quarta-feira, 25 de maio de 2011

Manifestação pacífica interrompe trânsito durante uma hora na RJ-116



CESAR CARVALHO (JORNAL MAIS) - Uma manifestação pacífica mobilizou no último dia 21 de maio, sábado, grande número de moradores de Bom Jardim, entre estudantes, comerciantes, trabalhadores e políticos, que interditaram o trecho da RJ-116, no bairro Bem-Te-Vi, onde se localiza o canteiro de obras da ponte que caiu na tragédia de janeiro passado. Algumas guarnições da Polícia Militar acompanharam de perto a manifestação, que contou com a presença do prefeito Paulo Barros e de todos os vereadores da Câmara Municipal, os quais protestaram contra a demora na construção da nova ponte, fato que está prejudicando a economia do município e causando diversos transtornos, como engarrafamentos nos bairros São Miguel, Maravilha e Centro. Sem a ponte na RJ-116, as únicas alternativas são a passagem pelo distrito de Banquete ou utilizando a ponte metálica provisória, construída pelo Exército no bairro Maravilha.

O governador Sérgio Cabral, que visitou a região na época da catástrofe, teria dito que iria providenciar a reconstrução da ponte e demais estragos causados pela enchente na Região Serrana. Para isso, criou a Subsecretaria Extraordinária da Reconstrução e nomeou o então prefeito de Bom Jardim, Affonso Monnerat, como subsecretário, encarregado de trabalhar diretamente com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão. Embora as áreas atingidas tenham sido recuperadas em tempo recorde, a obra de reconstrução da principal ponte de acesso a Bom Jardim e demais municípios da região Centro-Norte foi ficando para trás. Depois de quase cinco meses e sentindo o descaso por parte do governo estadual e da concessionária que controla a RJ-116, a população decidiu fechar a rodovia por uma hora, para protestar contra o descaso das autoridades.

Durante a manifestação, todos os vereadores subiram numa tribuna improvisada para falar que, apesar de sua importância para o comércio, o turismo e o escoamento da produção industrial e agrícola e pastoril da região, a obra da ponte vem sendo protelada e “empurrada com a barriga”. Os informaram ainda que a Câmara já enviou diversos ofícios e abaixo-assinados ao Ministério Público, Agetransp e governo do Estado, solicitando providência. Uma ação popular cível impetrada pela prefeitura suspendeu a cobrança de pedágio nas duas praças que cercam o município, enquanto as obras da ponte não fossem concluídas, mas a concessionária Rota 116 conseguiu no Tribunal de Justiça retornar com a mesma.

O prefeito Paulo Barros - foto acima - comunicou aos manifestantes presentes que já entrou com recurso no TJ-RJ, tentando voltar com a suspensão, alegando que, sem a ponte, os veículos são obrigados a passar por vias urbanas do município e por isso, a Rota não poderia efetuar a cobrança do pedágio, uma vez que os serviços da concessionária não são prestados fora da rodovia e sendo assim, os veículos acidentados, que precisarem de socorro médico ou mecânico, não terão atendimento da mesma. Paulo Barros disse ainda que as ruas de Bom Jardim não foram feitas para suportar tamanho volume de trânsito, que está ocasionando o afundamento das mesmas e destruição das galerias pluviais e de esgoto. Acrescentou que será preciso reconstruir as galerias e refazer toda a pavimentação e que vai cobrar da Rota o custo desses reparos.

Além das autoridades municipais, alguns moradores e líderes políticos também se pronunciaram, expondo suas opiniões e reivindicando soluções para os problemas ocasionados pela tragédia climática de janeiro. Uma hora depois, conforme acordado entre organizadores e autoridades policiais, a pista foi desinterditada e os veículos liberados para seguir viagem.

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