –que era para ser um dos melhores em matéria de qualidade- não ter medicamentos, médicos, e capacidade de dar uma assistência digna a cada um?

Realmente é lastimável saber que vidas se perdem por conta da negligência. Eu gostaria de saber para onde se volta à atenção dos nossos políticos e atuais candidatos. É claro que se volta para a acusação mútua de ambos os eleitores. Seria incrível se eles parassem de brigar feito crianças e voltassem sua seriedade –se é que o tem- para os verdadeiros planos de governo e não acusar um de ser a favor do aborto e o outro e ser a favor da privatização.

Estamos a ponto de votar. E ainda assim temos uma situação deplorável de saúde pública, negligência de uns, e uma competição pelo brinquedo novo – o Brasil- pelos atuais candidatos a presidência. Incrível como o governo ainda teve tempo de disputar para ser sede das olimpíadas de 2014 e levanta projetos sem preocupar-se um tanto com a situação da população.

Copa do mundo, olimpíadas, natal, ano novo, shows, carnaval são precisos sim, a partir do momento que a situação política e assistencial brasileira seja resolvida. Peço a você, caro leitor, que não desconsidere esse relato, por que agora você pode não sentir na pele o que é ter de esperar quarenta minutos, uma hora com dor ou passando mal para ser atendido, se é que o vai. Mas um dia –pois todos não estamos livres de tal acontecimento- você possa acabar passando por isso, e realmente só quando, se me permite a palavra, arde do nosso lado, que realmente nos damos conta da situação atual. Até então fechamos os olhos e esperamos alguém ou algum “maluco” fazer algo com relação a isso. Porém, um “maluco” não consegue fazer isso sozinho, precisa-se de vários.

Não estou lhe pedindo para sair às ruas e manifestar-se, mas sim votar com tamanha seriedade. Votar não é uma brincadeira de apertar numerozinhos bonitinhos em uma maquininha que apita, e sim a decisão de toda uma nação. Por isso vote com seriedade, escolha realmente o melhor candidato pelos seus planos e não pela tamanha criatividade que tem em buscar meios de acusar o outro. Se eles pelo menos usassem essa mesma criatividade para dar a nós um plano de governo decente e não uma folha em branco seria muito mais recompensador.

Não há como resolver a situação frustrante da saúde se nem ao menos resolvemos a situação política, e, ainda temos de aturar uma briga de duas crianças. Seria mais fácil abrir um “ring de boxe” e deixar que os atuais candidatos se enfrentem, só que dessa vez será diretamente e não pelas costas como o fazem. Pelo menos um pouco de valor quanto a isso eles poderiam ter, a disputa é livre, mas não a ponto de acusar um ao outro como a criança acusa o amigo de roubar seu brinquedo.

O segundo turno está chegando e espero que vocês tenham pelo menos ouvido isso. É lastimável saber que há pessoas boas sofrendo e morrendo por conta da precariedade da saúde. É injusto saber que só tem vez nesse país é quem possui uma situação econômica melhor e pode pagar um hospital particular, cujo atendimento é invejável pelas classes mais baixas. E gostaria sinceramente, não só eu como toda uma nação, que essa situação mudasse, que a saúde pública tornasse-se excelente e o atendimento as pessoas fosse digno a cada um.

Espero ainda mais que o futuro presidente pare de brincar e resolva as situações que necessitam de atenção, que não é somente a saúde. Para que nós brasileiros possamos sonhar com um futuro melhor para nós e para nosso filhos e netos.

Carol Lillium - Nova Friburgo (RJ).

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