sexta-feira, 18 de março de 2011

Dois meses depois, Bom Jardim ainda sofre com efeitos da tragédia das chuvas na região serrana

CESAR CARVALHO (JORNAL MAIS) - Depois que dois meses já se passaram, após a catástrofe climática de janeiro, e a cidade começa a enfrentar a rotina anual depois das festas do final do ano, das férias escolares e do feriado de carnaval, os moradores de Bom Jardim, uma das sete cidades atingidas, já se dão conta que este ano não vai ser igual àquele que passou. Não apenas para as pessoas que perderam suas casas invadidas pela enchente ou em deslizamentos de terras, pois toda a população, de um modo ou de outro, foi afetada pela queda de quase todas as pontes do município. A única que restou: a do distrito de Banquete, mais a ponte metálica construída emergencialmente pelo Exército Brasileiro, no bairro Maravilha, não estão dando conta do tráfego de veículos que antes passava com sobra pela RJ-116, sem precisar transitar pelas apertadas ruas centrais da cidade.

Mesmo porque as pontes têm restrições de tráfego: a de Banquete só comporta veículos leves, enquanto a do Maravilha, também proibida para grandes caminhões, só permite passar num sentido de cada vez, causando diariamente enormes engarrafamentos. Com isso, a população teve que se acostumar com constantes atrasos em seus compromissos, como trabalho, estudos, negócios, compras, consultas médicas e outros. Muitos comerciantes bom-jardinenses reclamam que os clientes sumiram. Não é para menos, pois nos bairros periféricos, como Bem-Te-Vi, São Miguel e Alto de São José ficou mais fácil ir até Nova Friburgo, cidade vizinha distante 20km, do que chegar ao centro da cidade.

Apesar de três novas pontes para veículos estarem em vias de serem construídas, em Barra de Santa Teresa, em São Miguel (no local do antigo posto de saúde), e a própria ponte da RJ-116, pivô de todos os problemas de trânsito do município, além de uma nova passarela de pedestres restabelecendo a ligação entre São Miguel e Jardim Ornellas (Varginha), os congestionamentos devem permanecer por mais alguns meses, tempo necessário para que as novas pontes fiquem prontas.

Enquanto isso, muitos populares insatisfeitos procuram soluções para amenizar o problema, como paralisar a rodovia, pedindo o fim do pedágio para forçar a concessionária a acelerar o processo de construção da ponte, cuja obra até o momento, não foi iniciada. O bom-jardinense Pedro Paulo Erthal Rodrigues, que mora no Bem-Te-Vi é um dos que preferem comprar em Nova Friburgo a ter que esperar cerca de uma hora no trânsito para ir ao centro da cidade. Em carta encaminhada às autoridades competentes, ele chegou a sugerir a inversão do acesso à ponte do Maravilha, para que os automóveis que vêm de São Miguel subam pela rua Luiz Correia e de lá atinjam a RJ-116 sem passar pelo centro da cidade, como é feito atualmente.

Já a carioca Fernanda Souza Aires, que passava pela rodovia, no último dia 10, vindo de Cordeiro em direção a Nova Friburgo, estranhou a falta de sinalização na RJ-116, pois acabou se deparando com a cratera aberta em plena estrada, onde antes existia a ponte. Disse que junto aos trevos de acesso a Bom Jardim faltam placas e pessoas para informar como acessar a ponte construída pelo Exército. “Quase fomos parar no buraco, se não fosse a boa vontade dos bom-jardinenses em nos explicar o caminho de volta. É bom lembrar que a manutenção da rodovia é responsabilidade da Concessionária Rota 116 que, mesmo com todo caos encontrado na estrada, continua cobrando o valor integral de pedágio em todas as praças”, ressaltou ela.

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