sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Coluna do Bispo Dom Edney Gouvêa Mattoso

Discipulado e missão: duas caras de uma mesma moeda

Caros leitores, no artigo de hoje gostaria de destacar duas notas indispensáveis do homem e da mulher que querem seguir a Jesus Cristo. Por um lado, a vida interior, vida de discípulo de Cristo que constrói sua existência a partir da intimidade com o Mestre; e, por outro lado, o ardor missionário, que é testemunho para o mundo deste encontro transformador com Nosso Senhor.

Gosto do modo como se expressa o Documento de Aparecida: “Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas em compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8)” (n. 146).

Este ano promete muitas graças para a nossa Diocese: a maior organização das diversas pastorais, a preparação da Assembléia Diocesana com as Assembléias Vicariais, o maior empenho de diversos movimentos de espiritualidade, a construção da Casa do Padre de Nova Friburgo, as novas ordenações sacerdotais, entre outras; e todas são expressão da dinâmica discipulado-missão.

Quando somos alcançados por Cristo em seu Amor, a responsabilidade de batizados se torna para nós uma realidade gozosa que transfigura toda nossa existência. O discípulo não atua por um temor servil, mas pelo amor apaixonado que surge do encontro com o Mestre e do movimento de fazer-se cada vez mais semelhante a Ele. A missão evangelizadora é indispensável à vida da Igreja porque ela nasce do convívio com o seu Fundador e da participação em sua própria missão.

Se o cristão é autêntico Discípulo, é também Missionário: leva aos outros a alegria que recebeu. Existem muitos modos de missão: participando das pastorais paroquiais e diocesanas; cumprindo nossas obrigações diárias com espírito cristão, ou seja, sem renegar nossas convicções de fé; entregando-se ao ministério ordenado ou a um serviço específico através da vida religiosa; participando de movimentos missionários de espiritualidade, formação doutrinal ou promoção social; entre outros muitos.

Entretanto, é penoso constatar uma espécie de anemia espiritual nos cristãos, que, acomodando-se a certas práticas de piedade, não dão o passo seguinte que Deus lhes pede. Peçamos ao Senhor uma purificação do nosso olhar, para enxergar qual é o caminho pelo qual Ele nos quer conduzir na perseverança.

Dom Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano de Nova Friburgo

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