sexta-feira, 6 de maio de 2011

OS PREFEITOS DE BOM JARDIM E SUAS OBRAS

Mário Machado Nicoliello (mandato: 1977/1981 - 1ª parte)

Erthal Rocha (*) - O Prefeito Mário Machado Nicoliello (foto) sucedeu a Benedicto Coube de Carvalho, após o seu 2º mandato. Assumiu o comando da Prefeitura de Bom Jardim em 31 de janeiro de 1977, sob a legenda do PDS, que substituiu a ARENA. Veio a falecer no dia 15 de novembro de 1981, aos 65 anos, em pleno exercício do mandato. Morreu de emoção, segundo testemunhas oculares, quando participava de um coquetel na Casa da Cultura, vitimado por fulminante enfarte, após participar e discursar na inauguração do Posto de benefícios do INPS local. Seu mandato foi completado pelo vice, Expedito Caetano, até dezembro de 1982.

Quando assumiu o mandato, Mário prometeu mudar a fisionomia da cidade, o que, em grande parte, conseguiu. O ponto alto de sua gestão foi a construção da Estrada do Contorno na RJ-116, pelo Estado, no Governo Faria Lima, retirando do centro da cidade o tráfego pesado de caminhões e carretas, principalmente o transporte de cimento proveniente de Cantagalo, que estava danificando toda a estrutura urbana.

A Casa da Cultura, obra de sua administração de inegável utilidade e que, merecidamente lhe perpetua o nome, serve até hoje, de centro de irradiação de cultura e realização de eventos que atraem a atenção de toda a população, mormente exposições de artes plásticas de consagrados artistas. Abriga, atualmente, a Biblioteca Pública Municipal. Tem confortável auditório, onde se realizam palestras e reuniões. É também o local onde se reúnem, mensalmente, os membros do IHG/BJ (Instituto Histórico e Geográfico de Bom Jardim)

Em 1981, ainda em sua gestão, foi concluída a construção do Conjunto Habitacional da CEHAB, em convênio com a Prefeitura, às margens da Rodovia RJ-116, com 92 apartamentos, vindo a beneficiar inúmeras famílias de baixa renda. Outra realização do Prefeito Mário Nicoliello que merece menção foi a substituição dos obsoletos telefones à manivela pelos modernos aparelhos automáticos instalados no município pela TELERJ, inaugurando o sistema DDD, durante o regime militar, melhoramento inaugurado na época pelo presidente da empresa, Coronel Nelson Souto Jorge.

Não se pode esquecer que o município lhe deve a construção da Capela Mortuária, próxima ao Cemitério novo. Até então a população não tinha onde velar e se despedir de seus mortos. A lacuna foi preenchida em seu governo. Declarou Mário em sua inauguração: “O povo que não trata bem seus mortos não tem história”. Outra obra por ele realizada foi a construção do Terminal Rodoviário, no centro da cidade, que até hoje atende à população que se utiliza do transporte municipal, intermunicipal e estadual.

Farmacêutico por profissão e vocação, sua carreira política começou em 1955, quando se elegeu vereador. Chegou à presidência da Câmara. Inserido na política bom-jardinense, chegaria à chefia do poder executivo municipal, com o apoio de seu amigo e padrinho político, Dr. Péricles Corrêa da Rocha, um dos ícones de Bom Jardim. O sonho há muito acalentado por Mário de ser prefeito de sua terra natal, foi atingido, mas conforme já assinalei, interrompido de forma brusca, em coquetel na Casa da Cultura, obra sua de notável importância e que, merecidamente, lhe perpetua o nome.

Mário casou-se com Pierina Cariello, aos 28 de setembro de 1940, em cerimônia oficiada pelo Monsenhor José Antonio Teixeira, na Catedral de São João Batista, em Nova Friburgo. O casal não teve filhos, razão pela qual adotou Jorge Luiz Delduque Quintes, hoje médico conceituado e político de prestígio em nossa terra, exercendo atualmente a presidência da Câmara de Vereadores. Na qualidade de presidente do Legislativo, Jorge Quintes acaba de assumir o mandato de prefeito durante a viagem do Prefeito Paulo Barros e sua família à Europa, a serviço e a Dubai, nos Emirados Árabes, na Ásia, em lazer.

Mário Machado Nicoliello foi farmacêutico consciencioso, tendo fundado e dirigido a Farmácia Mário durante várias décadas. Foi considerada uma das melhores da região. Exercia a nobre e sacrificada profissão, atendendo a todos, com presteza, a qualquer hora do dia ou da noite, à semelhança de meu pai, o também farmacêutico, Carlos de Sá Rocha, de quem Mário foi discípulo.

Um dos mais dedicados e eficientes colaboradores do Prefeito foi o advogado bom-jardinense Pery Cariello, Procurador da Prefeitura de Niterói. Ele foi requisitado para ser secretário da Prefeitura e chefiar o Departamento Jurídico. Foi excelente auxiliar e incentivador da obra realizada por Mário, podendo ser considerado o seu braço direito, por sua capacidade, idoneidade e amor à terra natal.

Valho-me do depoimento de Pery Cariello para encerrar este primeiro artigo sobre a administração de Mário: “Tudo isto é claro, não é obra só de um governante, mas quando se teve um Prefeito como Mário Machado Nicoliello, tudo se torna mais fácil. Por isso, a cidade, já passados estes anos de sua morte, ainda reconhece o que ele fez por ela”.

(No próximo artigo continuarei abordando a administração de Mário Machado Nicoliello, com informações pessoais minhas e outras extraídas de uma publicação especial do JORNAL MAIS BJ, relembrando sua obra, nos 25 anos de seu falecimento).

Célio Erthal Rocha é jornalista, advogado, membro do IHG/BJ e articulista do JORNAL MAIS BJ. e-mail: erthalrocha@terra.com.br.

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