sexta-feira, 15 de julho de 2011

Mais de 700 encostas ainda podem desabar na região serrana nos próximos temporais, diz relatório

Seis meses após tragédia, 31 mil desabrigados ainda encontram-se morando em casas alugadas ou alojados por parentes e amigos. Alguns retornaram para residências que haviam sido condenadas pela Defesa Civil.

Um relatório divulgado recentemente pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) aponta que mais de 700 encostas ainda podem desabar nas sete cidades da região serrana fluminense, que foram atingidas pelo forte temporal do início do ano. Técnicos do órgão realizaram diversas medições e análises de solo nas montanhas de Nova Friburgo, Bom Jardim, Teresópolis, Petrópolis, Areal, São José do Vale do Rio Preto e Sumidouro.

A conclusão dos geólogos é que, praticamente todas as montanhas foram condenadas e há mais de 700 encostas em áreas de risco iminente de desabamento. Apesar de a tragédia ter ocorrido em regiões reconhecidamente de risco – ainda hoje povoadas – ninguém foi responsabilizado pelo desastre, que entrou na lista da ONU (Organização das Nações Unidas), como uma das dez maiores catástrofes climáticas do século 21.

Grande parte dos moradores atingidos ainda estão fora de suas residências

Muita gente ainda se recorda da catástrofe climática que atingiu a região serrana em janeiro último. De uma forma ou de outra, praticamente toda a população de sete municípios – Areal, Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Teresópolis, foi afetada pela inundação, causada pelas fortes chuvas que atingiram o maior índice pluviométrico já verificado até então. Seis meses depois, completados no último dia 11 de julho, o cenário ainda é desolador nas cidades atingidas. Os moradores desses municípios convivem até hoje com ruas sujas e empoeiradas, entulhos e escombros. Milhares ainda permanecem fora de suas casas – a região contabiliza 31.399 desabrigados e desalojados, segundo levantamento da Secretaria de Estado e Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Dias após a tragédia, esse número chegou a 39 mil.

Apesar das promessas dos governos estadual e federal, a reconstrução caminha a passos lentos. Mesmo tendo sido contabilizadas 918 pessoas mortas e de 600 desaparecidas, há quem ainda permaneça nas áreas de risco. Em Nova Friburgo, onde 428 moradores morreram, ao menos 500 famílias vivem hoje em regiões consideradas perigosas. Já Bom Jardim e os outros cinco municípios não informaram quantas pessoas ocupam locais vulneráveis a enchentes e deslizamentos. Os que estão recebendo o Aluguel Social conseguiram se mudar para locais seguros, enquanto esperam as milhares de casas prometidas pelo governo federal e empresários do ramo da construção civil, para o início de 2012.

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