terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

DIÁCANO: Como foi sua indicação para se tornar prefeito de Bom Jardim (2ª parte)

(*) Erthal Rocha

Voltemos à política local, para não perdemos o fio da meada. Era prefeito de Bom Jardim, José Guida, que sempre viu com simpatia minha almejada candidatura a deputado. Conforme assinalei no artigo anterior, meu primo José Luiz Erthal representou nosso município na Assembléia Legislativa em três mandatos, com probidade e espírito público. Graças a projeto seu, foi inserido na Constituição Estadual de 1947, nas disposições transitórias, que Bom Jardim, voltaria a seu nome primitivo. O povo sempre repudiou o nome de Vergel, imposto pela ditadura Vargas. Ele sempre foi nosso candidato natural. Estava afastado das lides políticas, devido à insidiosa enfermidade, que veio a vitimá-lo, em 1960, aos 49 anos. Assim, iniciei uma espécie de pré-campanha em Bom Jardim, Niterói, Friburgo, Cordeiro e São Pedro da Aldeia. Contava como certo, ter o apoio da UDN de minha terra, majoritária na vitoriosa coligação com o PTB, indispensável à minha eleição e que elegeu Roberto Silveira governador. Infelizmente, minha candidatura não prosperou dentro do diretório do meu próprio partido. Edmo Erthal, também primo, ex-prefeito por dois mandatos com excelentes administrações, era de fato, o chefe político local e assumiu o compromisso de apoiar a candidatura de Adolpho de Oliveira, de Petrópolis. Para me comunicar o fato, foi a Niterói a comissão partidária da coligação, que me acenava, entretanto, com o convite para ser o candidato a prefeito de Bom Jardim, com a vitória eleitoral antecipadamente assegurada. Não podendo aceitar, naquela oportunidade, o honroso convite para ser prefeito de minha terra, devido aos meus compromissos profissionais na então capital do Estado (rádio, jornalismo e advocacia), declinei do oferecimento. Diante de minha impossibilidade, o cargo de prefeito foi oferecido pela UDN, a um estimado bom-jardinense, meu dileto amigo, Diácano Alves Vieira, que, na época era vereador pelo nosso partido. Continuei participando da campanha com o mesmo entusiasmo, pedindo aos conterrâneos que votassem em Roberto Silveira para governador, Miguel Couto para senador, em Diácano para prefeito e na chapa de vereadores. Realizada a eleição foram todos vitoriosos, com folgada votação. Em Bom Jardim, nosso adversário era o PSD, chefiado pelo ex-prefeito Mozart Serpa de Carvalho, inegavelmente com forte liderança local. Posteriormente, em 1962, seu partido conseguiu sua primeira vitória no município, elegendo Walter Vendas Rodrigues prefeito. Mozart havia sido prefeito, mas por nomeação. A vitória local do PSD prejudicou, de certa forma, a minha votação. Apesar de perdermos a Prefeitura, fui o candidato a deputado estadual mais votado em Bom Jardim. Aceito o convite para ser prefeito em 1958, é provável que, na eleição seguinte em l962, tivesse sido eleito, com folga, deputado estadual e não suplente. Graças à coligação UDN/PTB, em 1958, Amaral Peixoto sofreu sua primeira derrota no Estado do Rio, o que parecia impossível para muitos analistas.

(No 3º e último artigo desta série, abordarei a gestão de Diácano e como foi sua nomeação para o Estado)

(*) Célio Erthal Rocha (e-mail: erthalrocha@terra.com.br) é advogado, jornalista, membro do IHG/BJ. e articulista do JORNAL MAIS BOM JARDIM.

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