quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Prejuízos com a enchente devem passar dos R$ 75 milhões em Bom Jardim

O secretário municipal de Obras, Thiago Muniz Braga, já estimou os prejuízos causados pelas cheias que afetaram o município, que devem chegar a mais de R$ 75 milhões, mais que o dobro do orçamento anual da cidade, de R$ 30 milhões. Segundo ele, o município pode levar até quatro anos para se recuperar. Duas semanas após a enchente, as marcas dos deslizamentos de encostas e da enxurrada ainda continuam bem visíveis, com diversas casas destruídas e quase todas as pontes derrubadas. Embora a cidade só tenha sido registrada uma morte, os estragos foram ainda maiores do que em Nova Friburgo, que teve cerca de 400 óbitos. Enquanto na vizinha cidade, um dos principais motivos da tragédia foi a construção de moradias em encostas, Bom Jardim teve como um dos grandes vilões a ocupação das margens do Rio Grande, que corta o município.

Embora o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fixe em 300 metros a área mínima não edificável (non edificandi) à beira dos rios, a regra não era respeitada por dezenas de imóveis localizados no bairro de São Miguel e nas localidades de São José e Banquete. O Bom Jardim Maravilha Clube teve piscinas, sauna, dois campos de futebol e salão de festas destruídos. O mesmo aconteceu com a sede da Guarda Municipal, três postos de saúde e um galpão da prefeitura onde ficavam máquinas pesadas, caminhões, veículos escolares e ambulâncias (foto acima). Municípios vizinhos, como Duas Barras e Cordeiro, estão emprestando retroescavadeiras e outros equipamentos para retirar a lama. O agricultor aposentado Devaldo de Aguiar, de 67 anos, foi um dos que sofreram prejuízos, por ter imóveis alugados à beira do Rio Grande. “Perdemos tudo. Jamais imaginei que isso aconteceria”, disse ele.

Nenhum comentário: