quinta-feira, 1 de abril de 2010

Votar também é mudar o mundo

Jorge Picciani * (foto)

O que mobiliza os jovens? Esta não é uma pergunta simples de responder porque não há uma resposta única. Todas as alternativas estão corretas. Inúmeros podem ser os interesses de uma geração que é bombardeada com uma quantidade tão grande de informações diariamente, que tudo pode estar nesta lista. Porém, uma inquietação da minha geração, que lutou pela democracia e a viu renascer, é o desinteresse em relação à política e à forma de manifestar-se democraticamente pelo voto direto.
Até os 18 anos, ninguém é obrigado a votar. Porém, a partir dos 16 anos, qualquer um pode procurar a Justiça Eleitoral e tirar o título de eleitor. Quando na Constituinte de 1988 se lutou pelo direito de o jovem votar, a expectativa era que, por vontade própria, ele correria atrás deste direito de escolha para exercer sua cidadania. E isso ocorreu nas primeiras eleições após a Constituinte, em que o alistamento de jovens foi maciço. Mas, desde o final da década de 1990, esse número vem caindo. Entre 2004 e 2008, o eleitorado total cresceu 7,43%, enquanto o eleitorado de 16 a 17 anos teve uma queda de 19%.
Por outro lado, o que se observa quando olhamos a Internet, por exemplo, é que apesar desta apatia aparente, a população se mobiliza por boas causas. Outro dia, conheci o site avazz.org, uma rede de mobilização global que segundo eles mesmos tem uma simples missão: acabar com a brecha entre o mundo que temos, e o que queremos. A rede é alimentada por 17 jovens de diversas nacionalidades, está disponível em 14 línguas, e consegue mobilizar 4 milhões de pessoas. O objetivo é sensibilizá-las para que elas assinem e participem de movimentos para frear ações contra o meio ambiente e os direitos humanos, acabar com a corrupção. Ou, ainda, colaborem com ajudas humanitárias a populações assoladas por desastres naturais, como o Haiti, por exemplo.
Sem precisar empunhar bandeiras, os jovens e os não tão jovens encontram uma forma de participar e agir por um mundo melhor, ultrapassando fronteiras e somando-se a pessoas de todo o mundo. É a revolução possibilitada pela tecnologia, sem dúvida, mas que pode servir como exemplo para nós, políticos, que buscamos por meio de nossa atuação contribuir neste processo de melhoria da vida da população.
Há de se encontrar canais para fazer com que os jovens também participem desta verdadeira manifestação democrática que é a eleição. Reeditar a campanha “Se liga 16!”, criada pela UNE, a Ubes e outras entidades durante a Constituinte de 88, para conscientizar os jovens da importância do voto, é fundamental. Mas esgotar as formas de fazer isso, seja pelas redes sociais, pela TV aberta ou a cabo, pelo e-mail e até pelo telefone é o instrumento que temos para entregar na mão desta geração as armas para mudar o mundo.
Dia 5 de maio é o último dia para requerer inscrição eleitoral ou transferência de domicílio. A juventude precisa mostrar que não está alienada deste processo e que ela pode apresentar um projeto para o estado do Rio e para o País a partir da participação política por meio do voto. Hoje já há formas rápidas de requerer o título, inclusive pela internet. Basta acessar a página do Tribunal Superior Eleitoral (www.tse.gov.br) e clicar em Título NET, depois buscar no cartório da cidade. Sejam bem vindos, jovens, ao exercício da cidadania!
(*) Jorge Picciani é deputado estadual pelo PMDB e presidente da Alerj. www.jorgepicciani.com.br

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