Ao lado dos que sofrem
Queridos amigos, meditaremos hoje sobre o grande mistério que há por trás de todos aqueles que sofrem.
O sofrimento é uma realidade que está intimamente ligada ao universo humano, “pois existe juntamente com o homem, surge em sua vida e passa, ou às vezes não passa, mas nele se consolida e aprofunda” (cfr. salvifici doloris, 8).
Nosso Senhor Jesus Cristo ao assumir nossa humanidade, ingressou também nesta intrigante vertente, tanto em seu sentido social como pessoal; se por um lado, “passou fazendo o bem” (At 10,38): curando, consolando os aflitos, libertando os homens da surdez, da cegueira, da lepra, do demônio e inclusive restituindo a vida aos mortos; por outro, assumiu sobre si o sofrimento: experimentou não só o cansaço, a falta de uma casa, a incompreensão mesmo da parte dos que viviam mais perto dele, mas também e acima de tudo caminhou conscientemente para cruz, ponto alto de sua missão messiânica. Foi precisamente por meio dela que atingiu as raízes do mal, que se embrenham na história do homem e nas almas humanas.
Cristo não foi insensível às dores dos homens, e nós, que somos sua Igreja, não podemos passar com indiferença diante do sofrimento de outrem, por motivo da solidariedade humana presente naturalmente em nossos corações e em nome do mandato novo do Senhor Jesus.
Depois que as dores redentoras marcaram para sempre a figura do Filho de Deus feito homem, os católicos também devem encontrar em todos os que sofrem uma imagem viva do seu Senhor e uma oportunidade de prestar a Deus um serviço concreto. O mesmo Jesus nos disse que, sempre que fizermos o bem a um dos nossos irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a Ele o fazemos (cfr. Mt 25, 40).
Nos últimos meses, em várias áreas de nossa querida Diocese, experimentamos uma fase de muito sofrimento por causa dos desastres naturais. Pessoas perderam suas casas, seus empregos, seus entes queridos, o entorno onde construíram suas próprias vidas. Esta não é mais uma página virada na história de nossa gente, como pode parecer pelo aparente silêncio dos meios de comunicação de massa. É hora de que todos, com a criatividade do Espírito Santo, encontremos em nossas paróquias, pastorais, grupos e movimentos, novas maneiras de sermos instrumentos do Amor que dimana de Cristo.
Nos trabalhos que realizamos através da Mitra e Cáritas Diocesanas procuramos amenizar um pouco tais necessidades, mas é do amor concreto que nasce do coração solidário que Deus quer tirar a maior de todas as consolações. Pensemos nisto!
Dom Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano
Nenhum comentário:
Postar um comentário