quarta-feira, 20 de abril de 2011

Empresários de Bom Jardim atingidos por enchente dão a volta por cima

CESAR CARVALHO (JORNAL MAIS) - Três meses após enchente que devastou os bairros São Miguel, Bem-Te-Vi, Jardim Ornellas, Maravilha, Babaquara e Campo Belo, e os distritos de São José do Ribeirão e Banquete, em Bom Jardim, causando enormes prejuízos a moradores e comerciantes, alguns empresários já conseguiram se recuperar e “dar a volta por cima”. Em São José, onde a inundação cobriu todo o centro do distrito, um dos grandes prejudicados foi o vereador Nilton Benvenuti e sua esposa Roseli (foto à direita), sócios do Mercado São José.

Em recente entrevista a publicação especial “Reconstruir Região Serrana”, do Sebrae-RJ, Nilton contou que a água cobriu todo o mercado, destruindo geladeiras, balcões e freezers repletos de mercadorias, num prejuízo calculado em R$ 300 mil. “Sem capital de giro, tivermos que renegociar com fornecedores para poder pagar as dívidas a longo prazo e seguir adiante”, disse. Nilton afirmou ainda que aguarda a liberação do seguro, que no momento está sendo contestado pelo Banco do Brasil.

O empresário lembrou que seu negócio, incluindo mercearia e açougue, ficou fechado cerca de um mês, tempo que levou para retirar toda a lama e recuperar a loja, contando com a ajuda de amigos, comerciantes vizinhos e principalmente, de suas três filhas – Francine, Thaísa e Micaela. Duas delas estão cursando faculdade, o que motivou o casal a se empenhar pela recuperação do negócio.

Outro que deu a volta por cima, foi o Mercado Supremo, de São Miguel, dos sócios Giberto Gomes (foto acima à esquerda) e Ledir Carvalho. O estabelecimento foi completamente invadido pelas águas, que atingiram 1,80m de altura. Além de perder todas as mercadorias, Gilberto também viu desmoronar o prédio em frente a sua loja, onde estavam alocados o depósito e o escritório da empresa. O empresário estima que o prejuízo total beira a R$ 1,5 milhão. Sua primeira atitude diante do acontecido foi mobilizar todos os seus 50 funcionários e, em três dias, tudo estava limpo. Nenhum funcionário foi demitido e ainda receberam pagamento em dia, graças ao capital de giro da empresa.

Com isso, uma semana depois, o Supremo começava a operar parcialmente e os clientes que haviam sumido, logo retornaram, ao ver o mercado funcionando novamente. Ele espera que em dois anos a empresa recupere o prejuízo. “Temos que levantar a cabeça e olhar para a frente, caso contrário não levantamos mais, pois o prejuízo foi muito grande”, disse ele, que aguarda a liberação do empréstimo prometido pelo BNDES.

O desabamento do imóvel em frente ao Supremo levou também o pequeno negócio do empresário José Francisco Caldas (foto acima à direita) e seu filho Tadeu, a JF Rações, que também vende artigos de caça e pesca, arreios e selas de montaria, artigos para camping, jardinagem, etc. Sem querer desanimar, Francisco tentou um empréstimo disponível aos comerciantes afetados pela enchente junto à rede bancária. Mas esbarrou na burocracia, que exigia a documentação de seu movimento anual, que ele, por ter sua loja totalmente destruída, não tinha como apresentar. Mesmo assim, ele foi em frente, com muita luta, conseguiu alugar uma loja ainda maior na mesma rua e, com o apoio de fornecedores e amigos, recuperou o seu negócio e a sua clientela.

Outros comerciantes afetados em São Miguel também conseguiram superar as adversidades e voltaram a funcionar, como a Loja da Bia, a Padaria Ferreira, a Farmácia São Miguel, Condor Vídeo, etc. Mas houve também quem até hoje não abriu mais as portas por causa da enchente, como a Papelaria Risque e Rabisque, o Mercado São Miguel, o Mercadinho do Toizinho e a JRL Cicle. Alguns destes empresários, como Rogério de Andrade Braga, da JRL Cicle, ainda estão tentando um financiamento para se reerguer.

Um comentário:

Beth disse...

Parabéns ao Sr José Francisco e a todos que já se ergueram da catástrofe. Sinto muito em ler, saber e não aceitar que tem pessoas que estão encontrando dificuldade para se reerguer devido a burocracia exigida....Totalmente sem lógica...Infelizmente acaba na fala é BRASIL!!! Não gostaria que fosse assim...