Por Ana Amelia Mendes
Desde o dia 23 de junho, a fêmea de macaco prego chamada de Chiquinha pelos moradores do condomínio Recanto Verde, sobrevivente do extinto Zoológico Municipal Homero Lopes de Almeida, tem nova morada, o Centro de Primatologia do Estado do Rio de Janeiro, localizado no município de Guapimirim.
Após negociações entre a prefeitura de Bom Jardim, através do secretário de Meio Ambiente, Jackson Vogas, com apoio da estudante bom-jardinense de veterinária, Natália Sirito, e o diretor do centro, o professor Dr. Alcides Pissinati, que, sensibilizado com a situação, aceitou receber o animal. Com isso, o sargento Sávio do Corpo de Bombeiros de Bom Jardim entregou a macaquinha ao analista ambiental do Ibama, Henrique Felows, para que fosse transportada ao centro com a supervisão do médico veterinário da secretaria de Meio Ambiente de Bom Jardim, o Dr. Roberto Rangel.
“O centro é refúgio de primatas em extinção, voltado especialmente para projetos que envolvem estudo, manutenção e reprodução das formas mais ameaçadas de primatas não-humanos da mata atlântica”, explicou Dr. Roberto Rangel.
Histórico de Chiquinha
Chiquinha é uma fêmea de macaco prego (Cebus apella), de aproximadamente cinco anos, que nasceu no extinto Zoológico Municipal Homero Lopes de Almeida. No final de dezembro de 2010 ela conseguiu fugir de sua jaula e permaneceu solta nas dependências do zoo até a ocorrência da enchente que atingiu a Região Serrana. Por estar solta, Chiquinha conseguiu se salvar, sendo alvo de inúmeras matérias no JORNAL MAIS, indo parar inclusive, no canal Globo News. Depois da catástrofe, ela permaneceu solta pela cidade e acabou sendo “adotada” por alguns moradores do Condomínio Recanto Verde, que lhe ofereciam alimento e a batizaram de Chiquinha.
Porém, por ser um animal silvestre, a macaquinha não poderia continuar vivendo desta forma na zona urbana, colocando em risco a segurança e a saúde da população e dela mesma, uma vez que essas espécies de primatas podem ser portadores e transmissores de várias doenças aos seres humanos, assim como apresentar reações agressivas. Por outro lado, por ser um animal que nasceu e viveu em cativeiro não mais poderia ser introduzida num ambiente natural de floresta, pois não saberia mais como conseguir alimento, nem se relacionar com outros da sua espécie, o que ocasionaria sua morte ou o retorno a algum aglomerado urbano.
Por fim, a macaca mordeu uma pessoa e o Corpo de Bombeiros de Bom Jardim foi obrigado a capturá-la para evitar outros incidentes. Depois da ação, surgiu a problemática de destinação deste animal, uma vez que o Zoológico Municipal já não existia e todos os órgãos ambientais existentes na região se recusaram a aceitá-la por ser um animal de difícil destinação, e a solução encontrada foi o Centro de Primatologia do Estado do Rio de Janeiro, que recebeu Chiquinha no dia 23 de junho.
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